sexta-feira, 6 de março de 2015

Crítica: "COLD MOUNTAIN" (2003) - ★★★★


Fabulosa! Uma obra digna de reconhecimento por toda a sua produção épica. Discordo, mas respeito, aqueles que acharam Cold Mountain um saco, pois sei eu que tenho um fraco por dramas históricos, cujos aprecio muito, então, aqui me expresso apenas para informar a precisão desta película no meu ponto de vista cinematográfico, espiritual e reflexivo.

Primeiro de tudo, Cold Mountain não seria algo sem a perfeita dramatização do elenco. Isto é, Jude Law, Renée Zellweger, Nicole Kidman, Natalie Portman (uma surpresa pra mim, já que não tinha a informação de que ela fazia parte do filme) e Philip Seymour Hoffman. Porém, minha atenção fixou-se mesmo em Renée Zellweger, numa performance badalada por aclamação e prêmios, todos igualmente merecidos à ela. Kidman puxou para uma coadjuvante, apesar de ter tido bons momentos na trama. Jude Law surpreendeu e maravilhou, mas deixou de preencher alguns espaços que fizeram falta. Portman belamente roubou a cena. Um dos maiores, roubos de cena. Apenas por alguns minutos, ela foi a estrela. 

Anthony Minghella analisou estonteantemente o romance de Charles Frazier, tão bem quanto O Paciente Inglês. Na verdade, seus filmes, a maioria adaptações, tem cara de romance, em tudo: o diálogo, a caracterização... É incrível. Ainda mais nesta obra, cuja vos garanto que é maravilhosa neste quesito: roteiro. A direção também pode alegrar alguns, apesar de não ser nada ao lado do que ele fez em O Paciente Inglês e em O Talentoso Sr. Ripley. Neste filme, não temos Binoche, mas, como já dito, temos Zellweger, que lá não faz tanta diferença, já que ambas são dotadíssimas de talento e uma aguçada percepção para encarnar atrizes coadjuvantes nos filmes do britânico Anthony (e faturar Óscares por elas). 

Quebrando logo a dúvida de quem ainda não assistiu ou procura assistir Cold Mountain: não é um musical. Pouquíssimas canções, ao todo quatro, são apresentadas ao longo de seus 150 minutos, o que já de início pode causar eventuais desencontros pelo espectador, afinal, Cold Mountain muito bem poderia ser um musical, mas aí, teria que ser bem mais esforçado do que é como drama. Não sei bem se funcionaria, mas não custava tentar (ou custava?). 

Milhões de vezes tentei ver Cold Mountain. Certo tempo, achei no Telecine Cult, mas não vi até o final, logo que o mesmo estava no meio. Não consegui encontrar na Netflix, e igualmente não teria paciência, apesar de ter apenas poucas dúvidas de que lá pode-se encontrar-lo. O jeito mesmo foi procurar em DVD. Procurei e achei. E depois de um longo tempo, apenas nesta tarde, minha missão de vê-lo foi cumprida. Bem, Cold Mountain pra muitos é um dramalhão "chorável" cheio de blé-blé-blé e uma história de amor frouxa e fraca. Na minha opinião, não é verdade. Até por que o filme envolve, cria, ocasiona um clima tenso de mistério e persuasão, mesmo que esteja em desfoco, ao narrar a tão impiedosa jornada romântica de Ada e Inman. Muita gente, ao seriamente desvalorizar Cold Mountain, recomendou o drama francês Amor Eterno, de Jean-Pierre Jeunet, com Audrey Tautou e Marion Cottilard, que automaticamente entrou para minha lista de pedidos. Acredito que o mesmo possa até me encantar mais do que este filme em si, pois compreendo que histórias recheadas de sentimentalismo ou com personagens fortes variam de pessoa para pessoa, no entanto, Cold Mountain foi muito lindo. Sinceramente, é lindo mesmo. Elenco, fotografia, (brilhante) trilha sonora... Tudo te cativa até o último segundo, pois é isto que nos move dentro da sala de projeção: a paixão pela história que é contada. 

Cold Mountain (Cold Mountain)
dir. Anthony Minghella - ★★

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