terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Os Melhores Filmes de 2019


30. Temporada, de André Novais Oliveira



29. A Favorita, de Yorgos Lanthimos


28. História de um Casamento, de Noah Baumbach



27. Bem-Vindos a Marwen, de Robert Zemeckis


26. Varda por Agnès, de Agnès Varda



25. Rolling Thunder Revue, de Martin Scorsese


24. Pássaros de Verão, de Ciro Guerra & Cristina Gallego



23. Guerra Fria, de Pawel Pawlikowski



22. Vidro, de M. Night Shyamalan


21. As Golpistas, de Lorene Scafaria


20. Ad Astra, de James Gray


19. Toy Story 4, de Josh Cooley



18. Nós, de Jordan Peele


17. Amor Até as Cinzas, de Jia Zhangke



16. Se a Rua Beale Falasse, de Barry Jenkins


15. Synonymes, de Nadav Lapid



14. Atlantique, de Mati Diop



13. Amanda, de Mikhaël Hers



12. 3 Faces, de Jafar Panahi


11. Em Trânsito, de Christian Petzold



10. A Mula, de Clint Eastwood



9. Bacurau, de Kleber Mendonça Filho & Juliano Dornelles


8. O Fim da Viagem, O Começo de Tudo, de Kiyoshi Kurosawa



7. Anos 90, de Jonah Hill


6. Assunto de Família, de Hirokazu Kore-eda



5. Era Uma Vez em... Hollywood, de Quentin Tarantino


4. Dor e Glória, de Pedro Almodóvar



3. Parasita, de Bong Joon-Ho


2. O Irlandês, de Martin Scorsese



1. Sem Rastros, de Debra Granik

MENÇÕES HONROSAS

Ford vs. Ferrari, de James Mangold
Homecoming, de Beyoncé
Meu Nome é Dolemite, de Craig Brewer
No Coração do Mundo, de Gabriel Martins & Maurílio Martins
Como Treinar O Seu Dragão 3, de Dean DeBlois
Homem-Aranha no Aranhaverso, de Peter Ramsey, Bob Persichetti, Rodney Rothman
A Música da Minha Vida, de Gurinder Chadha
Dois Papas, de Fernando Meirelles
Torre das Donzelas, de Susanna Lira
Virando a Mesa do Poder, de Rachel Lears
Fahrenheit 9 de Novembro, de Michael Moore
John Wick 3 – Parabellum, de Chad Stahelski
Coringa, de Todd Phillips
Vingadores: Ultimato, de Anthony Russo & Joe Russo
Todos Já Sabem, de Asghar Farhadi

INÉDITOS

Mirai, de Mamoru Hosoda
Won't You Be My Neighbor?, de Morgan Neville
Grass, de Hong Sang-Soo
The Sisters Brothers, de Jacques Audiard
Minding the Gap, de Bing Liu

OS 15 MELHORES FILMES DESCOBERTOS EM 2019

A Turba, de King Vidor
O Que Resta do Tempo, de Elia Suleiman
As Canções, de Eduardo Coutinho
Muros e Murmúrios, de Agnès Varda
Timbuktu, de Abderrahmane Sissako
Cassino, de Martin Scorsese
Ragtime, de Milos Forman
Lunchbox, de Ritesh Batra
Os Irmãos Cara de Pau, de John Landis
Chumbo Grosso, de Edgar Wright
Garotos de Programa, de Gus Van Sant
A Hora do Show, de Spike Lee
Três Reis, de David O. Russell
Kes, de Ken Loach
O Cidadão Ilustre, de Mariano Cohn, Gastón Duprat

MINISSÉRIE DO ANO



Olhos Que Condenam, de Ava DuVernay

IMPRESSÕES 2019

É bom olhar para trás e ver o quanto 2019 foi importante em muitos aspectos. Pelo menos pessoalmente, o ano vai deixar lembranças muito boas, lições importantes e, de certa forma, saudades. Mais recentemente, nesse mês de dezembro, eu me formei no Ensino Médio. Foi um dos maiores acontecimentos, até porque eu tenho muito afeto pela minha escola, a E.E. Wilson Rachid, ao ponto de ter me emocionado por estar concluindo esse ciclo. Todo o tempo que passei nessa escola me ajudou a crescer, e quando eu digo isso, digo também levando em conta a convivência e a rotina que compartilhei com outros colegas, e isso foi muito enriquecedor no campo das amizades. Na vida escolar, 2019 foi um ano de conquistas, já que além do certificado do ensino médio, eu também me formei num curso na metade desse ano. 

