domingo, 28 de agosto de 2016

Top 5 DAVID FINCHER


1. Seven
4. Clube da Luta
5. Garota Exemplar

Dos 10, vi apenas 6 filmes dirigidos por David Fincher, todos excelentes. O outro que ficou de fora da lista foi A Rede Social que, mesmo não estando entre os meus favoritos do diretor, é uma baita de uma obra. Agora vou ver Os Homens Que Não Amavam As Mulheres, em comemoração do aniversário de 54 aninhos desse inalcançável gênio que é o David Fincher, um diretor com uma filmografia invejável e um talento único. Parabéns, cara! Continue fazendo filmes brilhantes assim! A sétima arte agradece. 

Crítica: "PETS: A VIDA SECRETA DOS BICHOS" (2016) - ★★


Ah, como ir no cinema é bom. Se divertir à toa, mesmo que seja com um filme tão fraco como Pets: A Vida Secreta dos Bichos. A vida está tão turbulenta ultimamente que ando me esquecendo do prazer que é ir ao cinema. É sempre muito revigorante. Eu bem que queria ter ido ver o novo do Steven Spielberg, O Bom Gigante Amigo, mas acabei me atrasando e tive que me satisfazer com a sessão de Pets: A Vida Secreta dos Bichos. Vou tentar ir ver o do Spielberg ainda nessa semana. Enfim, a animação Pets acaba sendo bem-humorada em alguns momentos embora não seja uma animação exemplar. É, no máximo, engraçado. 

O filme traz aquele mesmo clichê de desenho animado dos animais domésticos falantes que acabam se envolvendo em uma aventura sem pé nem cabeça com a cidade de Nova York como plano de fundo, algo que eu simplesmente já vi e revi diversas vezes, e não faz muito tempo não. Neste filme, temos um cachorro que sente uma atração platônica pela dona, e que não aceita quando ela traz um outro cachorro para a casa, criando um atrito incômodo entre os dois animais. As subtramas que se desenrolam são inconsequentes demais para serem levadas a sério. O filme apresenta uma perspectiva pobre em detalhes e qualidade extremamente decepcionante para o potencial das temáticas trabalhadas ao longo do filme. Questões de conveniência poderiam ter sido exploradas, mas Pets alterna pela imaturidade de gags vagas e que não se sustentam. 

E, se o filme vai demonstrando uma série de claras falhas, funcionaria ele apenas como um filme para crianças, com o entretenimento como objetivo, mesmo com os diálogos forçados e humor grátis que provavelmente seriam compreendidos e digeridos de maneira completamente diferente pelo público infantil? Creio que sim e que não, pois até como um simples filme de criança Pets pode ser um tanto incompreensível e errôneo. O filme cultiva alguns elementos que seriam denotados pelas crianças como as coisas "corretas" ou "normais" a se fazerem diante de certas situações, como torturar como forma de opressão, desrespeitar as diferenças, maltratar e inferiorizar aquele que contraria ou é diferente (o que novamente indica a posição preconceituosa da trama em relação ao atrito de convivência entre os personagens Max e Duke -- que travam uma disputa por conta das aleatoriedades entre eles, dando espaço a um jogo de dominação e disputa por interesses).

O filme também traz uma estranha visibilidade aos "animais radicais" que se refusam a aderir aos padrões da "sociedade domesticada", sendo esses animais frequentemente ridicularizados e momentaneamente tidos como "vilões secundários", em uma óbvia contrariedade difamatória aos opositores do sistema, retratados como seres imundos e lunáticos, que vivem no esgoto, padecem no submundo.

Porém, confesso que gargalhei alto no cinema. De chorar. E não foi só uma ou duas vezes. Das que eu lembro, tem uma paródia de novela mexicana, uma sequência bastante doida envolvendo os cachorros numa espécie de "paraíso" das linguiças, uma com um porquinho da índia, e várias outras. Também gostei bastante das referências à Os Pássaros e Sindicato de Ladrões.

Pets: A Vida Secreta dos Bichos (The Secret Life of Pets)
dir. Chris Renaud, Yarrow Cheney - 

Crítica: "DECISÃO DE RISCO" (2015) - ★★★★


Filme de ação com gostinho de suspense, Decisão de Risco é o mais novo acerto do diretor Gavin Hood (o mesmo que dirigiu o espetacular Infância Roubada), traz uma trama interessante e bem-montada que gira em torno de um grupo de profissionais da Inteligência Britânica que estão prestes a efetuar um ataque em uma cidade somali. Com performances incríveis, um roteiro excepcional e uma direção absolutamente marcante, Decisão de Risco é segura e certamente um dos melhores filmes do ano. 

A premissa do filme vai além do previsível ou até mesmo imaginável para um filme sobre intriga diplomática, e por isso deve ser visto como uma grande surpresa dentro do gênero. Cativante, pulsante e feroz. Três adjetivos que definem muito bem o clima muito bem exercitado de Decisão de Risco. A combinação ação com suspense funciona com uma perfeição tão única que chega a ser excêntrica, mágica. Decisão de Risco também acumula muitos pontos pela elaboração de uma atmosfera estratégica, mirabolante, quase hipnotizante, que fisga a atenção de quem vê.

