
A terapia da máfia
À medida que Tony Soprano lida com as responsabilidades da vida em família, a série emplaca uma tensão que ameaça explodir de instantes em instantes. O chefão da máfia resolve desabafar com uma psiquiatra, e as consequências não caberiam nesse texto. Família Soprano navega numa tensão sempre dilacerante, dos choques entre os personagens, uma família instalada no meio do crime, e todas as suas conexões complicadas. O formato aparentemente fácil do universo gângster se aprofunda nas camadas árduas das relações familiares e humanas em conflito. Os episódios não giram em círculos, ao contrário, cada espaço da trama passa pela análise, cada personagem está exposto. Com um roteiro dos mais bem resolvidos, Família Soprano tem muitos acertos, blindados por um elenco mais que inspirado (sem exceções, o ponto alto da série são as atuações). A série não deixa que a violência sozinha a conduza e dite seu clímax. É nas cenas no consultório, nas conversas em família, ou nos momentos em que os personagens são despidos (emocionalmente) e colocados à prova, que a série concentra sua força. Entraria fácil num top 10 da televisão americana.
Sem dúvida é uma grandes séries da história da tv, mas entendo que as duas temporadas finais deixam um pouco a desejar.
ResponderExcluirAbraço
Vou pra segunda agora. A contar pela primeira, é excelente mesmo.
ExcluirAbraço, Hugo!!!!