quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Lista de melhores do ano


  1. First Cow
  2. Joias Brutas 
  3. Asako I & II
  4. Retrato de uma Jovem em Chamas
  5. Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre
  6. Os Miseráveis
  7. Má Educação
  8. Adoráveis Mulheres
  9. Dragged Across Concrete
  10. O Caso Richard Jewell
  11. Você Não Estava Aqui
  12. Roubaix, Une Lumière
  13. Transtorno Explosivo
  14. Peterloo
  15. O Paraíso Deve Ser Aqui
  16. O Oficial e o Espião
  17. O Preço da Verdade
  18. Um Lindo Dia na Vizinhança
  19. Entre Facas e Segredos
  20. A Despedida / Honeyland
Critério:
Filmes com ano de lançamento de 2018 a 2020, vistos nesse ano de 2020. A minissérie é de 2016, mas ela tinha que entrar nessa lista.

Muitos filmes deixaram de ser lançados e os cinemas estiveram fechados boa parte do ano, mas mesmo assim não faltaram filmes bons, e a gente deu um jeito de interagir com o cinema (e é isso que importa). Contou também que nesse ano tão bagunçado o cinema talvez tenha ficado em segundo plano, o que não diminuiu sua força. É só dar uma olhada nos filmes dessa (e de qualquer) lista. 

Uma nota sobre a quantidade de filmes que levam a direção (e co-direção) feminina: mais filmes dirigidos por mulheres significou maior variedade de temas e pontos de vista diferentes, mas também maiores presença e afirmação da mulher nas telas, algo que é muito caro nos nossos tempos. É bom ver que tantas obras de mulheres se destacando assim fortalece a pluralidade, não só da indústria mas das próprias produções.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

THE NIGHT OF (2016)


Catártico. The Night Of vai fundo ao examinar a injustiça e as barreiras racistas na América. Doloroso ao constatar liberdade, respeito e dignidade esmagados, e o sonho americano despedaçado em virtude da intolerância. A série me deixou nocauteado, como se cada episódio fosse um soco, despertando e depois sacudindo, para essa realidade brutal do sistema judicial, refletindo nele as feridas, heranças da segregação e o ódio presentes em uma sociedade impregnada de xenofobia e, tristemente, impunidade. Cada episódio dessa minissérie forte, intrigante e de um elenco em estado de primor, vem munido de potência, tensão e uma porrada de sentimentos, que vão da indignação, acompanhada de raiva, à ternura, acompanhada de um pouco de alívio, já que mesmo com toda a situação chegando ao limite (e todos os problemas), os personagens, como o advogado "porta de cadeia", a família, acabam agindo pra trazer esperança dentro daquela tempestade. A minissérie, brutal, dilacerante, dá um pouco de espaço pra gente respirar com esses personagens. 

terça-feira, 30 de junho de 2020

Revisão do 1º Semestre

Uncut Gems first look review – An uncut masterpiece from the Safdie bros

Um balanço dos lançamentos conferidos nessa primeira metade de 2020. Não estranhem a lista estar tão misturada, pois o critério agora é: filmes lançados em qualquer plataforma + os inéditos, de 2018 pra cá. A lista deve engrossar, porque ainda tem coisa pra conferir. Os títulos em negrito compõem os 5 melhores da lista. O 1º lugar de um ranking ficaria com Joias Brutas.

Em ordem alfabética

1917 (Sam Mendes)
Adoráveis Mulheres (Greta Gerwig)
Asako I & II (Ryusuke Hamaguchi)
Cadê Você, Bernadette? (Richard Linklater)
O Caso Richard Jewell (Clint Eastwood)
A Despedida (Lulu Wang)
O Homem Invisível (Leigh Whannell)
Honeyland (Ljubomir Stefanov & Tamara Kotevska)
Joias Brutas (Irmãos Safdie)
Um Lindo Dia na Vizinhança (Marielle Heller)
Peterloo (Mike Leigh)
O Preço da Verdade (Todd Haynes)
Roubaix, Une Lumière (Arnaud Desplechin)
System Crasher (Nora Fingscheidt)

Os melhores no geral

E esses são os destaques, grandes ou ótimos filmes, não apenas lançamentos, que foram vistos nesse período, em ordem de preferência. Deixei de fora apenas as estreias que eu incluí no top 30 de 2019 que eu vi em janeiro, quando eu não tinha fechado a lista ainda. 

A Última Noite (Spike Lee)
Segredos do Poder (Mike Nichols)
Narradores de Javé (Eliane Caffé)
Samson and Delilah (Warwick Thornton)
Entre Facas e Segredos (Rian Johnson)

e uma série
Família Soprano (A Primeira Temporada)

quinta-feira, 25 de junho de 2020

SAMSON AND DELILAH (2009)

Samson & Delilah (Australia 2009) | The Global Film Book Blog

Me lembrou do recente LEAVE NO TRACE, especialmente na dura transição de um ato pro outro, quando os personagens saem de sua rotina numa cidade isolada e se veem jogados no mundo, sem rumo. A mudança no clima do filme é óbvia, mas tem bem mais por trás desse lado aparente. Quando os personagens são jogados de uma realidade pra outra, seus laços permanecem intocados. A falta de diálogos (o casal principal não troca uma palavra) curiosamente reforça ainda mais toda a conexão entre eles, na mesma medida que aquela situação de abandono (e a dificuldade de se afirmar no mundo e de ter o seu espaço nele) põe essa conexão à prova. O resultado é tanto encantador e doce quanto amargo e brutal. O filme opera nesses dois climas, filtrando como eles perseveram (ou não) diante das dificuldades. Com  um elenco fenomenal, SAMSON AND DELILAH (2009, dir. Warwick Thornton) é uma pérola escondida do cinema australiano, um retrato particular da vida dos nativos, lidando com a marginalidade, a exploração, a violência e a negação da sociedade, mas sem nunca desviar seu olhar de empatia, especialmente no campo sentimental, mesmo ao mostrar o quanto a vida e a sociedade são duros com eles.  

domingo, 21 de junho de 2020

FAMÍLIA SOPRANO (Primeira Temporada)

The Sopranos' 20th Anniversary: Here's Your Complete Guide to Rewatching It  - The New York Times