Helen Mirren brilha numa de suas melhores performances dos últimos tempos. Ela mantém durante o filme todo uma seriedade incontida, um status de controle e de autoridade. A pose fria de sua personagem, uma coronel da inteligência, a exige uma constante transparência de rigidez e dureza. Eu sempre considerei a Helen uma atriz bastante séria, uma característica bastante comum entre as personagens que a atriz interpreta, mas em todas elas há algo de diferente, singular, a forma que ela entra no personagem é tão profunda e absurdamente extasiante que fica difícil não admirá-la, contempla-la, mesmo quando suas personagens sejam tão semelhantes, à mercê da mesmice. De uma forma ou de outra, Mirren sempre nos surpreende. É isso que a faz uma completa e definitiva diva da atuação. O talento e a formalidade de Helen estão intensamente expostos nesse que é um desempenho mais que esforçado e minimalista da intérprete britânica, e que, mais uma vez, merece ser ressaltado como um dos mais importantes e dignos dela, ainda que ela não seja a principal.

Alan Rickman, em sua última performance, está louvável. A atuação dele se sobressai pela honestidade. É um resultado bastante previsível (no bom sentido da definição) vindo de um grande ator como ele, que fará muita falta. Barkhad Abdi (indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 2014 por Capitão Phillips) rouba a cena como um agente "infiltrado".

Porque não dizer que Decisão de Risco é uma caixinha de surpresas? Ao meu ver é um trabalho estupendo, repleto de momentos memoráveis e, de certa forma, inesperados. Muitas coisas no filme foram surpresa. Gavin Hood, mais uma vez, prova que é um cineasta excepcional. Decisão de Risco é um filme cuja importância não tem tamanho. Enquanto trata-se de um monumento cinematográfico engenhoso e magnificamente bem-feito, é ao mesmo tempo uma visionária crônica multifacetada sobre conflitos políticos, espionagem e militarismo. Enfim, Decisão de Risco é um filme brilhante. Talvez o melhor filme de ação do ano.

Decisão de Risco (Eye in the Sky)
dir. Gavin Hood - 

sábado, 27 de agosto de 2016

Crítica: "THE SEA OF TREES" (2015) - ★★★


Por incrível que pareça, The Sea of Trees não é um filme ruim. Não é uma obra-prima, mas também não é um filme tão desprezível e vil como os críticos estavam dizendo. The Sea of Trees é mediano. Tem seus momentos. A sensação que fica quando o filme acaba é de que poderia ser bem melhor. Mesmo com falhas, dá pra digerir The Sea of Trees. De qualquer forma, não dá pra negar que é um trabalho menor de um grande cineasta.

Um professor americano (Matthew McConaughey) viaja ao Japão com destino à floresta de Aokigahara, conhecido por ser um lugar de preferência a pessoas com tendências suicidas, que geralmente escolhem se matar na floresta, apelidada de "mar de árvores" (o título do filme em inglês, The Sea of Trees) por ser uma região bastante vasta e larga. Lá, ele acaba se encontrando com um homem japonês (Ken Watanabe) bastante machucado que falhou ao tentar se matar e quer sair da floresta. O problema é que os dois agora estão perdidos e não conseguem encontrar a saída.

Daí, a gente passa a compreender melhor o que está acontecendo com Arthur Brennan, vivido por McConaughey, a crise em seu casamento, e o que o levou a Aokigahara. O uso de recursos narrativos como flashback ajudam a criar um suspense em torno do personagem principal, bem como nos fornece uma dimensão bastante fugaz da insegurança do homem quanto às suas escolhas e seus sentimentos. 

O suícido em Aokigahara não passa de uma metáfora, que faz alusão à culpa e ao arrependimento de Arthur em relação aos erros que cometeu em seu casamento, e o quanto ele está "perdido" sem a esposa. Tudo o que ele enxerga é o vazio e a insignificância, o reflexo e a consequência dos atos passados dos quais ele se envergonha, o remorso. O suicídio seria o caminho que ele encontrara para "apressar" seu reencontro com a mulher.

Certamente é um filme irregular, mas não um filme ruim. De jeito algum. É um trabalho muito interessante, aliás, que cresce à medida em que a gente pensa e reflete sobre as suas possibilidades e interpretações. E tem certas cenas excelentes, como a sequência do acidente. A fotografia de Kasper Tuxen (diretor de fotografia de Toda Forma de Amor) é excepcional. 

Não é o que eu esperava de um filme dirigido por Gus Van Sant, mas, enfim, não dá pra reclamar. The Sea of Trees acabou de ser lançado lá nos E.U.A., pela A24 (produtora de Ex-Machina, O Homem Duplicado, O Quarto de Jack), mais de um ano depois de ter estrado em Cannes, onde foi massacrado pelos críticos. Ainda não estreou aqui no Brasil, mas já dá pra baixar em torrent, e em HD. A legenda eu peguei em inglês no Open Subtitles.