Muita gente vê 2019 como um ano difícil no âmbito coletivo, sociopolítico. E é verdade, o governo desastroso que está no poder não deixa um legado positivo. Pelo contrário. São muitos os retrocessos que assistimos dentro da política. Temos um presidente (e sua gestão) no poder que está deixando o Brasil à mercê da barbárie ambiental, social, ideológica e econômica, e muito embora se fale que o país está começando a andar, conhecemos bem as intenções desse governo. Já prevíamos o estrago desde as eleições. Ironicamente, apesar dos problemas políticos do país, na minha vida pessoal o ano foi bastante positivo. O que mostra que, mesmo com um governo ruim, o importante é a gente não se abater, contar com o senso de união e a esperança de que, mesmo depois de um ano de regressos, estamos aqui de pé resistindo. O povo segue de pé. Isso sempre vai ser necessário. Continuar de pé.  

Eu comecei 2019 empenhado em transformar, com pensamentos mais ligados à mudança, positividade e bem estar. Foi um ano de muitos ensinamentos na questão de eu me conciliar comigo mesmo, de estar dedicado à produtividade, de estar mais conectado ao mundo, sair da zona de conforto. E eu senti isso na necessidade de ter liberdade, felicidade e auto-estima. Quis descobrir coisas novas, arriscar. Para quem se importava "tanto faz" em ter uma vida social, 2019 teve progressos importantes, ainda mais por ter sido o ano em que eu voltei a perceber de verdade a importância das amizades na minha vida. Acho que nunca fiz tantas amizades como esse ano, aliás. E também rompi outras, cometi erros bobos, depois voltei atrás e tentei consertar. Acontece. Mas o sentimento que fica é de que as amizades enriquecem o nosso ser e ajudam a gente a ser alguém melhor.

No amor, tive descobertas, mas também tive aqueles sentimentos bons de quando você se apaixona por alguém muito estimado e próximo de você. E também os sentimentos complicados que surgem quando vocês estão em sintonias diferentes, ou simplesmente não sentem a mesma coisa um pelo outro. Por incrível que pareça, foram poucas as decepções nesse campo, talvez seja um sinal de que eu esteja amadurecendo, procurando um certo tipo de envolvimento, estabilidade, não sei dizer. Eu acho que fui deixando de tentar porque passei parte do ano apaixonado pela mesma pessoa, uma amiga que eu conheci em 2017. O que fica é meu desejo de que 2020 seja um ano de mais descobertas nesse campo. E as lembranças de ter gostado de alguém muito especial pra mim, cuja presença era motivo de alegria. Infelizmente, nos distanciamos por conta de desavenças, mágoas e atitudes idiotas (minhas). Mas isso aconteceu e talvez tenha sido melhor assim para nós dois. O que é bom é ter vivido momentos especiais, mesmo até os mais banais, com essa pessoa. E o amor continua sendo a coisa mais importante das nossas vidas, capaz de nos levantar, nos fortalecer e nos tornar melhores pessoas.

No cinema e na arte em geral, não há como reclamar. Eu vou ter que continuar trabalhando nessa lista até janeiro porque foram muitos os filmes excelentes que saíram em 2019 (e muitos que eu nem assisti ainda). Os filmes que encabeçam a lista (incompleta), até agora, poderiam facilmente empatar em primeiro lugar, de tão especiais que eles são: Sem RastrosDor e GlóriaEra Uma Vez em... Hollywood Parasita, quatro dos maiores filmes vistos em 2019, e igualmente belos e inesquecíveis. 

A experiência mais linda que eu tive numa sala de cinema esse ano foi com o novo do Tarantino, que é uma maravilhosa carta de amor à sétima arte. O filme me impressionou de um jeito que até me deixou emotivo e encantado. Visto em casa, Sem Rastros é honesto e simples, falando da relação de pai e filha com tanta intimidade e sutileza, e ao mesmo tempo, lidando com temas densos: marginalização, as dificuldades de viver em sociedade, abandono, e também liberdade, laços familiares, autoconhecimento. Foi o filme que mais me tocou. Seria injusto deixar ele de fora da lista. 

No cinema em geral, 2019 foi o ano que eu menos assisti filmes. O que não foi exatamente ruim. Eu percebi que eu tive mais tempo para absorver e apreciar aquilo que eu assistia. Mesmo assistindo uma média menor, cada filme era apreciado de forma mais completa, e eu pensava mais sobre eles. Isso ajudou muitos filmes a crescerem na minha memória. Mesmo não tendo assistido aquela enxurrada de filmes num mês só, eu continuo apaixonado pelo cinema do mesmo jeito. E eu dedico essa lista anual ao cinema junto com um resumo do ano. Também lancei aqui uma lista dos melhores discos que eu ouvi em 2019, já que a música esteve tão presente.

