domingo, 3 de junho de 2018

DEADPOOL 2 (2018)



Deadpool voltou. Num dos melhores anos da produtora, a Marvel lança a sequência do prestigiado Deadpool, um passo de inovação que misturava humor e ação e inclusive chegou a ser indicado a diversos prêmios, como o Globo de Ouro (e quase chegou a fazer a lista do Oscar, pra vocês terem uma noção). Ryan Reynolds aposta em doses desconcertantes de ironia, humor despudorado e piadas sacanas para construir novamente seu personagem, e com uma atenção bastante cuidadosa com o drama.

A sequência é criativa, tem muitos momentos bons sim (os créditos inspirados em Skyfall, as inúmeras referências ao longo do filme, Logan, Dolly Parton), e os deslizes podem até remeter às próprias falhas do primeiro longa, muitas vezes os exageros da comédia dão lugar a um exagero coletivo, que se por um lado pode (e deve) incomodar, por outro revela uma ousadia bastante sadia, uma permissão muito feliz a filmes de super-herói, que nem sempre vemos por aí.

Achei que iria rir mais, e não que eu não tenha, talvez as expectativas de minha parte tenham sido levadas ao extremo. Me surpreendi com a delicadeza com que o drama é introduzido, sem se achar demais, nem tão tímido, mas no ponto certo, fazendo um par excelente com a comédia em dados momentos.

É um filme que se permite, e acho que esse é o principal ponto dele, não se levar a sério, mostrar que às vezes se descontrair é tudo o que se precisa para conseguir conciliar, e atingir, uma certa verdade. Entre risadas e possíveis lágrimas, o novo Deadpool mostra uma figura gentilmente humana por trás do herói caricato e espessamente sarcástico, um herói diferente, para aqueles que assim preferem, que enxerga naqueles ao seu redor a tristeza, a felicidade, mas sobretudo os lados e as formas que podemos assumir, e que, com a facilidade com que uma risada pode se transformar numa lágrima, a esperança que reside em cada novo sentimento, em cada ciclo que abraçamos. 

Deadpool 2
dir. David Leitch
★★