The Sea of Trees
dir. Gus Van Sant - 

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Crítica: "SETE DIAS COM MARILYN" (2011) - ★★★★


Estava com receio de ver Sete Dias com Marilyn achando que não iria gostar do filme. Fiquei evitando por um bom tempo, até que "tomei coragem" pra ver. Que bobeira a minha! Sete Dias com Marilyn é estupendo. Confesso que fiquei surpreendido com o resultado fenomenal deste longa. É agradável de se assistir, conta com a presença de atores talentosos em desempenhos dignos de nota, uma direção competente e cuidadosa, e luxos técnicos de um primor arrebatador. Fotografia, figurinos, direção de arte, maquiagem, sonoplastia: no que diz respeito a qualidade técnica, Sete Dias com Marilyn está um passo à frente.

Sete Dias com Marilyn foi a estreia cinematográfica do veterano diretor/produtor de TV britânico Simon Curtis na direção de um filme. Recentemente, para ser mais específico no ano passado, Simon trouxe às telonas seu segundo longa-metragem, o desastroso drama A Dama Dourada, cujo tive o desprazer de assistir. O mesmo já não posso dizer de Sete Dias com Marilyn, um filme imensamente superior.

Cinebiografia da lendária estrela de Hollywood Marilyn Monroe, Sete Dias com Marilyn traz a talentosíssima Michelle Williams (em uma interpretação maravilhosa) na pele da exuberante e cultuada intérprete que atingiu seu auge na década de 50, e sua fama ecoou pelo mundo inteiro. Mas a loira também tinha problemas. Sete Dias com Marilyn retrata a passagem dela pela Inglaterra, nos anos 50, onde ela foi para rodar uma comédia ao lado de Laurence Olivier (Kenneth Branagh, em atuação extraordinária que lhe rendeu 1 indicação ao Oscar), e a amizade, quase um romance, da atriz com Colin Clark (Eddie Redmayne), empregado de Olivier. 

A constante tensão no set, os problemas de Marilyn para decorar falas, a fricção entre ela e um estressado Laurence Olivier, e o abuso dos remédios e das bebidas. Era difícil ser Marilyn, exposta à pressão da fama. Sem difamar ou fazer julgamentos, Sete Dias com Marilyn traz a famosa atriz como uma vítima da opressão da indústria cinematográfica e do próprio sucesso. É um retrato honesto, digno, amargo e pesaroso da vida, da fama, da identidade e das pessoalidades de Monroe.