Vou sentir falta da escola, já sinto falta dos meus amigos. 2019 teve muitas coisas boas. Poder sair de casa e ver o mundo, aprender coisas novas. Até jogar basquete eu joguei esse ano. Sou terrível em esporte, mas o que vale é a iniciativa. Tentei aprender a andar de skate. Saí com meus amigos uma porção de vezes. E eu vou percebendo, a cada dia, a necessidade de ter gratidão. A gente tem esse costume de ficar reclamando das coisas que acontecem, mas não damos a atenção necessária pras coisas boas que a vida oferece. Ficamos nos estressando com o que não vale a pena, sentindo raiva uns dos outros pelos motivos errados, e deixamos de olhar pro que realmente vale a pena. E apreciar todas as coisas positivas que podem acontecer. Mesmo as mais simples, às vezes são as mais importantes. Esse é o momento de agradecer pelo ano que a gente teve, e por termos chegado até aqui.

Eu comecei o ano com esperança no meu pensamento, porque das coisas que eu aprendi a esperança  talvez tenha sido à qual eu mais me agarrei. Agora que estamos fechando esse ciclo, eu renovo o voto de esperança para 2020. E os meus votos são de que, como esse ano, o próximo venha acompanhado de aprendizados e de descobertas, mas sobretudo de amor, de tranquilidade, de prudência e de conciliação. E o mais essencial que é a gratidão. Eu estive pensando bastante a respeito disso e espero que em 2020 eu tenha mais apreciação da gratidão. E que todos nós possamos continuar nos esforçando pelo melhor, pelo respeito, pela dignidade e pelo que há de melhor na vida. Um excelente ano novo a todos nós, e que 2020 venha acompanhado de amor, esperança e harmonia!!!

BACURAU (2019)


BACURAU profetiza um Brasil próximo, mas cujo futuro depende da ponte que a nação de hoje mantém com seu passado. E faz isso através de uma fábula política travestida de nordestern, e que se permite não apenas construir uma alegoria absurdamente honesta de uma nação dividida pelas diferenças (de classe, regional, étnica), mas uma distopia em que somos retirados do mapa e assassinados aos poucos. BACURAU incorpora as tensões, a brutalidade e o torpor no Brasil de agora, mas ele vai além disso, é mais complexo. É o filme que representa, entre outras coisas, tudo o que se encontra entre a indignação da população e o falso nacionalismo na classe política. É entre um e outro que está BACURAU, o palco do banho de sangue, da profetização da negação de um país e de sua cultura, e da guerra declarada entre quem quer salvar e quem quer destruir uma nação. KMF e Dornelles, e a equipe toda desse filmão inesquecível, obrigado por uma pérola que, além de simbolizar o cinema brasileiro no seu melhor, é o retrato mais sincero possível da chacina política do Brasil 2019. E da resistência popular. 

Todos os brasileiros deveriam assistir BACURAU.

Bacurau
dir. Kleber Mendonça Filho, Juliano Dornelles (Brasil, 2019)

ATLANTIQUE (2019)


Mati Diop filma o amor, o mar, o mistério e os fantasmas como quem espera que eles contem algum segredo, não em palavras, mas em forma de cinema. E eles contam. É um belo, lindo filme de estreia. Diop confirma que é promissora com um filme que mistura romance e suspense, com momentos que flutuam e uma atenção especial pros detalhes que contribuem pra atmosfera fantasmagórica. É um filme especial na maneira como carrega os personagens pra dentro dessa atmosfera, e filma ela com ternura. Misterioso, tenro e sereno, quase mágico, esse filme. Atlantique tem a natureza de um suspense, mas são perceptíveis os cuidados da diretora com a sua forma e com os elementos mais essenciais que ajudam a construir sua narrativa misteriosa. 

Atlantique
dir. Mati Diop (Senegal, 2019)
★★½

3 FACES (2018)



Mais uma bela pérola do querido Jafar Panahi. TÁXI TEERÃ tinha mais cadência, particularidade, mas esse aqui se sai melhor em muitos aspectos. Dos filmes que ele fez depois da prisão, parece que esse aqui é o que melhor respira. Ele lida com a opressão e a falta de liberdade na sociedade iraniana, que são temas que inevitavelmente figuram nesses trabalhos mais recentes, mas a cada filme, há uma lufada de originalidade. Como eu disse, é um filme que respira melhor porque reflete um Panahi mais flexível com suas abordagens, e porque apresenta uma narrativa bastante fértil. Muito gratificante ver que mesmo diante das proibições, Jafar Panahi está firme e forte com seu cinema e continua resistindo fazendo filmes excelentes. 3 FACES é a melhor companhia que a gente poderia esperar para TÁXI TEERÃ e CORTINAS FECHADAS.

