segunda-feira, 12 de novembro de 2018

PACTO DE JUSTIÇA (2004)


A prova de que o cinema americano ainda é capaz de produzir bons faroestes quando quer. Sob a direção de Kevin Costner, Pacto de Justiça é exemplar seguro do gênero que traz velhos clichês em filtros novos, com autenticidade e fluidez bastante originais. Costner, que também traz na autoria Dança com Lobos, flerta com a história, a admiração meditativa da paisagem e os clássicos do velho oeste ao recontar a viagem de quatro vaqueiros independentes que sofre uma interferência face à aproximação a uma cidadezinha, e um dos rapazes "aprendizes" desaparece. Um destino trágico sela a rivalidade do vil xerife da cidade e os dois vaqueiros "patrões", interpretados por Costner e Robert Duvall, em estado de graça, que procuram vingança. 

Falemos agora do quanto o filme me tocou. É um trabalho, sem dúvidas, dono de uma grandeza que faz jus às comparações com os westerns da Hollywood dos anos 50-60, com Hawks, com Peckinpah, com Ford, e, de um cinema faroeste mais recente, dos anos 90, Eastwood. Costner parece saber exatamente o que deseja ao moldar os planos desnorteantes do seu épico do velho Oeste, arquitetado com uma força deslumbrante, uma força de cinema mesmo, que resulta em sequências vibrantes e muito bem-feitas, que certamente merecem comparação com as mais altas categorias desse gênero. Tudo, desde a fotografia até o som, está em sintonia com a grandeza que emana das atuações, da trilha, e enfim do western, esse gênero que sempre foi nota 10 em ser grandioso, abrangente, colossalmente vivo, como Pacto de Justiça é, capaz de despertar emoções e sentimentos tão profundos, em especial quando se fala de homens que levam a vida de maneira simples e digna. E, nesse sentido, pode-se dizer que também é um filme que dialoga sobre o que há de mais digno na amizade, no companheirismo e no amor, e na missão de honra desses valores. Visto assim, Pacto de Justiça é um filme muito, muito bonito. 

Pacto de Justiça (Open Range)
dir. Kevin Costner
★★★★

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