Sete Dias com Marilyn (My Week With Marilyn)
dir. Simon Curtis - 

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Top 100 ANOS 2010


1. Meia Noite em Paris, de Woody Allen
2. Amor, de Michael Haneke
3. Carol, de Todd Haynes
4. O Grande Hotel Budapeste, de Wes Anderson
5. A Árvore da Vida, de Terrence Malick
6. Boyhood, de Richard Linklater
7. Cópia Fiel, de Abbas Kiarostami
8. O Artista, de Michel Hazanavicius
9. Era Uma Vez em Nova York, de James Gray
10. O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho
11. Dois Dias, Uma Noite, de Jean-Pierre & Luc Dardenne
12. Spotlight, de Tom McCarthy
13. Cisne Negro, de Darren Aronofsky
14. 12 Anos de Escravidão, de Steve McQueen
15. Deus da Carnificina, de Roman Polanski
16. 007 - Operação Skyfall, de Sam Mendes
17. Tio Boonmee, Que Pode Recordar de Suas Vidas Passadas, de Apichatpong Weerasethakul
18. Mad Max - Estrada da Fúria, de George Miller
19. A Assassina, de Hou Hsiao-Hsien
20. Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert
21. A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese
22. O Garoto da Bicicleta, de Jean-Pierre & Luc Dardenne
23. Paixão, de Brian De Palma
24. A Separação, de Asghar Farhadi
25. O Mestre, de Paul Thomas Anderson
26. O Vencedor, de David O. Russell
27. Vidas ao Vento, de Hayao Miyazaki
28. Drive, de Nicolas Winding Refn
29. Melancolia, de Lars Von Trier
30. Ilha do Medo, de Martin Scorsese
31. Azul é a Cor Mais Quente, de Abdellatif Kechiche
32. Whiplash, de Damien Chazelle
33. A Pele que Habito, de Pedro Almodóvar
34. Birdman, de Alejandro González Iñárritu
35. Django Livre, de Quentin Tarantino
36. Divertida Mente, de Pete Docter
37. Ida, de Pawel Pawlikowski
38. Adeus à Linguagem, de Jean-Luc Godard
39. Os Oito Odiados, de Quentin Tarantino
40. Antes da Meia Noite, de Richard Linklater
41. Os Descendentes, de Alexander Payne
42. Indomável Sonhadora, de Benh Zeitlin
43. Norte, o Fim da História, de Lav Diaz
44. A Juventude, de Paolo Sorrentino
45. Biutiful, de Alejandro González Iñárritu
46. Winter Sleep, de Nuri Bilge Ceylan
47. Anomalisa, de Charlie Kaufman & Duke Johnson
48. A Origem, de Christopher Nolan
49. Invocação do Mal, de James Wan
50. Blue Jasmine, de Woody Allen
51. Toy Story 3, de Lee Unkrich
52. Sob a Pele, de Jonathan Glazer
53. Um Método Perigoso, de David Cronenberg
54. O Lobo de Wall Street, de Martin Scorsese
55. O Lagosta, de Yorgos Lanthimos
56. A Parte dos Anjos, de Ken Loach
57. Ninfomaníaca (Vol. I & II), de Lars Von Trier
58. Sr. Turner, de Mike Leigh
59. Magia ao Luar, de Woody Allen
60. Habemus Papam, de Nanni Moretti
61. Acima das Nuvens, de Olivier Assayas
62. Bravura Indômita, de Joel & Ethan Coen
63. Shame, de Steve McQueen
64. A Caça, de Thomas Vinterberg
65. A Visitante Francesa, de Hong Sang-soo
66. Relatos Selvagens, de Damian Szifrón
67. Missão Madrinha de Casamento, de Paul Feig
68. Mais um Ano, de Mike Leigh
69. Garota Exemplar, de David Fincher
70. Cinco Graças, de Deniz Gamze Erguven
71. Trapaça, de David O. Russell
72. O Discurso do Rei, de Tom Hooper
73. Intocáveis, de Eric Toledano & Olivier Nakache
74. Moonrise Kindgom, de Wes Anderson
75. Prometheus, de Ridley Scott
76. Dois Lados do Amor, de Ned Benson
77. A Rede Social, de David Fincher
78. Mapas para as Estrelas, de David Cronenberg
79. Holy Motors, de Leos Carax
80. Certo Agora, Errado Antes, de Hong Sang-soo
81. O Homem Duplicado, de Denis Villeneuve
82. Homem Irracional, de Woody Allen
83. O Regresso, de Alejandro González Iñárritu
84. O Impossível, de Juan Antonio Bayona
85. O Ano Mais Violento, de J.C. Chandor
86. Vício Inerente, de Paul Thomas Anderson
87. Se Nada Mais Der Certo, de John Carney
88. Miss Julie, de Liv Ullmann
89. Ave, César!, de Joel & Ethan Coen
90. Beleza Adormecida, de Julia Leigh
91. Amor Pleno, de Terrence Malick
92. A Hora Mais Escura, de Kathryn Bigelow
93. Sicario, de Denis Villeneuve
94. O Abrigo, de Jeff Nichols
95. A Travessia, de Robert Zemeckis
96. Os Miseráveis, de Tom Hooper
97. O Lobo Atrás da Porta, de Fernando Coimbra
98. Amy, de Asif Kapadia
99. O Cavaleiro de Copas, de Terrence Malick
100. Tangerine, de Sean Baker

A razão pela qual eu elegi Meia Noite em Paris o melhor filme dessa década (so far) é estritamente pessoal. Os dez primeiros filmes, na verdade, poderiam empatar no primeiro lugar, mas nenhum deles se compara a Meia Noite em Paris pra mim. Não me levem a mal: são outras mais obras excepcionais, exemplares natos do cinema de verdade, mas Meia Noite em Paris me causou algo totalmente diferente de tudo que já vi. É um filme especial, mágico, encantador, que me maravilhou demais quando eu vi, me deixou realmente emocionado. Foi ele que me ensinou a apreciar Woody Allen, e abriu meus olhos para uma Paris de pura beleza, num retrato cinematográfico singular quão impecável da cidade, enquanto ao mesmo tempo me fez refletir sobre a vida, nossas ilusões, fantasias e amores. É um filme muito, muito bonito. O mais bonito da década.

atualizado em: 02/09/2016

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

LANÇAMENTOS 25/08


Águas Rasas (The Shallows)

DIREÇÃO: Jaume Collet-Serra
ROTEIRO: Anthony Jaswinski
GÊNERO: Suspense/Horror
DURAÇÃO: 87 min.
CLASSIFICAÇÃO: 14 anos
PAÍS: Estados Unidos
DISTRIBUIÇÃO: Sony Pictures
ANO: 2016

Dirigido por Jaume Collet-Serra, o mesmo diretor de sucesso recentes como A Órfã e Sem Escalas, Águas Rasas traz no elenco a suntuosa estrela Blake Lively como Nancy, uma médica que, após a morte da mãe, decide ir surfar numa praia paradisíaca onde termina machucada por um tubarão perigosíssimo. Desolada e perdida, ela encontra refúgio em um recife de corais, mas ela ainda precisa achar uma maneira de sair da água. 