3 Faces
Se Rokh
dir. Jafar Panahi (Irã, 2018)
★★★★

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

TIMBUKTU (2014)


Levei muito tempo pra descobrir esse filme. Mas vai direto pra minha lista dos melhores da década. A serenidade aos poucos vai dando lugar ao sentimento de brutalidade, de civilização ameaçada. "Timbuktu", monumental, vai se revelando um grande filme aos poucos, e ao mesmo tempo parece refletir não apenas uma realidade dos muçulmanos numa África de atritos religiosos, mas uma condição da humanidade, uma situação em que domínio, justiça e tirania se interpelam num cenário de controles e privações. É um filme doloroso de se assistir e, ao mesmo tempo, uma cápsula de cotidianos modelados pelas tensões sociais e religiosas ao redor. Filme magnífico. A fotografia é esplêndida. Vale ser lembrado quando falamos em cinema africano. 

Timbuktu
dir. Abderrahmane Sissako (Mauritânia, 2014)
★★★★★

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Indicados ao GLOBO DE OURO 2020

Resultado de imagem para GOLDEN GLOBES STATUETTE

Melhor Filme — Drama

1917
O Irlandês
Coringa
História de um Casamento
Dois Papas

Melhor Filme — Comédia ou Musical

Meu Nome é Dolemite
Jojo Rabbit
Entre Facas e Segredos
Era Uma Vez em... Hollywood
Rocketman

Melhor Direção

Bong Joon-Ho — Parasita
Sam Mendes — 1917
Quentin Tarantino — Era Uma Vez em... Hollywood
Martin Scorsese — O Irlandês
Todd Phillips — Coringa

Melhor Ator — Drama

Christian Bale — Ford vs Ferrari
Antonio Banderas — Dor e Glória
Adam Driver — História de um Casamento
Joaquin Phoenix — Coringa
Jonathan Pryce — Dois Papas

Melhor Atriz — Drama

Cynthia Erivo — Harriet
Scarlett Johansson — História de um Casamento
Saoirse Ronan — Adoráveis Mulheres
Charlize Theron — O Escândalo
Renee Zellweger — Judy

Melhor Ator — Comédia ou Musical

Daniel Craig — Entre Facas e Segredos
Roman Griffin Davis — Jojo Rabbit
Leonardo DiCaprio — Era Uma Vez em... Hollywood
Eddie Murphy — Meu Nome é Dolemite
Taron Egerton — Rocketman

Melhor Atriz — Comédia ou Musical

Awkwafina — The Farewell
Ana de Armas — Entre Facas e Segredos
Beanie Feldstein — Booksmart
Emma Thompson — Late Night
Cate Blanchett — Cadê Você, Bernadette?

Melhor Ator Coadjuvante

Tom Hanks — Um Lindo Dia na Vizinhança
Al Pacino — O Irlandês
Joe Pesci — O Irlandês
Brad Pitt — Era Uma Vez em... Hollywood
Anthony Hopkins — Dois Papas

Melhor Atriz Coadjuvante

Annette Bening — O Relatório
Margot Robbie — O Escândalo
Jennifer Lopez — As Golpistas
Kathy Bates — Richard Jewell
Laura Dern — História de um Casamento

Melhor Roteiro

História de um Casamento
Parasita
Dois Papas
Era Uma Vez em... Hollywood
O Irlandês

Melhor Filme Estrangeiro

The Farewell (dir. Lulu Wang)
Les Misérables (dir. Ladj Ly)
Dor e Glória (dir. Pedro Almodóvar)
Parasita (dir. Bong Joon Ho)
Retrato de uma Jovem em Chamas (dir. Celine Sciamma)

Melhor Animação

Frozen 2
The Lion King
Missing Link
Toy Story 4

How to Train Your Dragon: The Hidden World

Melhor Trilha Sonora

Brooklyn: Sem Pai nem Mãe
Adoráveis Mulheres
Coringa
1917
História de um Casamento

Melhor Canção Original

“Beautiful Ghosts” – CATS
“I’m Gonna Love Me Again” – Rocketman
“Into the Unknown” – Frozen 2
“Spirit” – The Lion King
“Stand Up” – Harriet

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Oscar 2020 — Apostas Iniciais


FILME

1. O Irlandês
2. História de um Casamento
3. Parasita
4. Era Uma Vez em... Hollywood
5. 1917
6. The Farewell
7. Jojo Rabbit
8. Dois Papas
9. Adoráveis Mulheres
10. Coringa

a concorrência

Ford vs Ferrari  Um Lindo Dia na Vizinhança • Richard Jewell • Uncut Gems • O Escândalo • Dark Waters • Dor e Glória • A Hidden Life • As Golpistas Nós Star Wars: A Ascenção Skywalker

DIREÇÃO

1. Martin Scorsese — O Irlandês
2. Quentin Tarantino — Era Uma Vez em... Hollywood
3. Bong Joon-Ho — Parasita
4. Noah Baumbach — História de um Casamento
5. Sam Mendes — 1917

a concorrência

Fernando Meirelles — Dois Papas
Greta Gerwig — Adoráveis Mulheres
James Mangold — Ford vs Ferrari
Taika Waititi — Jojo Rabbit
Lulu Wang — The Farewell

