Os Irmãos Cara-de-Pau (The Blues Brothers, dir. John Landis, 1980)
O que dizer de um clássico que cresceu tanto com o tempo? Os Irmãos Cara-de-Pau construiu algumas das cenas mais icônicas e inesquecíveis que o cinema americano de comédia nos trouxe nos anos 80. E, nesse sentido, esse filme tornou-se uma lenda, um verdadeiro clássico para as audiências que tiveram suas infâncias marcadas pela produção. Dan Aykroyd e John Belushi interpretam dois malandros que, numa missão divina, tentam resgatar os membros de uma banda da qual costumavam fazer parte, partindo numa jornada cheia de confusões, cenas de perseguições em um shopping e show em um bar country... e até mesmo a participação de dois grandes ícones da música americana: Aretha Franklin e Ray Charles. O tempo só fez crescer a fama de clássico deste filme que marcou geração e é lembrado com muito carinho por seu público. Um grande filmaço de John Landis.
Na Época do Ragtime (Ragtime, dir. Milos Forman, 1981)
Lançado na mesma época de O Portal do Paraíso. E, como ele, um épico gigantesco, adoravelmente pomposo e ferozmente incisivo sobre a construção da América. Performances incríveis, a direção de Forman que se aproxima muito da perfeição, e o conjunto de sequências excepcionais, muito bem arquitetadas, com um rigor fiel ao épico que é. Ragtime é uma obra-prima, um olhar sobre o que se fez necessário para a formação de uma "grande nação", com um retrato ácido e pungente do racismo, o motor secular dos problemas sociais no maior país do mundo. O elenco é grandioso, muitas atuações inesquecíveis, cenas cuidadosamente bem-feitas e de uma força única. Eis um filme que merece ser lembrado e falado com mais frequência.
Entre Quatro Paredes (In the Bedroom, dir. Todd Field, 2001)
Desarmador. Um dos poucos filmes americanos que está em uma ruidosa sintonia com seu elenco, blindado com as performances estarrecedoras de Wilkinson, Spacek e Tomei, que conseguem compor cenas que vão do banal ao trágico de uma forma absurda. A consistência do suspense, e com esse grupo de atuações incríveis, fazem de Entre Quatro Paredes uma experiência provocadora, que convida o espectador a observar atentamente o desenrolar das ações, a complexidade emocional dos personagens e uma trama eletrizante, de um peso descomunal. O vigor dramático é admirável. O filme poderia seguir caminhos bem óbvios, mas prefere uma desconstrução quase misteriosa e cheia de nuances, como que sugerindo que aquele capítulo tão brutal na vida dos personagens daria lugar a sentimentos mistos, possibilidades estranhas e uma tensão avassaladora. Alguns anos depois Field viria a dirigir Pecados Íntimos, outro filme que desconstrói a vida nos subúrbios americanos através de um capítulo trágico e criminoso.
Editado em 01/07.
O que dizer de um clássico que cresceu tanto com o tempo? Os Irmãos Cara-de-Pau construiu algumas das cenas mais icônicas e inesquecíveis que o cinema americano de comédia nos trouxe nos anos 80. E, nesse sentido, esse filme tornou-se uma lenda, um verdadeiro clássico para as audiências que tiveram suas infâncias marcadas pela produção. Dan Aykroyd e John Belushi interpretam dois malandros que, numa missão divina, tentam resgatar os membros de uma banda da qual costumavam fazer parte, partindo numa jornada cheia de confusões, cenas de perseguições em um shopping e show em um bar country... e até mesmo a participação de dois grandes ícones da música americana: Aretha Franklin e Ray Charles. O tempo só fez crescer a fama de clássico deste filme que marcou geração e é lembrado com muito carinho por seu público. Um grande filmaço de John Landis.
Na Época do Ragtime (Ragtime, dir. Milos Forman, 1981)
Lançado na mesma época de O Portal do Paraíso. E, como ele, um épico gigantesco, adoravelmente pomposo e ferozmente incisivo sobre a construção da América. Performances incríveis, a direção de Forman que se aproxima muito da perfeição, e o conjunto de sequências excepcionais, muito bem arquitetadas, com um rigor fiel ao épico que é. Ragtime é uma obra-prima, um olhar sobre o que se fez necessário para a formação de uma "grande nação", com um retrato ácido e pungente do racismo, o motor secular dos problemas sociais no maior país do mundo. O elenco é grandioso, muitas atuações inesquecíveis, cenas cuidadosamente bem-feitas e de uma força única. Eis um filme que merece ser lembrado e falado com mais frequência.
Entre Quatro Paredes (In the Bedroom, dir. Todd Field, 2001)
Desarmador. Um dos poucos filmes americanos que está em uma ruidosa sintonia com seu elenco, blindado com as performances estarrecedoras de Wilkinson, Spacek e Tomei, que conseguem compor cenas que vão do banal ao trágico de uma forma absurda. A consistência do suspense, e com esse grupo de atuações incríveis, fazem de Entre Quatro Paredes uma experiência provocadora, que convida o espectador a observar atentamente o desenrolar das ações, a complexidade emocional dos personagens e uma trama eletrizante, de um peso descomunal. O vigor dramático é admirável. O filme poderia seguir caminhos bem óbvios, mas prefere uma desconstrução quase misteriosa e cheia de nuances, como que sugerindo que aquele capítulo tão brutal na vida dos personagens daria lugar a sentimentos mistos, possibilidades estranhas e uma tensão avassaladora. Alguns anos depois Field viria a dirigir Pecados Íntimos, outro filme que desconstrói a vida nos subúrbios americanos através de um capítulo trágico e criminoso.
Editado em 01/07.