Café Society

DIREÇÃO & ROTEIRO: Woody Allen
GÊNERO: Comédia romântica
DURAÇÃO: 96 min.
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
PAÍS: Estados Unidos
DISTRIBUIÇÃO: Imagem Filmes
ANO: 2016

Um dos filmes que eu mais esperei esse ano. Não sei se vou poder assistir amanhã, mas estou ansiosíssimo para conferir o novo trabalho (e que muitos andam clamando ser o melhor dele em anos, décadas -- me pergunto se seria exagero?) do mestre Woody Allen. Café Society, a nova sofisticada e elogiada comédia do cineasta, seu 46º filme (sem contar com Contos de Nova York e o telefilme Don't Drink the Water) abriu o Festival de Cannes esse ano em grande estilo, onde foi tanto apreciado quanto criticado pelos especialistas em cinema e críticos durante o Festival. Jesse Eisenberg interpreta um roteirista que se infiltra no luxuoso universo de Hollywood e se apaixona pela personagem de Kristen Stewart, assistente de um chefão de um grande estúdio.


Lolo: O Filho da Minha Namorada (Lolo)

DIREÇÃO: Julie Delpy
ROTEIRO: Julie Delpy & Eugénie Grandval
GÊNERO: Comédia 
DURAÇÃO: 100 min.
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
PAÍS: França
DISTRIBUIÇÃO: Mares Filmes
ANO: 2015

Novo filme de Julie Delpy, atriz francesa conhecida por seus papéis como Celine nos filmes da trilogia "Antes", de Richard Linklater, Lolo: O Filho da Minha Namorada, que traz a própria Delpy como protagonista, narra a história de Violette, cuja vida amorosa é constantemente arruinada pelas presepadas de seu filho Lolo, que trata o namorado dela (Dany Boon) com antipatia. Estreou no Festival de Veneza. Já estreou no Brasil esse ano no Festival Varilux de Cinema Francês, em julho. É o sexto filme de Delpy como diretora.


Nerve: Um Jogo sem Limites (Nerve)

DIREÇÃO: Ariel Schulman, Henry Joost
ROTEIRO: Jessica Sharzer
GÊNERO: Suspense
DURAÇÃO: 97 min.
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
PAÍS: Estados Unidos
DISTRIBUIÇÃO: Paris Filmes
ANO: 2016

Nerve leva a direção da dupla Ariel Schulman e Henry Joost, os mesmos que dirigiram os 3º e 4º filmes da franquia Atividade Paranormal. Traz no elenco a jovem estrela Emma Roberts como uma tímida adolescente que se inscreve num jogo chamado Nerve, onde as pessoas devem exercer tarefas exercidas pelos participantes. Suspense, o filme promete levar o público aos cinemas e ser um sucesso aqui no Brasil.


Pets - A Vida Secreta dos Bichos (The Secret Life of Pets)

DIREÇÃO: Yarrow Cheney, Chris Renaud
ROTEIRO: Cinco Paul, Ken Daurio
GÊNERO: Comédia
DURAÇÃO: 87 min.
CLASSIFICAÇÃO: Livre
PAÍS: Estados Unidos
DISTRIBUIÇÃO: Universal
ANO: 2016

O único lançamento de animação da semana é Pets - A Vida Secreta dos Bichos. Elogiado pelos críticos, a animação apresenta uma premissa apetitosa para o público infantil diretamente de Chris Renaud, que trabalhou na franquia Meu Malvado Favorito. Pets traz grande elenco, com vozes de Louis C.K., Eric Stonestreet, Kevin Hart, Jenny Slate, Ellie Kemper, Albert Brooks, Lake Bell, Dana Carvey, entre outros.

domingo, 21 de agosto de 2016

Crítica: "O TIGRE E O DRAGÃO" (2000) - ★★★★


O fim de semana não foi nada legal. Sexta acordei com uma dor de garganta extremamente irritante que piorou com a noite (era tão incômodo que eu quase não podia falar). Na manhã de sábado, o desconforto havia cessado, mas o resfriado não. Andei bastante no sábado com a minha irmã na rua e, no fim da tarde, comecei a sentir fortes dores na região abdominal, que pioraram com o passar das horas. Não resisti ao sono e acabei dormindo bem cedo, mesmo sentindo tanta dor. De madrugada, acordei enjoado e a dor persistia. O alívio veio quando botei tudo pra fora. Hoje estou um pouco melhor e até pude comer sem sentir ânsia de vômito. Não faz nem um ano que fiquei nessa mesma situação. Acho que até cheguei a comentar aqui no blog. Como eu sou uma pessoa que não gosta de ficar parada, ficar doente é sempre um caos. Acho que amanhã estarei melhor. 

Bom, pelo menos, filme eu vi até demais. Só ontem assisti Ironweed, do falecido Hector Babenco, e O Tigre e o Dragão, de Ang Lee. Da noite de sábado para a madrugada hoje, vi Um Jantar para Idiotas e mais cedo hoje conferi Amor por Direito. Escolhi falar sobre O Tigre e o Dragão. Por ser um filme tão louvado e aclamado, vencedor de 4 Oscars e indicado a muitos mais outros, vencedor de 2 Globos de Ouro e outros inúmeros prêmios, a gente acaba criando uma expectativa bem otimista em torno do filme, que é excepcional, um trabalho muito bem-feito e extraordinariamente bem dirigido. Mas, confesso que faltou pouco para o filme ser uma obra-prima. É, de fato, um grande filme, mas que deixa a desejar em certos pontos.