A terapia da máfia

À medida que Tony Soprano lida com as responsabilidades da vida em família, a série emplaca uma tensão que ameaça explodir de instantes em instantes. O chefão da máfia resolve desabafar com uma psiquiatra, e as consequências não caberiam nesse texto. Família Soprano navega numa tensão sempre dilacerante, dos choques entre os personagens, uma família instalada no meio do crime, e todas as suas conexões complicadas. O formato aparentemente fácil do universo gângster se aprofunda nas camadas árduas das relações familiares e humanas em conflito. Os episódios não giram em círculos, ao contrário, cada espaço da trama passa pela análise, cada personagem está exposto. Com um roteiro dos mais bem resolvidos, Família Soprano tem muitos acertos, blindados por um elenco mais que inspirado (sem exceções, o ponto alto da série são as atuações). A série não deixa que a violência sozinha a conduza e dite seu clímax. É nas cenas no consultório, nas conversas em família, ou nos momentos em que os personagens são despidos (emocionalmente) e colocados à prova, que a série concentra sua força. Entraria fácil num top 10 da televisão americana. 

domingo, 7 de junho de 2020

ADORÁVEIS MULHERES (2019)

Confira o primeiro trailer de “Little Women”, novo filme de Greta ...

Greta olha pra trás, na Guerra Civil Americana, pra lidar com as questões que a era #MeToo levantou, e as fragilidades sociais da época de Alcott, convergindo em preocupações atuais. A seriedade divide lugar com o entretenimento, e o elenco, em estado de graça, se doa pros personagens do romance. Enquanto os homens saem pra ir à guerra, as mulheres permanecem em casa, as filhas se descobrem e a mãe toma conta como pode. Greta tentou traduzir "Mulherzinhas" e saiu do outro lado com frescor e propriedade, intercalando dois momentos diferentes, como um balé cinematográfico, e tentando resgatar o que cada personagem experienciou naquele tempo. Uma sequência deliciosa pro LADY BIRD, e que deixa a gente com um gostinho muito parecido, no sentido de como o filme retrata e a gente absorve, esse inspirado ADORÁVEIS MULHERES. Greta é uma grande diretora sim. O jeito que ela navega pela história, com esse olhar honesto, é mais que especial. ADORÁVEIS MULHERES tem um bocado de sequências deliciosas, as atuações divertidas, mas também sinceras (Saoirse tá perfeita), equilibra leveza com o drama, consciente de onde quer chegar. Assim como o LADY BIRD, se concentra no amadurecimento feminino, também com sua percepção sobre a chegada do amor, mais incerto, mais confuso, porém também mais intenso e, de alguma forma, libertador (os conflitos da Jo, de não querer estar presa às convenções, mas sentindo um grande desejo de se apaixonar, permanecem contemporâneos). E eu gosto bastante desse núcleo sentimental do filme. 

Adoráveis Mulheres (Little Women, dir. Greta Gerwig, E.U.A.)

quarta-feira, 13 de maio de 2020

PETERLOO (2018)

Peterloo - Filme 2018 - AdoroCinema

PETERLOO é muito bem-feito: fiel aos fatos, um pouco didático (principalmente nos diálogos), mas sobretudo dilacerante, que parece ter sido feito com a revolta e a fúria no sangue (assim como foi na História). É pra não esquecer do derramamento de sangue brutal como resposta à indignação popular pelas explorações e injustiças sociais da época (leis abusivas e um governo cada vez mais opressor na Inglaterra industrial). Chega a ser doloroso na sua explosão de revolta, estremecedor, mas também consciente (historicamente) com muitos momentos bem construídos (inclusive a sequência do massacre). E é também o filme de época mais bem dirigido do Mike Leigh em anos. Curioso como foi tão pouco falado, com essa qualidade toda, e sendo um filme que mostra um ponto de vista da classe trabalhadora, e toca na ferida do governo opressor. PETERLOO é um excelente filme de História, e de grande importância política.

Peterloo (dir. Mike Leigh, Reino Unido)

terça-feira, 7 de abril de 2020

O CASO RICHARD JEWELL (2019)

Richard Jewell' Review: The Wrong Man - The New York Times

A vida de um americano comum revirada de cabeça para baixo depois que ele ganha status de herói ao evitar uma tragédia durante as Olimpíadas de Atlanta em 96, mas se torna suspeito de ter ele próprio causado o atentado. A "midialização" do homem comum é uma faca de dois gumes: o eleva ao heroísmo, mas puxa-se o tapete e sua vida se torna um caos graças a cobertura da imprensa e a fama que ele ganhou. O personagem se pergunta se ele vai ter sua vida de volta.

RICHARD JEWELL medita sobre como um herói se torna vilão com uma facilidade e rapidez imensas. A inversão de papéis parece dizer muito sobre não apenas o espetáculo da mídia, mas também a própria América. É interessante ver como filme coloca o personagem dentro da tempestade e a maneira quase silenciosa como ele é defendido. Precisamos entender como o personagem é encurralado, e para isso há o tempo certo de exercitar essa defesa. Por isso que é um dos filmes mais plurais de Clint. Aliás: performances ótimas e honestas, em especial a de Paul Hauser.

O Caso Richard Jewell (Richard Jewell, dir. Clint Eastwood, E.U.A.)

domingo, 5 de abril de 2020

O PREÇO DA VERDADE (2019)

Dark Waters”: a impressionante história real do novo filme de Mark ...

O mal-estar ambiental já tinha sido pivô de uma grande obra do Haynes (MAL DO SÉCULO). O tom de preocupação não está distante em DARK WATERS, e um intervalo de 24 anos separam os dois filmes, mas agora Haynes está interessado em abordar a especulação corporativa e a natureza assassina de uma indústria responsável por envenenar a população com um químico fatal, ao longo de anos e décadas. Além do demorado processo legal para responsabilizar os culpados, DARK WATERS trata da negligência e do descuidado em nome do dinheiro, em como a vida humana passou a valer muito menos do que o lucro e o poder aos olhos da corporação.

Não é o filme mais tranquilizante pra se assistir na quarentena, mas está ligado de alguma forma com o que estamos vivendo agora. Chega a ser quase profético na sua urgência. As grandes corporações e o governo (que é capacho delas) preferem deixar o povo morrer diante de uma tragédia de saúde do que perder seu capital e sua influência.