ATRIZ

1. Renee Zellweger — Judy
2. Charlize Theron — O Escândalo
3. Scarlett Johansson — História de um Casamento
4. Lupita Nyong'o — Nós
5. Awkwafina — The Farewell

a concorrência

Cynthia Erivo — Harriet
Alfre Woodward — Clemency
Saoirse Ronan — Adoráveis Mulheres
Julianne Moore — Gloria Bell
Constance Wu — As Golpistas

ATOR

1. Adam Driver — História de um Casamento
2. Joaquin Phoenix — Coringa
3. Jonathan Pryce — Dois Papas
4. Antonio Banderas — Dor e Glória
5. Robert De Niro — O Irlandês

a concorrência

Adam Sandler — Uncut Gems
Paul Walter Hauser — Richard Jewell
Eddie Murphy — Meu Nome é Dolemite
Leonardo DiCaprio — Era Uma Vez em... Hollywood
Mark Ruffalo — Dark Waters

ATRIZ COADJUVANTE

1. Laura Dern — História de um Casamento
2. Shuzhen Zhao — The Farewell
3. Jennifer Lopez — As Golpistas
4. Margot Robbie — Era Uma Vez em... Hollywood / O Escândalo
5. Kathy Bates — Richard Jewell

a concorrência

Annette Bening — O Relatório
Penelope Cruz — Dor e Glória
Maggie Smith — Downton Abbey
Florence Pugh — Adoráveis Mulheres
Taylor Russell — Waves

ATOR COADJUVANTE

1. Brad Pitt — Era Uma Vez em... Hollywood
2. Tom Hanks — Um Lindo Dia na Vizinhança
3. Anthony Hopkins — Dois Papas
4. Al Pacino — O Irlandês
5. Joe Pesci — O Irlandês

a concorrência

Willem Dafoe — O Farol
Alan Alda — História de um Casamento
Christian Bale — Ford vs Ferrari
Sterling K. Brown — Waves
Wesley Snipes — Meu Nome é Dolemite

ROTEIRO ORIGINAL

1. História de um Casamento (Noah Baumbach)
2. Parasita (Bong Joon-Ho & Jin Won Han)
3. Era Uma Vez em... Hollywood (Quentin Tarantino)
4. The Farewell (Lulu Wang)
5. Dor e Glória (Pedro Almodóvar)

a concorrência

Uncut Gems (Ronald Brostein & Irmãos Safdie)
O Escândalo (Charles Randolph)
Nós (Jordan Peele)
1917 (Sam Mendes & Krysty Wilson-Cairns)
Entre Facas e Segredos (Rian Johnson)

ROTEIRO ADAPTADO

1. O Irlandês (Steven Zaillian)
2. Dois Papas (Anthony McCarten)
3. Adoráveis Mulheres (Greta Gerwig)
4. Jojo Rabbit (Taika Waititi)
5. Coringa (Todd Phillips & Scott Silver)

a concorrência

Um Lindo Dia na Vizinhança (Micah Fitzerman-Blue, Noah Harpster)
As Golpistas (Lorene Scafaria)
Dark Waters (Mario Correa, Matthew Michael Carnahan)
Richard Jewell (Billy Ray)
Toy Story 4 (Andrew Stanton‎, Stephany Folsom)

FILME INTERNACIONAL

1. Parasita — Coreia do Sul (dir. Bong Joon-Ho)
2. Dor e Glória — Espanha (dir. Pedro Almodóvar)
3. A Vida Invisível — Brasil (dir. Karim Ainouz)
4. Atlantique — Senegal (dir. Mati Diop)
5. Les Misérables — França (dir. Ladj Ly)

a concorrência

System Crasher — Alemanha (dir. Nora Fingscheidt)
Monos — Colômbia (dir. Alejandro Landes)
Beanpole — Rússia (dir. Kantemir Balagov)
And Then We Danced — Suécia (dir. Levan Akin)
It Must Be Heaven — Palestina (dir. Elia Suleiman)

ANIMAÇÃO

1. Toy Story 4
2. Frozen II
3. Como Treinar o Seu Dragão 3
4. I Lost My Body
5. Link Perdido

a concorrência

Abominável
Klaus
A Família Adams
Weathering with You
Another Day of Life

DOCUMENTÁRIO

1. American Factory
2. Apollo 11
3. Honeyland
4. One Child Nation
5. For Sama

concorrência

Diego Maradona
Democracia em Vertigem
The Cave
Maiden
Rolling Thunder Revue + Western Stars