Tecnicamente, é perfeito. Não me estranha o filme ter recebido todos aqueles Oscars (Fotografia, Direção de Arte e Trilha Sonora) e outras indicações técnicas. É muito justo, aliás. Tecnicamente falando, pode-se dizer que O Tigre e o Dragão é imensamente versátil, irreparável. Se a gente for comparar com outros filmes do Ang Lee, os mais próximos no quesito técnico são As Aventuras de Pi e Razão e Sensibilidade, ainda que eu não tenha conferido todos os filmes dele. Meu favorito continua sendo O Segredo de Brokeback Mountain.

As sequências de luta e kung-fu são realmente impressionantes. Os espadachins flutuando pelos ares, aqueles movimentos perigosos e tentadores. É tudo muito emocionante e bem-feito. E não é só as cenas de ação que merecem mérito. Os diálogos do filme são brilhantes, carregados de uma filosofia potencial acerca dos valores da vida e do amor. Não tem como não ficar encantado com tamanho espetáculo de reflexão, tão poderoso e marcante. 

O elenco está fenomenal. Michelle Yeoh e Zhang Ziyi (em seu filme-revelação), as protagonistas femininas, estão ótimas. O mesmo digo de Chow Yun-fat, que também está excelente. É uma lástima atores orientais serem tão subestimados. 

Tirando que eu esperava mais e algumas passagens chatinhas do filme, no fundo eu gostei bastante. Ang Lee é um diretor fantástico, o melhor dos melhores. Seu filme mais bem dirgido é O Tigre e o Dragão. Destaque para as cenas de ação riquíssimas e outras mais sequências notórias ao longo do filme. O Tigre e o Dragão é brilhante, dono de um poder próprio, de uma sofisticação épica incrível e uma atmosfera cinematográfica inesquecível. É impossível dizer não a um filme tão genial como esse.

O Tigre e o Dragão (Crouching Tiger, Hidden Dragon)
dir. Ang Lee - 

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Top 10 CATE BLANCHETT


As dez melhores performances dessa intérprete maravilhosa e cheia de talento que a cada filme se supera. Cate Blanchett é, de fato, uma diva da sétima arte. 


1. Blue Jasmine
2. Carol
3. Conspiração e Poder
4. Não Estou Lá
5. Notas sobre um Escândalo
6. Elizabeth
7. O Aviador
8. O Curioso Caso de Benjamin Button
9. Elizabeth - A Era de Ouro
10. Cinderela

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Posteres: "A GRANDE MURALHA", "THE HANDMAIDEN", "A TALE OF LOVE AND DARKNESS", "GIRL ON THE TRAIN", "CAFÉ SOCIETY", "LA LA LAND" e "THE MAGNIFICENT SEVEN"


The Handmaiden
dir. Park Chan-wook


A Grande Muralha (The Great Wall)
dir. Zhang Yimou


A Tale of Love and Darkness
dir. Natalie Portman


The Girl on the Train
dir. Tate Taylor


Café Society
dir. Woody Allen


La La Land
dir. Damien Chazelle


Sete Homens e Um Destino (The Magnificent Seven)
dir. Antoine Fuqua

RECOMENDO NA NETFLIX


Dando uma futucada na minha lista lá na Netflix, achei vários títulos importantes que talvez interessem a vocês, caros leitores ou para quem assina o serviço de streaming e ainda não sabe o que ver. Bem, alguns desses filmes eu ainda não vi. outros eu já conferi (aqueles que eu já conferi tem a cotação do lado/link da resenha). Caso vocês tenham visto algum dos filmes, não hesitem em deixar a opinião de vocês nos comentários, ok?