DARK WATERS tem a sobriedade e a seriedade necessárias para a urgência do que trata. E uma condução limpa e firme, mostrando a primazia de Haynes em manusear uma direção sólida e transparente, sem medo de soar muito formal. Não vejo motivos para ter passado em branco, mas é um filme ótimo sim.

O Preço da Verdade, Dark Waters
dir. Todd Haynes (E.U.A., 2019)

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

REINO ANIMAL (2010)


É curioso como esse filme vai deixando rastros. Em REINO ANIMAL, a violência tem um peso extremamente determinante nas relações familiares. Elas são delineadas pela presença da violência, explícita ou não. A forma como essa família, tão ligada ao crime, é configurada exponencialmente pelas suas próprias marcas de transgressão e destruição, até nos gestos mais simples, como um momento de troca de afeto, ou quando as coisas são resolvidas, um acerto de contas, diz muito sobre como a violência se tornou a sombra da manutenção desses laços familiares.

Essas relações vão se confrontando à medida que a tensão cresce, e os gestos tornam-se imprevisíveis. Há toda uma linguagem por trás dessa complexa teia de relações no seio familiar, que contribui para a construção de uma hierarquia particular, onde a violência pontua a afinidade e a ligação entre os personagens. 

Há um discurso sobre fracos e fortes, que tem a ver com a descendência familiar/criminal. É algo que vai definir qual é o papel que o personagem principal desempenha nessa hierarquia, como quem passeia por todo aquele cenário do crime, mas absorve uma resistência, estando inserido em relações tão maleáveis, mistas. REINO ANIMAL observa como essa família disfuncional vai ruindo a partir das suas próprias configurações. E como ela senta na mesa para acertar as contas. 

O elenco: show de bola. Dá gosto de assistir um elenco que se destaca pela qualidade coletiva. E me dá vontade de conhecer mais do cinema australiano. 

Reino Animal
Animal Kingdom
dir. David Michôd (Austrália, 2010)
★★½

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

OSCAR 2020 (92nd Academy Awards)

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Acho que nunca assisti uma edição do Oscar assim. O Oscar 2020 conseguiu ser o melhor Oscar em muito, muito tempo. Foi uma noite histórica para o cinema mundial. Pela primeira vez na história, um filme não-americano e não-falado em inglês ganhou o maior prêmio da noite, Melhor Filme. Parasita ainda levou mais 3 prêmios pra casa, fechando o círculo de uma temporada em que ele foi um dos filmes mais badalados, respeitados e queridos. Ano passado o mexicano Roma teve um favoritismo parecido, e até chegou a ganhar três prêmios, mas não levou o principal. Parasita fez história na noite de ontem. Nenhum filme não-americano antes havia levado tantos prêmios principais numa única noite (filme, direção, roteiro). É especial pois é uma celebração mais que necessária do cinema mundial.

Quando o cinema de fora dos EUA consegue ter um espaço assim no Oscar, é uma vitória gigante para o cinema do mundo todo. É uma questão de visibilidade. O cinema mundial está sendo festejado na festa mais importante do cinema. Isso não é pouco. Em 92 anos de Oscar, é a primeira vez que isso acontece. E nesses 92 anos, apenas 10 filmes completamente internacionais tiveram a chance de competir pelo Oscar de Melhor Filme. O que infelizmente é pouco. Que a vitória estrondosa de Parasita possa representar uma mudança, e que nos próximos anos a Academia passe a reservar cada vez mais espaço para o cinema mundial, do jeito que é necessário, pra não apenas quebrar o paradigma de que apenas o cinema dos EUA merece atenção numa festa que, apesar de americana, é vista todos os anos no resto do mundo por milhões de pessoas, quando tem tanta coisa boa vindo de todos os cantos do mundo, mas para simbolizar que os filmes estrangeiros estão saindo dos limites que são reservados a ele (a categoria de Filme Internacional), ou seja, que o cinema do mundo importa e merece ser visto, reconhecido e celebrado. É uma vitória sem tamanho. 

E se as vitórias de Parasita deixaram a gente emocionado, mas não muito surpresos porque ele merecia ganhar, se trata de um filme importantíssimo e que reflete os sintomas sociais e políticos mais latentes da atualidade, no que diz respeito à desigualdade social e ao sistema capitalista, não só lá na Coreia do Sul, mas em todos os cinco continentes. A premiação de um filme que percorre esses temas parecia ser surreal demais para os gostos da Academia, mas o Oscar 2020 provou o contrário. E que bom que isso aconteceu.

A edição foi uma das mais tranquilas. Quem sabe deixar a cerimônia sem um host não deixou as coisas fluírem mais? Se bem que esse ano a Academia não resistiu a tentação de colocar Steve Martin e Chris Rock (dois ex-hosts) pra abrir a cerimônia, depois de uma performance da Janelle Monaé. A cerimônia estava num ritmo tão  Eu até estava achando os comerciais menos demorados. 

Em termos de diversidade, o prêmio foi criticado e até se falou em #oscarssowhite. Houve apenas uma atriz negra indicada esse ano (Cynthia Erivo) em meio a tantas outras performances ignoradas pela Academia (Lupita, Awkwafina, etc.). É esquisito porque as últimas listas do Oscar, desde 2017, trouxeram uma diversidade jamais vista antes no Oscar. 

E se em alguns anos vemos o Oscar estando mais político, era justamente num ano de reeleição que a gente esperava discursos mais preocupados, afinal, o Oscar também é um evento político, inclusive ao falar de cinema. Mas isso não aconteceu muito. É claro, tivemos Joaquin Phoenix dando um discurso daqueles, penetrante e forte, parecido com os que ele já deu na temporada. Boa parte dos discursos foram tomados pela emoção, com as pessoas surpresas, tremendo, agradecidas. Como eu disse, foi uma das edições mais tranquilas em muito, muito tempo. Acho que nunca vi uma edição do Oscar que fosse tão tranquila assim tanto na condução quanto nos premiados. 

