007 - Operação Skyfall acertou em cheio! A celebração dos cinquenta anos de um dos maiores ícones cinematográficos de todos os tempos não poderia vir de melhor forma. Requintado, elegante, bem-montado e excelentemente caracterizado, Skyfall merece e ganha o apetitoso e consagrador título de obra-prima não só apenas por maravilhar o público em incandescentes segmentações de ação, mas também por eleger e interpretar tão brilhantemente a história que então se torna uma das mais belas e ricas aventuras do agente secreto.
Nem tão artificial mas nem tão supérfluo. Skyfall é ótimo à sua maneira, quero dizer, à maneira de Sam Mendes. Cala-se a polêmica da seleção do cineasta para dirigir o filme lá em 2012, pois muitos suspeitavam que a obra em questão seria desvalorizada por ele. Contrariamente a isto, Mendes no final foi a melhor escolha possível para a película, e agora mesmo não tenho dúvida que ele fará um tremendo trabalho em Spectre, próximo longa da cinesérie de lançamento neste ano, cujo Mendes e Craig estarão novamente membrados. Quanto à Daniel Craig, não tenho mais nem o que dizer, no sentido de estar tão bem certo a partir do talento e da competência dele na pele de Bond, inicialmente visíveis lá em 2006, com 007 - Cassino Royale.
Com respeito ao autêntico estilo, Skyfall ainda sim consegue inovar, é claro, sem perder o senso e o clima originais. Por exemplo, há uma parte, mesmo estando disposto dos mais ricos instrumentos de tecnologia e da mais alta qualidade, James Bond (spoiler à frente) ainda sim acaba com a vida de seu inimigo usando uma enferrujada e velha faca, ou então na cena que reclama dos automóveis modernos, rastreados e monitorados, dificultosos a uma fuga ou despiste (o momento mais nostálgico da trama, no qual o agente resgata do fundo do baú o famoso automóvel de 007 - Goldfinger para esconder a M).
E tal bem igual como Goldfinger, O Espião que me Amou, 007 Contra Octopussy, 007 Contra a Chantagem Atômica entre outros, Skyfall torna-se um notável clássico da franquia. Uma peça de valor incalculável dentre as mais outras. A M (Judi Dench), personagem que geralmente aparece como coadjuvante nos filmes da franquia, ganha um maior destaque em Skyfall. Um destaque protagonista, pela análise, mas que não deixa de ser um grande e formidável destaque. Gostei disto em Skyfall. Tão quanto senti a ausência das bond girls, apesar de ter me divertido com a secretária Eve Moneypenny deste filme, sensualmente encarnada por Naomie Harris, que também não deixa suspeitas quanto à sua participação no próximo Spectre.
Enquanto Christoph Waltz, vilão veterano conhecido principalmente pelo sádico entretanto cômico Hans "Bingo" [risos] Landa de Bastardos Inglórios se prepara para estrelar o grande mal-feitor de Spectre, outro grande talento igualmente famoso por um vilão marcante das telonas encarna aqui um dos mais repugnantes inimigos de James: Silva, ou Tiago Rodriguez. Estou falando de Javier Bardem, lembrando da sua impecável atuação em Onde Os Fracos Não Tem Vez, aqui fazendo outro inesquecível vilão, tanto em aspectos internos, da franquia; quanto em aspectos externos, do cinema.
E assim aguardo por novembro (previsão), ainda que longe, nas esperanças de novamente encontrar outra lendária obra da série como esta. Celebro Sam Mendes, celebro Daniel Craig, celebro o glorioso elenco, celebro o simbólico roteiro, celebro 007! Celebro Skyfall! Celebro Adele, pela incrível música-tema homônima, e até agora a melhor, empatada com "Goldfinger"! Celebro tudo o que mais há de bom nesta obra, dentre os mais detalhistas e formais elementos a mais eletrizante passagem presente. Muito bom.
007 - Operação Skyfall (Skyfall)
dir. Sam Mendes - ★★★★★