Desolador. É um filme carregado de esperança, sim, ao acompanhar os personagens cujas vidas é dilacerada pela guerra, mas é essencialmente um retrato arrasador da brutalidade e da irracionalidade daquela guerra, da sua violência injustificável. Para dar conta da desumanidade, Rossellini olha para a perseverança das vítimas dela, sem nunca se esquecer de fazer um filme de guerra, mostrando o que ela realmente é: é necessário um filme doloroso para retratar uma guerra dolorosa. E, ao mesmo tempo, ser fiel à lealdade daqueles personagens, cujo único poder era o de resistir. Roma, Cidade Aberta é dilacerante, necessariamente dilacerante, mas também se trata de uma obra muito humana.

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