Agora vamos falar dos momentos da noite. A performance tocante de "Yesterday" dos Beatles por Billie Eilish, no segmento In Memoriam. A belíssima canção, interpretada na voz dessa cantora fenomenal, me deixou em torpor, hipnotizado. A melhor e mais bonita apresentação da noite, até melhor que a maioria das performances das músicas indicadas. E, dessas, eu destaco duas: Cynthia Erivo (e sua voz poderosíssima), e o agitado e funky Elton John. Muita gente ficou sem entender porque Eminem estava lá em cima do palco cantando "Lose Yourself" (melhor canção de 2003) depois de um segmento voltado para as canções. E a plateia até estava cantando junto. Será que ele foi pagar a dívida de não ter cantado a música no Oscar 2003?

No time dos vencedores, senti falta de O Irlandês, que saiu de mãos abanando. É um dos meus favoritos, do time dos indicados. Ainda não conferi 1917, Adoráveis Mulheres, Jojo Rabbit, por isso a cerimônia desse ano já engrossou minha watchlist. Inclusive os curtas, que também me deixaram interessados. Tínhamos Brasil concorrendo esse ano pela 1ª vez desde 2016, mas infelizmente não foi dessa vez que o Oscar veio pra nós. Mas o que importa é que entramos na lista. E inclusive num ano em que o cinema nacional estava sob ataque e correndo risco de ser ceifado pelo governo. 2019 foi um dos anos mais frutíferos pro nosso cinema em anos e a gente até pôde ver um doc nosso no Oscar. Não foi pouco. Quem sabe daqui a um tempo a gente não veja um filme nacional fazendo bonito na premiação mais importante do cinema? Vai, Brasil!

Enfim, esse foi o Oscar 2020, provavelmente a edição mais especial e importante que eu já assisti enquanto acompanho o prêmio. Uma edição mais que histórica. Mudanças aconteceram e tivemos os maiores acertos que esse prêmio já fez, acertos únicos, entre eles o de escolher e comemorar uma obra-prima sul-coreana (e que foi o maior vencedor da noite, com 4 prêmios). Pra quem tinha dado 4 Oscars pra Bohemian Rhapsody em 2019, a Academia até que tomou vergonha na cara né? Gosto assim. Vai, cinema mundial! Mostra pros americanos que existe todo um mundo a ser descoberto por trás dos filmes legendados.

OBS.: Das apostas que eu fiz aqui no blog, acertei 21 das 24 categorias. Coisa histórica pra mim (kkkk). E eu nunca tinha acertado a categoria de Melhor Filme antes. Parasita também era o meu voto pro prêmio.

Muito obrigado, Oscar, por essa noite histórica. 

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MELHOR FILME
Parasita

MELHOR DIREÇÃO
Bong Joon-ho — Parasita

MELHOR ATOR
Joaquin Phoenix — Coringa

MELHOR ATRIZ
Renee Zellweger — Judy

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Brad Pitt — Era Uma Vez em... Hollywood

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Laura Dern — História de um Casamento

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Parasita — Bong Joon-ho, Han Jin-won

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Jojo Rabbit — Taika Waititi

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Parasita, Coreia do Sul — Bong Joon-ho

MELHOR ANIMAÇÃO
Toy Story 4

MELHOR DOCUMENTÁRIO
American Factory — Steven Bognar, Julia Reichert, Jeff Reichert

MELHOR TRILHA SONORA
Coringa — Hildur Guðnadóttir

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
"(I'm Gonna) Love Me Again" — Rocketman
Elton John, Bernie Taupin

MELHOR FOTOGRAFIA
1917 — Roger Deakins

MELHOR EDIÇÃO
Ford vs. Ferrari — Andrew Buckland & Michael McCusker

MELHOR FIGURINO
Adoráveis Mulheres — Jacqueline Durran

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Era Uma Vez em... Hollywood — Barbara Ling & Nancy Haigh

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADOS
O Escândalo — Kazu Hiro, Anne Morgan, Vivian Baker

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
Ford vs. Ferrari — Donald Sylvester

MELHOR MIXAGEM DE SOM
1917 — Mark Taylor, Stuart Wilson

MELHORES EFEITOS VISUAIS
1917 — Guillaume Rocheron, Greg Butler, Dominic Tuohy

MELHOR CURTA — LIVE-ACTION
The Neighbors' Window — Marshall Curry

MELHOR CURTA — DOCUMENTÁRIO
Learning to Skateboard in a Warzone (If You're a Girl) — Carol Dysinger, Elena Andreicheva

MELHOR CURTA — ANIMAÇÃO
Hair Love — Matthew A. Cherry, Karen Rupert Toliver

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Apostas Oscar 2020

Bem, aqui estão elas. O Oscar já é no domingo, e aqui estão minhas apostas pro prêmio. Pode ser a primeira vez que a gente vai ver um filme não-americano ganhar Melhor Filme (Parasita). Mas ano passado a gente também tinha essa expectativa com Roma, e o prêmio pra Green Book foi motivo de revolta com o prêmio. A lista de 2020 tem alguns filmes fenomenais, outros típicos de Oscar, e sempre algum título ou outro desconhecido pra descobrir. Enfim, é Oscar. Vamos manter a tradição de lançar as apostas e acompanhar os vencedores. 


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O sul-coreano Parasita é um dos grandes favoritos a Melhor Filme e pode se tornar a 1º filme não-ameircano e falado em língua que não seja o inglês a ganhar Melhor Filme, o que seria histórico.

FILME

quem ganha: Parasita
quem pode ganhar: 1917
quem pode surpreender: Era Uma Vez em... Hollywood (alguns falam em Jojo Rabbit)

meu voto: Parasita (mas também acho O Irlandês merecedor)

