quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Mensagem em defesa da nossa democracia (Eleições 2022)

Se Lula vencer em 1º turno, Bolsonaro vai lançar sua ofensiva contra o resultado das urnas. Se Lula estiver na frente, e a eleição for pra 2º turno, então esperem uma ofensiva ainda mais incisiva.

É óbvio que Bolsonaro espera que seus estímulos golpistas fomentem uma espécie de insurreição bolsonarista, de espírito anti-petista, que ponha em xeque e conseguintemente derrube o resultado democráticos das eleições, no mesmo molde do curioso atentado ao Capitólio, em janeiro de 2021, nos EUA, que tinha um propósito similar de desgaste da democracia. 

Tentar derrubar o resultado de eleições diretas, livres e democráticas é um golpe óbvio contra a democracia, as instituições eleitorais funcionais e os direitos políticos do povo em geral. O direito à democracia está em risco. É algo grave e inadmissível.

Que Bolsonaro vai tentar sabotar essa eleição, isso é apenas o esperado dele. Não podemos achar que o mesmo homem eleito em 2018 com um discurso autoritário, essencialmente anti-democrático e anti-petista vá amolecer seu coração e aplaudir resultados que, conforme sugerem agora as pesquisas, favorecem seu principal adversário político, numa eleição da qual ele poderia sair um tanto prejudicado. O que temos que saber agora é como reagir a uma eventual escalada autoritária e golpista.

Que as instituições, como o TSE, façam uma justa frente à essa ameaça, e respondam à altura da gravidade dela. Que os resultados sejam prontamente respeitados, que o próximo presidente seja  reconhecido com essa mesma prontidão, assim como Bolsonaro ele próprio foi reconhecido em 2018, inclusive por seus detratores. Caso ele ganhe, tenho certeza que os eleitores de Lula, como os eleitores de Haddad em 2018, não tentarão em nenhuma instância justificar um "fraude" nas urnas para reverter os resultados, pois eu não ouvi ninguém, exceto por uma piada de indignação, que o tenha feito naquelas eleições.

Que essas eleições sejam efetivamente resguardadas e validadas pela população, pela classe política e por todas as esferas do poder.

Que qualquer tentativa ou sugestão por menor que seja de escalada autoritária, que venha a por em risco a legitimidade do processo eleitoral, seja reavaliada, dirimida e devidamente contornada. E que o Brasil saiba defender suas eleições nesse momento de delicada resposta eleitoral ao governo Bolsonaro, e de uma possível e prevista transição democrática. 

No Brasil, nosso processo eleitoral é forte, bem quisto e bastante seguro. Que essas eleições reafirmem a força da nossa democracia.