Dentre os filmes essenciais da cinefilia, é impossível exceder Psicose, o filme mais conhecido do cineasta mais impactante de uma geração
inteira (e um dos mais geniais, temo). Psicose, por mais dos poucos recursos que utiliza, é um filme
fantástico. Uma lendária obra-prima cinematográfica, um dos nossos tesouros
mais preciosos. As técnicas simplistas de Alfred Hitchcock não necessitam de
explicação em um de seus filmes onde a direção é um dos elementos que mais se
destaca.
Não há como duvidar, sob qualquer visão, do filme, quero dizer, das técnicas. São primitivas, é correto, mas são revolucionárias. É um dos pontos mais extraordinários de Psicose. Numa época onde filmes do gênero eram bem mais arriscados por serem polêmicos e violentos, Psicose tende a ser uma inovação lindíssima, e isso inclui a divina performance de Janet Leigh e a eletrizante trilha sonora.
O fim do espetáculo é o melhor. Inteligente, fugaz, indelicado e louco. É esse Hitchcock que eu admiro. Dono de uma filmografia ímpar, única, Alfred parece estar bem relaxado à Hollywood, um avulso universo de gêneros. Parece indiferente ao notar que é o maior representante de um gênero complexo e difícil. Homem de poucas palavras, não o culpo. Suas maravilhosas películas respondem ao título lhe dado.
Sem efeitos visuais, sem computação, sem maquiagem, sem mixagem... Hitchcock fez nascer um cinema. Um cinema que particularmente me encanta. Neste filme, esse cinema dispensa pesados atrativos, ainda que nele tenha uma cena das mais icônicas já feitas na história, além de ser uma das mais bem fotografadas (e incluir um grito ainda mais simbólico). Cabelos molhados, papel rasgado, toalha arrancada... Psicose é tenebrosamente detalhista. Característica que exige atenção do espectador. Pra mim mesmo, clássico que é clássico só mesmo como Psicose: elementar e provocante, belo e feio ao mesmo tempo, novo e sensato, e que é claro, conte uma memorável história, para matar a fome, sabe? Nesse quesito, posso-lhes confiar: Psicose é um banquete!
Psicose (Psycho)
dir. Alfred Hitchcock - ★★★★★
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