DIREÇÃO

quem ganha: Sam Mendes — 1917
quem pode ganhar: Bong Joon-ho — Parasita
quem pode surpreender: Todd Phillips — Coringa

meu voto: Martin Scorsese — O Irlandês

ATOR

quem ganha: Joaquin Phoenix — Coringa
quem pode ganhar: Adam Driver — História de um Casamento
quem pode surpreender: Antonio Banderas — Dor e Glória

meu voto: Antonio Banderas — Dor e Glória

ATRIZ

quem ganha: Renee Zellweger — Judy
quem pode ganhar: Scarlett Johansson — História de um Casamento
quem pode surpreender: Cynthia Erivo — Harriet

meu voto: Scarlett Johansson — História de um Casamento

ATOR COADJUVANTE

quem ganha: Brad Pitt — Era Uma Vez em... Hollywood
quem pode ganhar: Tom Hanks — Um Lindo Dia na Vizinhança
quem pode surpreender: Joe Pesci ou Al Pacino — O Irlandês

meu voto: Al Pacino — O Irlandês

ATRIZ COADJUVANTE

quem ganha: Laura Dern — História de um Casamento
quem pode ganhar: Scarlett Johansson — Jojo Rabbit
quem pode surpreender: Margot Robbie — O Escândalo

meu voto: Laura Dern — História de um Casamento

ROTEIRO ORIGINAL

quem ganha: Parasita — Bong Joon-ho, Han Jin-won
quem pode ganhar: Era Uma Vez em... Hollywood — Quentin Tarantino
quem pode surpreender: História de um Casamento — Noah Baumbach

meu voto: Parasita — Bong Joon-ho, Han Jin-won

ROTEIRO ADAPTADO

quem ganha: Jojo Rabbit — Taika Waititi
quem pode ganhar: Adoráveis Mulheres — Greta Gerwig
quem pode surpreender: Dois Papas — Anthony McCarten

meu voto: O Irlandês — Steven Zaillian

FILME INTERNACIONAL

quem ganha: Parasita
quem pode ganhar: Dor e Glória
quem pode surpreender: Les Misérables

meu voto: Parasita

DOCUMENTÁRIO

quem ganha: American Factory
quem pode ganhar: For Sama
quem pode surpreender: Democracia em Vertigem

meu voto: Democracia em Vertigem (vai Brasil!)

ANIMAÇÃO

quem ganha: Toy Story 4
quem pode ganhar: Link Perdido
quem pode surpreender: Como Treinar O Seu Dragão 3

meu voto: Toy Story 4

TRILHA SONORA


quem ganha: Coringa
quem pode ganhar: 1917
quem pode surpreender: História de um Casamento

meu voto: História de um Casamento

CANÇÃO ORIGINAL


quem ganha: "(I'm Gonna) Love Me Again" — Rocketman
quem pode ganhar: "Stand Up" — Harriet
quem pode surpreender: "I Can't Let You Throw Yourself Away" — Toy Story 4

meu voto: "Stand Up" — Harriet

EDIÇÃO


quem ganha: Ford vs. Ferrari — Andrew Buckland & Michael McCusker
quem pode ganhar: O Irlandês — Thelma Schoonmaker
quem pode surpreender: Parasita — Yang Jin-mo

meu voto: O Irlandês — Thelma Schoonmaker

FOTOGRAFIA


quem ganha: 1917 — Roger Deakins
quem pode ganhar: Era Uma Vez em... Hollywood — Robert Richardson
quem pode surpreender: O Irlandês — Rodrigo Prieto

meu voto: Era Uma Vez em... Hollywood — Robert Richardson

FIGURINO


quem ganha: Adoráveis Mulheres
quem pode ganhar: Era Uma Vez em... Hollywood
quem pode surpreender: O Irlandês

meu voto: Era Uma Vez em... Hollywood

EDIÇÃO DE SOM


quem ganha: 1917
quem pode ganhar: Ford vs. Ferrari
quem pode surpreender: Star Wars: A Ascenção Skywalker

meu voto: Ford vs. Ferrari

MIXAGEM DE SOM


quem ganha: 1917
quem pode ganhar: Ford vs. Ferrari
quem pode surpreender: Ad Astra

meu voto: Ad Astra

DESIGN DE PRODUÇÃO


quem ganha: Era Uma Vez em... Hollywood
quem pode ganhar: Parasita
quem pode surpreender: O Irlandês

meu voto: Era Uma Vez em... Hollywood

MAQUIAGEM/PENTEADOS


quem ganha: O Escândalo
quem pode ganhar: Judy
quem pode surpreender: Coringa

meu voto: O Escândalo

EFEITOS VISUAIS


quem ganha: Vingadores: Ultimato
quem pode ganhar: O Rei Leão
quem pode surpreender: O Irlandês

meu voto: O Irlandês

CURTA: The Neighbors Window
CURTA DOCUMENTÁRIO: Learning to Skateboard in a Warzone (If You're a Girl)
CURTA ANIMAÇÃO: Hair Love

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

HISTÓRIA DE UM CASAMENTO (2019)

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Noah Baumbach nunca fez um filme que fosse tão pessoal e ao mesmo tempo tão profundo em suas camadas, tão alheio ao que ele está acostumado a fazer, como se ele se desligasse um pouco do seu modus operandi de "comédia inteligente" para abraçar uma dolorosa situação de separação que, no começo pacífico, começa a se complicar quando envereda pelo tortuoso processo do divórcio (embora o diretor negue, há uma conexão com sua vida pessoal). O olhar tenro e carinhoso para os dois personagens principais, diante dos erros e desentendimentos provocados, humaniza o caos, mas também vai demonstrando, aos poucos, a dificuldade de conciliação diante daquele processo, e os sentimentos contraditórios que vão minando a já difícil relação entre os dois personagens, que, ainda que separados, continuam sentindo alguma coisa um pelo outro. História de um Casamento é um registro da dificuldade dessa conciliação, das palavras não ditas, das mágoas causadas, dos sentimentos que resistem a separação. A sensação é que fica é de que estamos assistindo uma história de amor ser fragmentada em vários pedacinhos com a tensão das discussões e a angústia dos personagens. É sentimentalmente honesto ao tratar das tempestades dentro do seio familiar. Acho que nenhum outro filme teve essa delicadeza em retratar relações se partindo ao meio. Gosto mais ou na mesma medida que o The Meyerowitz Stories, seu filme-irmão.

E dificilmente o filme seria tão bom sem esse elenco caprichado. Melhores atuações da Scarlett e do Adam (belíssimos) ou muito perto de serem as melhores. O Adam deveria ganhar um Oscar só por causa de "Being Alive" (me arrepiou). Destaque também para Laura (que vai ganhar o Oscar!!!), Alan, Ray e Merritt, todos muito bons. 