1. Ladrão de Casaca (dir. Alfred Hitchcock, 1955)
2. Scoop - O Grande Furo (dir. Woody Allen, 2006) 
3. Janela Indiscreta (dir. Alfred Hitchcock, 1954) 
4. Tudo Sobre Minha Mãe (dir. Pedro Almodóvar, 1999) 
5. Veludo Azul (dir. David Lynch, 1986) 
6. Aconteceu Naquela Noite (dir. Frank Capra, 1934)
7. Dr. Fantástico (dir. Stanley Kubrick, 1964) 
8. Mensageiro do Diabo (dir. Charles Laughton, 1955)
9. O Som ao Redor (dir. Kleber Mendonça Filho, 2012) 
10. Um Corpo que Cai (dir. Alfred Hitchcock, 1958) 
11. Ata-me (dir. Pedro Almodóvar, 1990)
12. Um Estranho no Ninho (dir. Milos Forman, 1975)
13. Os Excêntricos Tenenbaums (dir. Wes Anderson, 2001) 
14. Deus da Carnificina (dir. Roman Polanski, 2011) 
15. Sindicato de Ladrões (dir. Elia Kazan, 1954) 
16. Taxi Driver (dir. Martin Scorsese, 1976) 
17. Rede de Intrigas (dir. Sidney Lumet, 1976)
18. A Marca da Maldade (dir. Orson Welles, 1958)
19. Harry & Sally - Feitos Um para o Outro (dir. Rob Reiner, 1989)
20. Amadeus (dir. Milos Forman, 1984)
21. Amnésia (dir. Christopher Nolan, 2000)
22. Psicose (dir. Alfred Hitchcock, 1960) 
23. Glória Feita de Sangue (dir. Stanley Kubrick, 1957) 
24. O Escafandro e a Borboleta (dir. Julian Schnabel, 2007) 
25. Perdidos na Noite (dir. John Schlesinger, 1969) 
26. A Escolha de Sofia (dir. Alan J. Pakula, 1982) 
27. O Sonho de Cassandra (dir. Woody Allen, 2007) 
28. A Pele que Habito (dir. Pedro Almodóvar, 2011) 
29. Quanto Mais Quente Melhor (dir. Billy Wilder, 1959) 
30. Gênio Indomável (dir. Gus Van Sant, 1997) 
31. What Happened, Miss Simone? (dir. Liz Garbus, 2015) 
32. Pulp Fiction (dir. Quentin Tarantino, 1994) 
33. O Pântano (dir. Lucrecia Martel, 2001)
34. M*A*S*H (dir. Robert Altman, 1970)
35. A Caça (dir. Thomas Vinterberg, 2012) 
36. Malena (dir. Giuseppe Tornatore, 2000)
37. Onde os Fracos Não Tem Vez (dir. Joel & Ethan Coen, 2007) 
38. Drive (dir. Nicolas Winding Refn, 2011) 
39. Sangue Negro (dir. Paul Thomas Anderson, 2007) 
40. Kes (dir. Ken Loach, 1969) 
41. Os Suspeitos (dir. Denis Villeneuve, 2013) 
42. Amores Brutos (dir. Alejandro González Iñárritu, 2000) 
43. Um Sonho de Amor (dir. Luca Guadagnino, 2009) 
44. O Casamento de Rachel (dir. Jonathan Demme, 2008) 
45. Na Mira do Chefe (dir. Martin McDonagh, 2008) 
46. Cosmópolis (dir. David Cronenberg, 2012)
47. Clube da Luta (dir. David Fincher, 1999) 
48. O Barco: Inferno no Mar (dir. Wolfgang Petersen, 1981)
49. Foi Apenas um Sonho (dir. Sam Mendes, 2008) 
50. Lawrence da Arábia (dir. David Lean, 1962)

Crítica: "DEPOIS DE HORAS" (1985) - ★★★★★


Que estranho e extraordinário esse filme, hein? Puxa vida. E olha que não é um filme tão famoso do Scorsese, e mesmo assim é uma obra-prima, prova de que o tio Marty sabe fazer cinema como nenhuma outra pessoa na face da Terra. Depois de Horas está entre os melhores filmes do gênio Scorsese. 

Um filme que não tem a mesma popularidade de grandes sucessos da filmografia dele como Taxi Driver ou Touro Indomável, mencionando dois dos clássicos mais aclamados e cultuados com sua direção, o que é bastante curioso, tratando-se de um trabalho tão inusitado e bom como esse. Um caso bem parecido com o de O Rei da Comédia, outro filme seu, também comédia, que quase ninguém comenta hoje em dia, mas é um filmaço.

Aliás, são muitas as semelhanças entre O Rei da Comédia e Depois de Horas. Os dois foram realizados seguidos, e compartilham várias similitudes. A começar pela qualidade. Eu, particularmente, gostei mais de Depois de Horas, mas O Rei da Comédia não fica atrás. Pra ser sincero, Depois de Horas é um filme pra lá de bizarro. Começa com um cara comum de Nova York cujo trabalho é operador de computador em um escritório que, após o expediente, se mete em várias enrascadas e situações esquisitas numa só noite. Bem bizarro.

O protagonista do filme é Griffin Dunne, um ator com quem eu não tenho muita familiaridade, mas que está numa performance de ouro, realmente sensacional. Rosanna Arquette, belíssima, também não está nada mal. Linda Fiorentino e Teri Garr também estão fenomenais. O elenco todo merece destaque, enfim. 

Muito bacana ver que o Scorsese sabe trabalhar direitinho com o gênero comédia, estabelecendo um equilíbrio perfeito entre os exageros da trama e o humor desleixado. Afinal, não é todo dia que a gente vê uma comédia dirigida pelo Martin Scorsese, né, meu povo? Uma comédia muito boa, por sinal. Tá legal que é uma comédia um pouco estranha, mas não deixa de ser excelente, brilhante. 

Na época, o filme ganhou o prêmio de Melhor Diretor em Cannes, o único que o Scorsese ganhou (se bem que poucos filmes dele foram lançados em Cannes). E, de fato, a direção é um ponto forte de Depois de Horas. Na verdade, todos os filmes do Scorsese são muito bem-dirigidos. Não foi nada diferente com Depois de Horas. O diretor de fotografia do filme é o alemão Michael Ballhaus, que trabalhou em outros filmes do Scorsese na fotografia. 

