Puxa vida, que filme! Que direção! Que elenco! Que história! Que versatilidade notória! Gangues de Nova York é um baita espetáculo, e sem sombra de dúvidas, um dos maiores e melhores filmes dirigidos pelo mestre Scorsese. Dono de uma beleza visual incrível e uma jornada ainda mais eletrizante, Gangues de Nova York não poupa esforços para conseguir levar o público ao instinto mais instabilizante possível na poltrona do cinema. Isso por que até mesmo conduzir seu retrato é algo que necessita coragem, talento e dedicação.
Entrou na lista dos filmes que veria de novo. Filmes que rendem seu tempo. Filmes que rendem processo. E são desses filmes que nascem os clássicos. Inevitavelmente, diria eu, Gangues de Nova York é um clássico cinematográfico, por mais contemporâneo que seja. E afinal, por que não? Há muitas produções atuais pagando esse tão querido título. Várias produções, para ser mais categórico. Gangues de Nova York não só tem a bravura de maravilhar o público como também consegue ser maximamente emocionante, cativante, purificante. Dentre a atual carreira de Scorsese, Gangues de Nova York perde apenas para Taxi Driver, Os Bons Companheiros, Touro Indomável e A Invenção de Hugo Cabret como melhor filme, respectivamente. Ou talvez, essa lista nem exista, por que como Scorsese literalmente nunca falha, essa comparação nem seja tão precisa.
Esta película trata-se de uma das maiores aulas de história que eu já tive. Um professor que soube ensinar ao seus alunos muito bem a significância dela, por meio de um caminho bem complexo cheio de tramas e reviravoltas de um clímax absurdo. E é lógico, o conteúdo é ainda melhor.
Estrelando o elenco de mão cheia, temos um Daniel Day-Lewis patriota e racista, opositor do governo de Abraham Lincoln e da imigração irlandesa, o que acaba resultando em uma dupla ironia, pois Day-Lewis é irlandês, e a exatamente dez anos depois do lançamento desta obra viria a interpretar Lincoln, numa das performances mais belas já vistas: uma prova do talento esmerado deste ator contundente, que não é por surpresa, também é brilhante aqui. Em sua primeira colaboração com Scorsese, DiCaprio também conseguiu atuar vivamente, o que de uma forma, resultou numa bela esnobação por todo o seu trabalho, já que o reconhecimento recaiu mais à Day-Lewis, elogiadíssimo e igualmente premiado por este filme. Cameron Diaz na sua interpretação mais matura também não é de se jogar fora. Jim Broadbent ainda dá um brilho com uma atuação instintiva, mas um pouco em off.
Como já é de ver, a garantia que se tem de ver Gangues de Nova York bem mesmo é uma eufórica obra-prima do cinema, uma competente aula de história americana. Uma importante peça cinematográfica. Uma valiosa direção, um artimanhoso elenco, um genial roteiro, uma atroz trilha sonora... E outras mil e uma qualidades que até podem deixar o espectador desapontado, mas satisfeito.
Gangues de Nova York (Gangs of New York)
dir. Martin Scorsese - ★★★★★
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