História de um Casamento
Marriage Story
dir. Noah Baumbach (E.U.A., 2019)
★★★★

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

PARASITA (2019)


À medida que a gente vai pensando nele, Parasita cresce. O filme que para muitos é o filme do ano veio com tudo, com todas as suas cenas marcantes, com seus personagens, com a riqueza da sua construção cinematográfica e com o seu significado para a nossa sociedade cada vez mais segregada pelas diferenças econômicas e pela desigualdade social. Parasita gira em torno dos sintomas de uma sociedade em ruptura, dividida pelas diferenças latentes que acentuam a luta de classes. Ele vem da Coreia do Sul, mas é universal em muitas camadas, de uma forma que ele tem refletido o momento político não só de um lugar ou de outro, mas profundamente característico do momento que muitas nações atravessam agora, com governos catalisadores das desigualdades e das tensões entre as classes, quando o privilégio e a riqueza ficam concentrados nas mãos de poucos.

Parasita é atual, refletor dos nossos tempos e das suas tensões sociais e políticas mais agudas, mas também é incisivo, ácido, quase corrosivo, seja ao sobrepor humor e drama, ou desenhando situações perto do absurdo, mas que são tão reais. As nuances são decoradas com risadas, estranhamento e sensibilidade. O resultado é uma obra de cinema incomparável e máxima. Parasita coleciona cenas gigantes e tem um dos trabalhos de mise-en-scène dos mais competentes e detalhistas. A cada passo que dá, a cada desenrolar, a impressão é a de que estamos assistindo aquelas duas famílias colidirem, ruírem, enquanto são consumidas pelas diferenças que compartilham. Essa colisão ganha proporções que, segundo o próprio protagonista, parecem ter saído de um sonho bizarro. Algo que fica suspenso entre uma realidade e outra. Parasita fala exatamente dessa lacuna entre os pobres e os ricos. O que está em xeque é a dimensão sistêmica e pandêmica dessa lacuna. O que explica a universalidade de Parasita é a sua precisão. É, sem dúvida alguma, o melhor do cinema sul-coreano em 2019. 

Parasita
Gisaengchung
dir. Bong Joon-ho (Coreia do Sul, 2019)

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

OSCAR 2020 — INDICADOS


MELHOR FILME

1917
O Irlandês
Parasita
Coringa
Ford vs. Ferrari
Adoráveis Mulheres
História de um Casamento
Jojo Rabbit
Era Uma Vez em... Hollywood

MELHOR DIREÇÃO

Sam Mendes — 1917
Bong Joon-ho — Parasita
Todd Phillips — Coringa
Martin Scorsese — O Irlandês
Quentin Tarantino — Era Uma Vez em... Hollywood

MELHOR ATOR

Joaquin Phoenix — Coringa
Adam Driver — História de um Casamento
Antonio Banderas — Dor e Glória
Leonardo DiCaprio — Era Uma Vez em... Hollywood
Jonathan Pryce — Dois Papas

MELHOR ATRIZ

Cynthia Erivo — Harriet
Saoirse Ronan — Adoráveis Mulheres
Renee Zellweger — Judy
Scarlett Johansson — História de um Casamento
Charlize Theron — O Escândalo

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Anthony Hopkins — Dois Papas
Brad Pitt — Era Uma Vez em... Hollywood
Tom Hanks — Um Lindo Dia na Vizinhança
Joe Pesci — O Irlandês
Al Pacino — O Irlandês

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Scarlett Johansson — Jojo Rabbit
Kathy Bates — Richard Jewell
Laura Dern — História de um Casamento
Margot Robbie — O Escândalo
Florence Pugh — Adoráveis Mulheres

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Era Uma Vez em... Hollywood — Quentin Tarantino
História de um Casamento — Noah Baumbach
Parasita — Bong Joon-ho, Han Jin-won
1917 — Sam Mendes, Krysty Wilson-Cairns
Entre Facas e Segredos — Rian Johnson

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

Dois Papas — Anthony McCarten
O Irlandês — Steven Zaillian
Adoráveis Mulheres — Greta Gerwig
Jojo Rabbit — Taika Waititi
Coringa — Todd Phillips, Scott Silver

MELHOR FILME INTERNACIONAL

Parasita, Coreia do Sul — Bong Joon-ho
Dor e Glória, Espanha — Pedro Almodóvar
Les Misérables, França — Ladj Ly
Honeyland, Macedônia do Norte — Tamara Kotevska, Ljubomir Stefanov
Corpus Christi, Polônia — Jan Komasa

MELHOR DOCUMENTÁRIO

American Factory — Steven Bognar, Julia Reichert, Jeff Reichert
The Cave — Feras Fayyad, Kirstine Barfod, Sigrid Dyekjær
Democracia em Vertigem — Petra Costa, Joanna Natasegara, Shane Boris, Tiago Pavan
For Sama — Waad Al-Kateab, Edward Watts
Honeyland — Ljubo Stefanov, Tamara Kotevska, Atanas Georgiev

MELHOR ANIMAÇÃO

Toy Story 4
Como Treinar o Seu Dragão 3
Missing Link
I Lost My Body
Klaus

MELHOR TRILHA SONORA

1917
Coringa
História de um Casamento
Adoráveis Mulheres
Star Wars: A Ascenção Skywalker

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

"(I'm Gonna) Love Me Again" — Rocketman
"Stand Up" — Harriet 
"Into the Unknown" — Frozen II
"I'm Standing with You" — Breakthrough
"I Can't Let You Throw Yourself Away" — Toy Story 4

MELHOR EDIÇÃO

O Irlandês — Thelma Schoonmaker
Ford vs. Ferrari — Andrew Buckland & Michael McCusker
Coringa — Jeff Groth
Parasita — Yang Jin-mo
Jojo Rabbit — Tom Eagles

MELHOR FOTOGRAFIA

Era Uma Vez em... Hollywood — Robert Richardson
1917 — Roger Deakins
O Irlandês — Rodrigo Prieto
Coringa — Lawrence Sher
O Farol — Jarin Blaschke

MELHOR FIGURINO

O Irlandês — Sandy Powell, Christopher Peterson
Coringa — Mark Bridges
Era Uma Vez em... Hollywood — Arianne Phillips
Adoráveis Mulheres — Jacqueline Durran
Jojo Rabbit — Mayes C. Rubeo