National Board of Review 2019 — Vencedores


Melhor Filme
O Irlandês

Melhor Direção
Quentin Tarantino — Era Uma Vez em... Hollywood

Melhor Ator
Adam Sandler — Uncut Gems

Melhor Atriz
Renée Zellweger — Judy

Melhor Ator Coadjuvante
Brad Pitt — Era Uma Vez em... Hollywood

Melhor Atriz Coadjuvante
Kathy Bates — Richard Jewell

Melhor Roteiro Original
Uncut Gems

Melhor Roteiro Adaptado
O Irlandês

Melhor Filme Estrangeiro
Parasita

Melhor Documentário
Maiden

Melhor Filme de Animação
Como Treinar o Seu Dragão 3

Melhor Elenco
Knives Out

Melhor Atuação Estreante
Paul Walter Hauser — Richard Jewell

Melhor Cineasta Estreante
Melina Matsoukas — Queen & Slim

Melhor Fotografia
1917 (Roger Deakins)

TOP 10

1917
Dolemite is My Name
Ford v Ferrari
Jojo Rabbit
Knives Out
Marriage Story
Once Upon a Time…in Hollywood
Richard Jewell
Uncut Gems

Waves

TOP 5
Filmes estrangeiros

Atlantics
Invisible Life
Pain and Glory
Portrait of a Lady on Fire

Transit

TOP 10
Cinema independente

“The Farewell”
“Give Me Liberty”
“A Hidden Life”
“Judy”
“The Last Black Man in San Francisco”
“Midsommar”
The Nightingale”
“The Peanut Butter Falcon”
“The Souvenir”

“Wild Rose”

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

YESTERDAY (2019)


Boa parte do tempo é o filme com todas as boas intenções que ele quer ser. Gosto da dinâmica, do personagem que quer fazer as pessoas se lembrarem dos Beatles, ao tocar suas músicas, mas se depara com sucesso musical, dinheiro e estrelato. Ri em muitas cenas, gostei bastante dos atores principais (Patel e James), apesar de tudo há um desfecho à altura do romantismo de Yesterday que é, em diversos sentidos, romântico, tanto ao se tratar do amor do personagem principal pelos Beatles quanto na relação de amizade/amor dele com a garota que foi sua primeira fã e, depois, primeira agente. Delicioso acompanhar as reinterpretações de várias canções lindas daquele grupo de 4 garotos que revolucionou a música. O filme pode falhar quando foca demais na estranheza da situação e não se deixa levar pela beleza da sua premissa, mas até nisso há algo de bom, visto que o filme se torna algo nostálgico e, ao mesmo tempo, moderno. E o humor confirma o charme da intenção e também esse romantismo com um pé na nostalgia e o outro no agora, que de certa forma funciona. Danny Boyle dirige o roteiro que tem o nome de Richard Curtis, responsável por alguns dos meus filmes britânicos favoritos. Então eu entendi porque eu gostei. Enfim, é um filme bonito e eu me diverti assistindo, tanto pela música quanto pela história. Cinema britânico de 2019 me fazendo sorrir.

Yesterday
dir. Danny Boyle
★★½

CORINGA (2019)


Coringa se baseia muito em reverter certas expectativas, muito em relação ao humor, que é ambíguo e gera impressões diferentes nos espectadores, quanto em relação ao próprio personagem principal e como ele é construído dramaticamente. Isso foi fácil de observar quando a sessão, em certas cenas, ficou dividida entre quem gargalhava copiosamente e quem assistia sério, ou no mínimo surpreso. Acho que a reação mais recorrente é justamente essa surpresa. E creio que a atuação impecável do Joaquin Phoenix merece reconhecimento justamente por trabalhar emoções tão diferentes e conseguir conciliar a recepção de cada espectador. Da mesma forma que ele lida com todas essas emoções disruptivas, há todo um caos, que é orquestrado numa performance com uma cadência alucinante.

Phoenix domina a tela com uma atuação tão vertiginosa que o filme dificilmente funcionaria da mesma forma sem ela, sem a mesma intensidade que ele empresta ao personagem, sem tudo o que torna seu Coringa tão particular. Aliás, o Coringa aqui é um Coringa nunca visto, despido dos artíficios de vilaneidade, e construído com uma outra face. E o grande desafio para Phoenix era traduzir essas particularidades do novo Coringa.

A comédia se mistura à crueldade, o humor se torna algo feio, ruidoso, contornado pela bizarrice e pelo desconforto. É um retrato amargo da perversidade à qual Coringa acaba canalizando para se vingar de quem o feriu, e usar como instrumento de caos. A comédia não desestabiliza, ela é o motim dos tormentos do Coringa.

