terça-feira, 17 de março de 2015

Crítica: "AS AVENTURAS DE PADDINGTON" (2014) - ★★★


Ver Nicole Kidman como vilã realmente não tem preço (engraçadíssima, especialmente na cena do táxi que ela contracenou com Matt Lucas). Ou melhor, revê-la, já que lá na década de 90, impressionou meio-mundo com Suzanne em Um Sonho sem Limites (puxa, preciso ver de novo...) e o nem-tão-velho A Bússola de Ouro, que vira e mexe é estrela das sessões noturnas de terça, sexta ou sábado no SBT. Foi uma das melhores coisas desta comédia britânica, que apesar de infantil, é prazerosa e divertida, tem um elenco excepcional e uma história deliciosa.

Paddington é um dos personagens mais famosos de todo o Reino Unido. Um ícone, possivelmente equivalente ao Zé Colmeia ou ao Mr. Bean, em quesitos culturais. Essa personalidade trata-se de uma rara espécime de urso, originário do Peru, cujos tios tornaram-se grandes amigos de um explorador inglês. Paddington tem como sonho visitar Londres: faz inúmeros treinos, aprende a língua, etc... E ao chegar no seu destino, o ursinho acaba vendo um mundo discordador de suas expectativas, o que lhe aborrece. Entretanto, ele é adotado por uma simpática e, nas palavras dele, "estranha" família após, numa noite, ser encontrado vagando pela Paddington Station, em Londres.

Olha, já faz um tempinho que não vejo um filme do estilo live-action mesclado com animação: fofo, todo amalgamado, pronto para abraçar fortemente os olhos de seu espectador, oferecendo-o uma linda oportunidade de presenciar a beleza do gênero. Mas é preciso disposição. Há todo uma combinação entre espectros na fotografia, algo particularmente fantástico, além do ritmo das cores, e tudo mais. 

Pelo contrário do que eu imaginava, a fofura e os belos traços de As Aventuras de Paddington me encantaram. O que era bobo acabou me enfeitiçando, como se em mim tivesse encarnado novamente aquele espírito de criança que facilmente se maravilha ao ver a Branca de Neve cantando gentilmente no grande clássico da Disney numa das passagens mais lindas, e que ao longo de um período, esquece o quão viva era aquela cena quando a inocência já dominava o sentimento de amor e ilusão. Puxa, é até triste pensar que os bons tempos da inicial infância foram tão rarefeitos, quase esquecíveis. É por isso que rende reconhecer de vez em quando o trabalho magnífico por trás de uma película, pelo primeiro olhar, infantil, mas que aos créditos, suprema. 

Julie Waters, Jim Broadbent, Sally Hawkins, Imelda Staunton, e todo o elenco britânico do bom e do melhor está reunido neste filme, que por si, também é bem inglês. Não é mel, é marmelada. As Aventuras de Paddington é uma animação que deve ser vista, pois o que ela tem de memorável, tem de carismática e bela. 

As Aventuras de Paddington (Paddington)
dir. Paul King -

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