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO

Era Uma Vez em... Hollywood
O Irlandês
1917
Parasita
Jojo Rabbit

MELHOR MAQUIAGEM/PENTEADOS

O Escândalo
Coringa
Judy
1917
Malévola: Dona do Mal

EDIÇÃO DE SOM

1917
Coringa
Ford vs. Ferrari
Era Uma Vez em... Hollywood
Star Wars: A Ascenção Skywalker

MIXAGEM DE SOM

1917
Era Uma Vez em... Hollywood
Ad Astra
Coringa
Ford vs. Ferrari

EFEITOS VISUAIS

O Rei Leão
1917 
O Irlandês
Vingadores: Ultimato
Star Wars: A Ascenção Skywalker

sábado, 11 de janeiro de 2020

OSCAR 2020 — As Apostas (categorias técnicas)


EDIÇÃO

1. O Irlandês
2. Era Uma Vez em... Hollywood
3. Ford vs. Ferrari
4. Coringa
5. Parasita

pode entrar
Jojo Rabbit • Joias Brutas

FOTOGRAFIA

1. Era Uma Vez em... Hollywood
2. 1917
3. O Irlandês
4. Retrato de uma Jovem em Chamas
5. Ford vs. Ferrari

pode entrar
Coringa • Parasita • O Farol • Ad Astra • Adoráveis Mulheres

DESIGN DE PRODUÇÃO

1. Era Uma Vez em... Hollywood
2. O Irlandês
3. 1917
4. Parasita
5. Coringa

pode entrar
Jojo Rabbit • Ad Astra • Adoráveis Mulheres

FIGURINO

1. Era Uma Vez em... Hollywood
2. Adoráveis Mulheres
3. Meu Nome é Dolemite
4. Jojo Rabbit
5. Downton Abbey

pode entrar
Rocketman • 1917 • O Irlandês

MAQUIAGEM & PENTEADOS

1. O Escândalo
2. Coringa
3. Rocketman
4. Judy
5. Meu Nome é Dolemite

pode entrar
Downton Abbey • Era Uma Vez em... Hollywood

TRILHA SONORA

1. 1917
2. Coringa
3. História de um Casamento
4. Adoráveis Mulheres
5. Nós

pode entrar
Jojo Rabbit • Star Wars: A Ascenção Skywalker • Dor e Glória


CANÇÃO ORIGINAL

1. "(I'm Gonna) Love Me Again" — Rocketman
2. "Stand Up" — Harriet 
3. "Into the Unknown" — Frozen II
4. "Spirit" — O Rei Leão
5. "Glasgow" — Wild Rose

pode entrar
"A Glass of Soju" — Parasita
"I'm Standing with You" — Breakthrough
"Letter to my Godfather" — The Black Godfather
"I Can't Let You Throw Yourself Away" — Toy Story 4
"Speechless" — Aladdin

EDIÇÃO DE SOM

1. 1917
2. Coringa
3. Ford vs. Ferrari
4. Ad Astra
5. Era Uma Vez em... Hollywood

MIXAGEM DE SOM

1. 1917
2. Era Uma Vez em... Hollywood
3. Rocketman
4. Coringa
5. Ford vs. Ferrari


EFEITOS VISUAIS

1. O Rei Leão
2. O Irlandês
3. Vingadores: Ultimato
4. Star Wars: A Ascenção Skywalker
5. Alita: Anjo de Combate

pode entrar
1917 • Gemini Man

OSCAR 2020 — As Apostas (categorias principais)


FILME

1. Parasita
2. O Irlandês
3. 1917
4. Era Uma Vez em... Hollywood
5. História de um Casamento
6. Jojo Rabbit
7. Adoráveis Mulheres
8. Coringa
9. Ford vs. Ferrari
10. The Farewell


Dois Papas • Entre Facas e Segredos As Golpistas Joias Brutas • Uma Vida Oculta • Richard Jewell • Nós

DIREÇÃO

1. Sam Mendes — 1917
2. Martin Scorsese — O Irlandês
3. Bong Joon-Ho — Parasita
4. Quentin Tarantino — Era Uma Vez em... Hollywood
5. Greta Gerwig — Adoráveis Mulheres

Noah Baumbach — História de um Casamento
Todd Phillips Coringa
Taika Waititi — Jojo Rabbit
Lulu Wang — The Farewell
Jordan Peele — Nós

ATRIZ

1. Renee Zellweger — Judy
2. Awkwafina — The Farewell
3. Lupita Nyong'o — Nós 
4. Scarlett Johansson — História de um Casamento
5. Charlize Theron — O Escândalo

Saoirse Ronan — Adoráveis Mulheres
Cynthia Erivo — Harriet
Constance Wu — As Golpistas
Jessie Buckley — Wild Rose
Mary Kay Place — Diane

ATOR

1. Joaquin Phoenix — Coringa
2. Adam Driver — História de um Casamento
3. Antonio Banderas — Dor e Glória
4. Leonardo DiCaprio — Era Uma Vez em... Hollywood
5. Eddie Murphy — Meu Nome é Dolemite

Robert De Niro — O Irlandês
Taron Egerton — Rocketman
Jonathan Pryce — Dois Papas
Christian Bale — Ford vs. Ferrari
Adam Sandler — Joias Brutas

ATRIZ COADJUVANTE

1. Laura Dern — História de um Casamento
2. Margot Robbie — O Escândalo
3. Jennifer Lopez — As Golpistas
4. Shuzhen Zhao — The Farewell
5. Florence Pugh — Adoráveis Mulheres

Scarlett Johansson — Jojo Rabbit
Nicole Kidman — O Escândalo
Annette Bening — O Relatório
Kathy Bates — Richard Jewell
Maggie Smith — Downton Abbey

ATOR COADJUVANTE

1. Brad Pitt — Era Uma Vez em... Hollywood
2. Anthony Hopkins — Dois Papas
3. Tom Hanks — Um Lindo Dia na Vizinhança
4. Joe Pesci — O Irlandês
5. Al Pacino — O Irlandês

Song Kang Ho — Parasita
Alan Alda — História de um Casamento
Willem Dafoe — O Farol
Jamie Foxx — Just Mercy
Sam Rockwell — Richard Jewell / Jojo Rabbit

