quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Taxi Driver


Revista, essa que é uma das obras definitivas do Scorsese (e do Schrader). Raivoso, carregado de tensão e de um sentimento crescente de revolta e angústia para com aquela cidade e aquele mundo, seu protagonista imerso num estado de "sonambulismo paranoico", que acaba por jogar uma luz em cima dos acontecimentos do submundo de Nova York à noite, a violência, a instabilidade, a "sujeira", e eleições como coadjuvante. Taxi Driver desfila pelo absurdo que cerca o protagonista, um absurdo com o qual ele tem uma identificação profunda. Há uma tentativa dramática de Travis de transformar esse absurdo que tanto o incomoda. E há nessa busca um misto de melancolia com amargura, uma ternura que se esconde por trás de um homem em conflito, moldado pelo caos. Uma obra definidora de época, sim, mas principalmente que capta uma série de conflitos naquelas vidas, e o faz de forma tão compreensiva quanto drástica, revoltante, pulsante. O que sobra é a sensibilidade.

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