Ver Jennifer Aniston atuando em comédias é bem usual. Pra começar dizendo a verdade, Jennifer Aniston mesmo só era boa em Friends, por que o cinema nunca foi seu forte. Cake - Uma Razão para Viver é o primeiro filme maturo de Jennifer Aniston, bem assim como sua estreia em uma personagem dramática, algo que chamou muito a atenção nos últimos tempos. Aclamada pela performance, Aniston parece bem segura de si, fora do ninho. É a primeira vez que seu talento me atrai. Um talento que, volto a repetir, só mesmo visível em Friends. Por isso, Cake - Uma Razão para Viver é uma boa chance de vê-la, pela primeira vez, competente num trabalho cinematográfico.
Atire a primeira pedra quem não concordar: 2014 foi um bom ano para produções independentes. Mesmo assim, discordo que Cake - Uma Razão para Viver, seja uma das principais. Cake, mesmo ao contar com a grande participação de Jennifer, é decepcionante, vazio, melancólico (por falta de observação) e choroso. Muito choroso. Cake - Uma Razão para Viver deixa o público sem respostas para questões anteriormente criadas na trama, o que pra mim, foi inaceitável (e o que infelizmente ocorre por toda a película).
Cake - Uma Razão para Viver cria um clima incessante de suspense com comédia, que não combina com a imagem dramática da jornada desesperada da problemática Claire Simmons, uma dona-de-casa derrotada com os problemas de um cauteloso passado tentando reconstruir o suicídio de uma das integrantes do grupo de apoio que participava, Nina. No meu ver, Cake - Uma Razão para Viver não soube utilizar corretamente os instrumentos ao redor. O roteiro limita detalhes a partir de alguns acontecimentos na vida da protagonista, o que já afirmei, me deixou aborrecido. Aniston trabalhou bem sua protagonista, por mais mal-escrita que ela foi, dando ênfase à culpa e ao sofrimento. É meloso, mas gostei do mesmo jeito.
Por isso, pessoal, se há uma verdadeira razão para ver Cake - Uma Razão para Viver é Jennifer Aniston. Unicamente ela, se é que posso dizer. Tem a Adriana Barraza, que em uma cena, extravasa com tudo, o que eu particularmente adorei, brigando em espanhol com Claire. Huffman não tem destaque e H. Macy só aparece em uma cena ainda atuando num misterioso carácter sem nome. Foi um sufoco sustentar essa falta de conexão do filme. Mas Aniston e a trilha sonora salvaram o que eu chamaria de decepção. Ou um sentimento de pânico interior meramente ligado à frustração e ao indômito. Pra finalizar: você não achará nenhuma "razão para viver" em Cake, tal como o maldito título oferecido ao drama americano pelas distribuidoras brasileiras sugerem.
Cake - Uma Razão para Viver (Cake)
dir. Daniel Barnz - ★★
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