ROTEIRO ORIGINAL

1. Era Uma Vez em... Hollywood
2. História de um Casamento
3. Parasita
4. The Farewell
5. Entre Facas e Segredos

pode entrar
Fora de Série  1917  Dor e Glória

ROTEIRO ADAPTADO

1. Dois Papas
2. O Irlandês
3. Adoráveis Mulheres
4. Jojo Rabbit
5. Coringa

pode entrar
Um Lindo Dia na Vizinhança  Toy Story 4

FILME INTERNACIONAL

1. Parasita — Coreia do Sul (dir. Bong Joon-Ho)
2. Dor e Glória — Espanha (dir. Pedro Almodóvar)
3. Les Misérables — França (dir. Ladj Ly)
4. Atlantique — Senegal (dir. Mati Diop)
5. Beanpole — Rússia (dir. Kantemir Balagov)

pode entrar
Corpus Christi (Polônia, dir. Jan Komasa)

DOCUMENTÁRIO

1. American Factory
2. Honeyland
3. For Sama
4. One Child Nation
5. Democracia em Vertigem

pode entrar
Apollo 11  The Cave • Maiden

ANIMAÇÃO

1. Toy Story 4
2. Como Treinar o Seu Dragão 3
3. Missing Link
4. Frozen II
5. I Lost My Body

pode entrar
Klaus  Abominável

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

GLOBO DE OURO 2020


Apesar de algumas escolhas interessantes nos prêmios de cinema e televisão, o Globo de Ouro desse ano teve uma de suas apresentações mais fracas. Ricky Gervais não foi longe do que já fez nas edições anteriores, ao ousar, mas teve uns três ou quatro momentos engraçados. Ainda acho que se eles apostarem numa dupla pra apresentar, tipo a Tina e a Amy, a coisa fica melhor. 

A premiação estava envolta no clima de tensão e atenção para o que "acontece no mundo real", como disse o Ricky, com muitos discursos políticos pontuando os incêndios que estão devastando a Austrália e a ameaça de guerra entre EUA e Irã. Apesar disso, a noite foi mais quieta nesse aspecto do que o esperado. Como a Patricia Arquette falou, quando as pessoas forem se lembrar desse momento, vão se lembrar da guerra que está em ameaça. E importante notar que muita gente, ao invés de criticar o governo, lembrou às pessoas para saírem e votarem, pois nos EUA o voto não é obrigatório, afinal, quanto maior o número de votantes, mais difícil fica de intervirem nos resultados.

Por outro lado, foi uma edição mais normal nos prêmios, com escolhas mais convencionais, algumas surpresas. Feliz porque o filme do Tarantino ganhou 3 prêmios e realmente os merecia, foi uma das grandes sessões de cinema do ano passado e eu gosto muito do filme. 1917 virou o jogo e levou filme e direção para o Sam Mendes, uma grande surpresa. E cresce a vontade de assistir o filme. Bong Joon-Ho, diretor de Parasita, disse que "na hora que os americanos superarem a barreira das legendas, eles serão apresentados a filmes incríveis". 

Entre algumas vitórias que eu gostei de ver, uma delas foi a da Awkwafina, que ganhou prêmio de Atriz por The Farewell. Legal ver ela emocionada recebendo o prêmio por um filme independente, ainda mais ela que até 2019 era uma atriz em ascenção em Hollywood, e agora tem muitas chances de ir pro Oscar. Eddie Murphy, que retornou ao radar do Oscar esse ano, estava ótimo em Dolemite, mas não ganhou o prêmio de ator que devia levar. Joaquin Phoenix, um ator que eu gosto muito, ganhou como Melhor Ator, e Renee Zellweger fez um discurso agradecendo por ter sido "incluída" de novo após 17 anos dela ter ascendido ao estrelato em Hollywood e, depois, foi descartada pela indústria.

E os coadjuvantes da noite foram Brad Pitt e Laura Dern, dois atores que nunca ganharam o Oscar e que parecem se aproximar mais da estatueta agora. E outros atores que também não costumam ser lembrados com frequência foram destaque nos prêmios de TV: Michelle Williams e Stellan Skarsgard. Os homenageados da noite foram Tom Hanks e Ellen DeGeneres, que deram discursos bem longos e cheios de emoção e ternura. 

E, das séries, os destaques da noite foram Fleabag (que eu até cheguei a acompanhar em setembro) e Succession (que foi dirigida pelo Adam McKay). E outros títulos que merecem a nossa atenção. Do Globo de Ouro desse ano, fica o reconhecimento desses trabalhos e uma série de títulos e filmes que ainda devem ser conferidos.

Alguns trabalhos da TV que estão na lista dos indicados e que eu me interessei:
The Morning Show
Succession
Fleabag (não vi a 2ª)
Fosse/Verdon
The Loudest Voice

FILME (DRAMA)

1917


FILME (COMÉDIA OU MUSICAL)

Era Uma Vez em... Hollywood


DIREÇÃO

Sam Mendes — 1917


ATRIZ (DRAMA)

Renée Zellweger — Judy


ATOR (DRAMA)

Joaquin Phoenix — Coringa


ATRIZ (COMÉDIA OU MUSICAL)

Awkwafina — The Farewell


ATOR (COMÉDIA OU MUSICAL)

Taron Egerton — Rocketman


ATRIZ COADJUVANTE
Laura Dern — História de um Casamento


ATOR COADJUVANTE

Brad Pitt — Era Uma Vez em... Hollywood


ROTEIRO

Era Uma Vez em... Hollywood

FILME ESTRANGEIRO
Parasita (Bong Joon-Ho — Coreia do Sul)

ANIMAÇÃO
Missing Link

TRILHA SONORA
Coringa


CANÇÃO ORIGINAL

"I'll Love Me Again"
Rocketman


SÉRIE (COMÉDIA OU MUSICAL)

Fleabag


SÉRIE (DRAMA)

Succession

ATOR (SÉRIE DRAMÁTICA)
Brian Cox — Succession

ATOR (SÉRIE COMÉDIA OU MUSICAL)
Ramy Youssef — Ramy

ATRIZ (SÉRIE DRAMÁTICA)
Olivia Colman — The Crown

ATRIZ (SÉRIE COMÉDIA OU MUSICAL)
Phoebe Waller-Bridge — Fleabag