Ambientado na América de Ronald Reagan dos anos 80, Coringa é um retrato necessariamente intrigante da monstruosidade, do ponto de vista social e político, mas também de um ponto de vista particular, moral. Muitas cenas incorporam a monstruosidade quando exploram a fragilidade do Coringa em relação à ela. E é através dela que ele se torna, quase que involuntariamente, um símbolo da violência não-sistematizada, da violência como subversão e pertencimento à sociedade. O filme radicaliza sua violência, trazendo à tona uma imagem ambígua, contorcida e miserável de como o Coringa se torna o Coringa. Um vilão da América, made in America. Coringa consegue ser tão expressivo do estado de mal-estar político e, ao mesmo tempo, tão consistente na construção de personagem, na sua desestabilização frágil e externalização revoltada.

Pensei muito em O Rei da Comédia (inevitavelmente) durante a sessão, sem falar que há outras referências a outros filmes. Mas também em Taxi Driver, em Touro Indomável. A influência scorsesiana é latente, mas também se concentra na ligação do filme com a expressividade incorporada no cinema de Scorsese nos anos 70/80, em especial no âmbito social e político de um país atormentado.

Coringa
Joker
dir. Todd Phillips
★★½

POLÍCIA, ADJETIVO (2009)


Polícia, Adjetivo é um dos filmes mais perspicazes e completos do chamado "novo cinema romeno". Porumboiu arquiteta uma crônica sobre o processo policial, envolto em todas as suas burocracias, com um tom que alterna entre um humor contido, irônico e uma seriedade seca, marca do realismo que esse cinema carrega e que integra o olhar que o filme tem sobre seu protagonista: um policial que é designado a prender um adolescente apenas por ele estar consumindo maconha. Ele reluta em fazê-lo por crer que a prisão é desnecessária e será nociva ao adolescente. O filme acompanha os passos da investigação vagarosa que o policial procede, a fim de descobrir se há algum traficante fornecendo a droga para o jovem, e também para livrá-lo do peso de uma infração que, na Romênia, é visto como um grave delito.

O filme se tensiona justamente ao colocar em análise as visões sobre moral, lei, justiça e criminalidade, dando à crônica um tom necessariamente crítico, quando coloca todo o espectro da investigação do policial, capturada com certo tédio e vagareza, em torno de um caso pequeno, que diante daquelas leis absurdas torna-se um problema enorme. Há uma certa ironia nisso também, mas o melhor do filme está na forma como ele exercita seu clima rigído e ao mesmo tempo jocoso, em torno de um senso de ironia que está ali para contradizer a seriedade à qual o filme se entrega em toda a sua extensão.

Porumboiu molda seu filme sem se distanciar muito do que estamos acostumados a ver no cinema romeno, com a habitual inserção de planos longos e demorados, costurados à narrativa com primor, mas com a consistência suficiente que um filme que pretende justamente excomungar o gênero de cinema policial poderia exercitar, com um roteiro aparentemente simples, porém muito denso, e um elenco em sintonia com as propostas do longa. É um filme admirável e um dos meus romenos favoritos.

Polícia, Adjetivo
Politist, Adjectiv
dir. Corneliu Porumboiu
★★★

sábado, 26 de outubro de 2019

OLHOS QUE CONDENAM (2019)


Intenso, revoltante, instigante, esta é "Olhos Que Condenam", a grata produção da Netflix que é uma das melhores coisas que alguém vai poder encontrar no catálogo esse ano.

É a confirmação definitiva de Ava DuVernay como diretora de grandes trunfos, tanto com um cinema ativista, que se dedica a todo instante a narrar as injustiças que o sistema comete contra o povo negro, e imprimindo na tela toda a revolta e os sentimentos de raiva e indignação que permeiam a condição do afro-americano na sociedade dos EUA: a hierarquia racista e xenófoba de uma nação com um passado escravocrata e um presente "branco", quanto na mise-en-scène, que a cineasta soube trabalhar seu material com tamanha habilidade e precisão.

É de certa forma uma sequência ao 13ª EMENDA, que falava sobre o encarceramento da população negra, e como o sistema penitenciário guarda a infeliz herança da escravidão (e da segregação), manifestada em outros moldes nos dias de hoje: a marginalização, a criminalidade, a negação às oportunidades e a prisão. Talvez seja muito simples apenas pontuar isso, mas é algo muito mais complexo, que está enraizado na construção da nação americana.

"Olhos que Condenam" me deixou vidrado... acho que há muito tempo eu não via uma minissérie que me deixasse tão atento assim. E ao mesmo tempo me vi ali junto com os personagens, acompanhando o drama da condenação injusta. A injustiça é sem tamanho e a indignação é recorrente, também há uma necessidade de mostrar o que acontece no interior com esses rapazes, expostos à injustiça e forçados e lidar com o encarceiramento tão novos, como isso se torna um divisor de águas na inocência de adolescentes despreocupados que se tornam criminosos convictos e ganham a atenção da mídia graças a um processo fraudulento, apressado e forjado pela polícia.

