Não é essa tragédia toda, como andaram dizendo, o filme que indicou Denzel Washington ao Oscar pelo segundo ano consecutivo, nesta edição mais recente, em Melhor Ator. A indicação foi uma surpresa, embora o intérprete tenha aparecido em outras premiações importantes (SAG, Globo de Ouro) pela mesma performance. Roman J. Israel, Esq. também era aguardado por se tratar do 2º filme de Dan Gilroy, que estreou em 2014 com o aclamado suspense O Abutre.
Washington interpreta um advogado de defesa que se envolve em diversos emblemas após deixar a firma de seu falecido chefe. Idealista, o personagem é provocador, esculpido por uma acalorada atuação de Denzel, que mesmo em papéis menos grandiosos consegue extrair deles uma articulação fabulosa e inevitavelmente cativante. Roman J. Israel, Esq. não agradou a crítica o suficiente para fazer frente na última awards season, cabendo a Denzel deter a presença pouco comentada do longa em prêmios como o Oscar.
Se o filme desmerece comparação ao brilhantismo narrativo de O Abutre, pode-se dizer que Gilroy avança mais passos como diretor, com uma exploração curiosamente instigante de sua mise-en-scene, e, por outro lado, até mais contida do que o previsto, mas com direito a momentos bem resolvidos. O filme em si é bem resolvido (no geral), embora se atrele, vez ou outra, a certas situações que não conseguem se justificar com a mesma facilidade. Destaque para a atuação pouco lembrada de Colin Farrell.
Roman J. Israel, Esq.
dir. Dan Gilroy
★★★
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