Depois de Horas (After Hours)
dir. Martin Scorsese - 

Crítica: "MEMÓRIAS SECRETAS" (2015) - ★★★


Depois do insucesso crítico de À Procura, Atom Egoyan retornou às telas com Memórias Secretas, estrelado por um dos atores canadenses mais queridos, Christopher Plummer, na pele de um senhor idoso que foge do asilo onde foi internado para se vingar da morte da esposa, Ruth. Alguns andam dizendo que é o melhor filme de Egoyan em anos. E, não vou negar, é um trabalho muito bem-feito que, apesar de simples, guarda em sua proposta uma séria complexidade. Embora eu seja um completo leigo no que diz respeito à filmografia de Atom Egoyan, admiro enormemente seu Memórias Secretas, mesmo que seja tão defeituoso algumas vezes. 

Creio que é unanimidade entre os que viram que a atuação de Plummer é impecável, solene, inesquecível. Mais uma vez, Christopher nos prova seu talento e sua dedicação, num desempenho comovente e realista, desesperador e trágico. Martin Landau, quem eu não via tão bem assim faz um bom tempo, aparece como um mero coadjuvante, cujo personagem adquire uma certa importância com o final chocante. 

Um filme bastante perspicaz e inteligente sobre vingança, personalidade, consequência, culpa, arrependimento e perspectiva. Memórias Secretas deixa a desejar em certos quesitos, mas é inegavelmente um trabalho primoroso, sensato, exímio, com um significado tão potente e tocante que chega a ser aterrorizante, tanto quanto a facilidade com a qual somos enganados, algo realmente assustador de tão poderoso. 

A sequência final é de uma força tão impactante que é impossível não ficar abalado diante de tamanha dolorosa revelação. Os lados se invertem num piscar de olhos, e o filme expõe com uma lenta frieza seu poderoso jogo de manipulação, para a nossa iminente surpresa e choque. Deste momento, tudo se esclarece, novos horizontes sobre a temática e o que é abordado em tela se revelam. E, é claro, a certeza dos elogios a Christopher Plummer, numa das melhores interpretações de sua carreira, e Atom Egoyan, um diretor que conheço muito pouco por quem, depois desta experiência atordoante, nutro interesse e curiosidade. Vou tentar ver, em breve, À Procura e O Preço da Traição, que são os únicos filmes dele que eu possuo em DVD. 

Memórias Secretas (Remember)
dir. Atom Egoyan - 

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Crítica: "JOGO DO DINHEIRO" (2016) - ★★


Previsível e cansativo demais para ser lembrado: eis um resumo de Jogo do Dinheiro. Quarto longa-metragem da atriz Jodie Foster como diretora, Jogo do Dinheiro traz George Clooney como um popular apresentador de um programa sobre finanças que, ao vivo, é feito refém por um cara que perdeu todo seu dinheiro num investimento traiçoeiro. Há filmes semelhantes, mas todos estavam cultivando altas expectativas em torno deste novo projeto de Foster, e que prometia ser a sua grande revelação como diretora. O resultado é um filme abarrotado de clichês e que deixa a desejar em muitos aspectos, do roteiro inconsequente (desfecho mais óbvio que este não há) e à condução desorientada de Jodie. 

Não se deixem enganar pela presença de astros do naipe de Clooney e Julia Roberts, quando os dois atores se encontram em performances medianas, sem sal, que chegam a ser até esquisitas. Não estão ruins, mas não estão bons. A única atuação que merece destaque aqui é a de Jack O'Connell. que realmente está excepcional na pele de um homem comum amargurado e abalado pelo fracasso, à mercê da loucura de uma desesperada tentativa de chamar a atenção e da esperança de obter justiça, alcançar aquilo que quer. O homem virou um monstro, um monstro fora de controle. 

Jogo do Dinheiro é uma crônica irregular sobre as magelas do capitalismo e a constante frenesi do mercado financeiro. Mas ainda falta ao filme de Foster equilíbrio, clímax, consistência, qualidade para dar sentido e impulso à temática, ao capitalismo que ela tanto denuncia e acusa. A sensação que fica é a de que trata-se de um filme incompleto, em todos os sentidos. A narrativa é imensamente abusiva, sem direção.

A gente sabe o quanto a Jodie Foster é empenhada. Ela mostra isso ao dirigir Jogo do Dinheiro. Mas que fique claro que ela não é uma grande diretora. Um dia, quem sabe, é possível ela se transformar em uma. Por enquanto, Jodie está engatinhando. É uma atriz fenomenal, uma das melhores, mas é uma diretora esforçada, em fase de amadurecimento, digamos. A pior coisa de Jogo do Dinheiro? O roteiro, lotado de furos e defeitos. As (únicas) melhores coisas são a montagem e a performance do O'Connell.

Jogo do Dinheiro (Money Monster)
dir. Jodie Foster - ★★