Quem diria que esse Nasce uma Estrela se transformaria numa das melhores (se não for a melhor) versão de um clássico do cinema americano que já havia sido adaptado para as telas outras três vezes, sendo a de 2018 a quarta (em 34, de William A. Wellman, em 54, de George Cukor, e em 76, por Frank Pierson). Agora foi a vez de Bradley Cooper assumir as rédeas (como diretor, roteirista, produtor e ator desse novo remake) ao lado da nova estrela, Lady Gaga (no mesmo lugar que outrora foi ocupado por Janet Gaynor, Judy Garland e Barbra Streisand), na trágica história de amor imortalizada em todas essas versões e que voltou a ganhar o público nessa encarnação repleta de frescor.
Os caminhos de uma garçonete aspirante a estrela da música e um famoso cantor que, embora brilhante nos palcos, leva uma vida problemática, repleta de vícios por fora, se cruzam na noite em que ela canta "La Vie en Rose" num bar gay, quando o homem, quase que incidentalmente, invade o lugar motivado pelo álcool, para se deparar com o talento e a beleza da mulher por quem se apaixonará e, mais tarde, tornará famosa e conhecida, enquanto ele é devorado cada vez mais pelos seus vícios.
O que torna Nasce uma Estrela tão bonito? O quanto ele é redentor. Cooper, que se revela na direção, esbanja competência quando se arrisca a monumentalizar pequenos gestos e, enquanto ator, se entrega completamente ao seu personagem, um homem corroído, que aparenta estar cansado da própria condição. Cooper o faz com um domínio que só poderia vir de um artista completo, que parece compreender exatamente onde quer chegar e as dimensões desse trabalho. Gaga, como atriz, é misteriosa, dá conta do recado, e traça sua personagem com tamanha originalidade que já justifica os elogios, o equilíbrio entre o musical e o dramático, o controle e a energia que ela cativa. Sem falar nas cenas em que está cantando, com um vozeirão lindo.
A fotografia encontra enquadramentos inspirados, quando tenta fazer jus às presenças e expressões dos dois protagonistas, combinando compaixão e melodrama simultaneamente. Há liberdade tanto para reinventar quanto para reverberar clichês, o que Cooper faz com maestria e dignidade. Seus personagens são tão sentidos, parece que a visão impressa aqui finalmente se encaixa com a história que esse filme carrega. Enfim, Nasce uma Estrela é um filme que promete mexer com a gente, e nos deixa pensando nele mesmo após os créditos, seja com suas canções (a belíssima SHALLOW) e seus vários momentos inesquecíveis, as atuações impecáveis de um elenco pra lá de talentoso, e o coração que fica partido e, ao mesmo tempo, aquecido com tanto amor envolvido numa narrativa humana, intensa e emocionante sobre amor, os momentos em que caímos, os aplausos que recebemos, e a redenção entre um e outro, saber encontrá-la para acentuar a vida.
Nasce uma Estrela
A Star Is Born
dir. Bradley Cooper
★★★★½
A fotografia encontra enquadramentos inspirados, quando tenta fazer jus às presenças e expressões dos dois protagonistas, combinando compaixão e melodrama simultaneamente. Há liberdade tanto para reinventar quanto para reverberar clichês, o que Cooper faz com maestria e dignidade. Seus personagens são tão sentidos, parece que a visão impressa aqui finalmente se encaixa com a história que esse filme carrega. Enfim, Nasce uma Estrela é um filme que promete mexer com a gente, e nos deixa pensando nele mesmo após os créditos, seja com suas canções (a belíssima SHALLOW) e seus vários momentos inesquecíveis, as atuações impecáveis de um elenco pra lá de talentoso, e o coração que fica partido e, ao mesmo tempo, aquecido com tanto amor envolvido numa narrativa humana, intensa e emocionante sobre amor, os momentos em que caímos, os aplausos que recebemos, e a redenção entre um e outro, saber encontrá-la para acentuar a vida.
Nasce uma Estrela
A Star Is Born
dir. Bradley Cooper
★★★★½
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