O tom de denúncia é latente, e há plena consciência do quanto é forte do que a minissérie se trata, e da importância que ela tem, seja ao trazer para a tela uma história que traz cinco rapazes que são, eles próprios, as provas vivas da injustiça, do racismo e das falhas de um sistema desumano e despreocupado com a real justiça, tanto quanto para configurar uma forte crítica ao governo de Trump, que inclusive é mencionado como tendo proposto à época que os cinco garotos fossem sentenciados à pena de morte por um crime que não cometeram.

Make America White Again? A "América branca" foi construída debaixo do genocídio de indígenas, da escravidão de negros e da violência de conflitos sangrentos. Pra mim essa minissérie também é, essencialmente, um retrato de como a América é colorida por essa violência, na sua história e na cultura do racismo e do preconceito. A violência está fortemente presente porque a opressão das autoridades é a principal marca do sistema ianque. DuVernay traz para este trabalho a tristeza e a indignação, e de alguma maneira o descontentamento com a vileza de um governo que parece assentir com as injustiças que acontecem no país. Há uma urgência, e "Olhos que Condenam" incorpora bem o sentimento do qual a população negra está impregnada: justiça.

Com um elenco admirável, um grupo de atores que estão excelentes e merecedores de reconhecimento, "Olhos que Condenam" merece destaque. E Ava DuVernay merece ser celebrada como uma das melhores cineastas em atividade hoje nos EUA. Essa minissérie é imperdível.

Olhos que Condenam
When They See Us
dir. Ava DuVernay
★★★½

domingo, 22 de setembro de 2019

Aniversário do Blog e Minha Lista Pessoal


O blog está completando hoje cinco anos. Desde então, mudei meu jeito de ver os filmes, de escrever sobre eles, de colocar em palavras minhas experiências, meus contatos com as produções, e as várias paixões que o cinema fez florescer, sendo o cinema ele próprio um grande amor. Neste cinco anos, desde que comecei a comentar sobre esses filmes, amadureci em muita coisa, no estilo de escrever, na maneira de comentar e de observar esses trabalhos, mas sempre encantado pelo cinema. Posso dizer que 2014 foi o ano que vim a me tornar oficialmente um cinéfilo, no momento em que esse blog estava em gestação, muito embora em 2013 eu já estivesse engatinhando nisso, conhecendo filmes e cineastas, acompanhando prêmios, me tornando um amante do cinema. E foi extraordinário, a cinefilia me transformou e acompanhou, também, muitos momentos da minha própria transformação pessoal, de me tornar quem sou. E é por isso que tenho o cinema sempre perto de mim, como um porto seguro.

Em comemoração aos cinco anos que eu estou escrevendo sobre cinema nesse blog, compartilhando minhas experiências e a minha paixão pela arte, publico minha lista dos filmes que eu considero os melhores. Publicarei mais listas daqui em diante, porque essa é uma das coisas que eu mais gosto de fazer, e que a tarefa de comentar nesse blog tornou uma rotina, mas essa lista em especial, a dos filmes do coração, vem para celebrar o cinema, meu contato com ele e os filmes que, de alguma forma, me mudaram. 


01. Cidade dos Sonhos (David Lynch, 2001, E.U.A.)


02. Aurora (F.W. Murnau, 1927, E.U.A.)


03. Antes do Pôr-do-Sol (Richard Linklater, 2004, E.U.A.)


04. O Portal do Paraíso (Michael Cimino, 1980, E.U.A.)


05. Um Corpo que Cai (Alfred Hitchcock, 1958, E.U.A.)


06. Gosto de Cereja (Abbas Kiarostami, 1997, Irã)


07. Carol (Todd Haynes, 2015, E.U.A.)


08. 35 Doses de Rum (Claire Denis, 2008, França)


09. Faça a Coisa Certa (Spike Lee, 1989, E.U.A.)



10. Amor à Flor da Pele (Wong Kar-Wai, 2000, China/Hong Kong)


11. Toni Erdmann (Maren Ade, 2016, Alemanha)


12. Edward Mãos de Tesoura (Tim Burton, 1991, E.U.A.)


13. A Dama na Água (M. Night Shyamalan, 2006, E.U.A.)


14. Magnólia (Paul Thomas Anderson, 1999, E.U.A.)


15. O Poderoso Chefão (Francis Ford Coppola, 1972, E.U.A.)


16. A Rosa Púrpura do Cairo (Woody Allen, 1985, E.U.A.)


17. Uma Mulher Sob Influência (John Cassavetes, 1974, E.U.A.)


18. O Caçador de Dotes (Elaine May, 1971, E.U.A.)


19. Menina de Ouro (Clint Eastwood, 2004, E.U.A.)


20. Pai e Filha (Yasujiro Ozu, 1949, Japão)