Eis um filme que promete pegar muita gente de surpresa, especialmente na temporada de premiações que está por vir, com alguns prêmios praticamente garantidos para a veterana Lois Smith (em performance arrebatadora), Jon Hamm, Geena Davis e Tim Robbins – o quarteto fantástico de Marjorie Prime. No filme, hologramas trazem de volta à vida as imagens de entes queridos e reavivam a memória com suas presenças. Há um jogo de interpretações que raramente se vê fluir com tamanha flexibilidade, de uma firmeza irreparável. Se deve muito à direção de Almereyda, mas há de se notar que o elenco domina uma dinâmica totalmente própria, um jogo muito particular que se desdobra no mesmo ritmo que a trama passa a reconcentrar suas camadas mais ínfimas.
A fotografia é também de uma elaboração minimalista e pra lá de aguçada (Sean Price Williams, direção de fotografia), cuja riqueza é mais que complemento à complexidade metafísica do filme, mas um alento que procura acompanhar em sintonia as configurações da narrativa. Pode-se dizer que trata-de se um filme teatral (pra mim não há problema em um filme que emula uma certa teatralidade, embora eu creio que aqui não seja o caso, mas pra mim isso pode ser visto como um elemento de grande porte dramático, dependendo da situação, é claro) embora o que exista de mais cinematográfico em Marjorie Prime seja justamente esse comportamento do elenco que é tão caro às principalidades da trama e, centralmente, da maneira como o filme trabalha sua riquíssima disposição cênica, e subsequentemente a detalhista construção espacial.
É também de cortar o coração que um filme como esse abarque tamanhas verdades – chega a ser até melancólico assistir – observar que o tempo esvanece e com ele uma cadência de transformações, desaparecimentos e urgências preenchem as lacunas da percepção humana, faz-se necessária a busca por uma presença, ainda que artificial, quando descobre-se que depois da ausência o que surge é o temer pelo esquecimento. A ausência é o ponto final, e ao mesmo tempo ponto de partida para uma cobrança nostálgica, um sentimento de reaproximação e natural redescoberta. É essa ilusão – a ilusão da artificialidade das substituições e do transbordar humano das presenças – que o filme questiona e explora.
Poucos filmes recentes foram tão verdadeiros, tão melancólicos e profundos como Marjorie Prime. Vai diretamente no seu ponto para dissecar a ação do tempo sobre seus personagens e na existência humana, bem como na nostalgia. Direção incrível, mais uma vez, de Michael Almereyda. Sobressai-se um elenco de ouro, formado centralmente por quatro dos mais talentosos atores americanos trabalhando hoje (e provavelmente deve vir um Oscar – ou algo do gênero, pelo menos – para Lois Smith).
Marjorie Prime
dir. Michael Almereyda
★★★★
Muito obrigada pela filme JonHamm é um ator linoa! sua trabalho e incrivél, adorei sua papei, do filme e incrivél, é meu filme favorito porque foi recomendado para mim e eu me tornei um fã quando soube que Jon Hamm estava participado dele. Jon Hamm e me ator favorito. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Seguramente o êxito de sua filmes de filmes de Jon Hamm deve-se a suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Sempre achei o seu trabalho excepcional, sempre demonstrou por que é considerado um grande ator. Gosto muito do ator e a sua atuação é majestosa.
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