ILHA DE CACHORROS (Isle of Dogs, dir. Wes Anderson, 2018) ★★★★½
O retorno de Wes Anderson às telas depois do sucesso de O Grande Hotel Budapeste veio com um também regresso ao território da animação, onde o americano já havia estado com seu O Fantástico Sr. Raposo. Ilha de Cachorros, por mais estável ou esperável que possa ser, é um filme que deixa uma sensação de que precisa ser revisto, e carrega méritos que já estão praticamente selados no estilo de Anderson. A meticulosidade dos planos, a exatidão dos enquadramentos, a precisão das sequências, e a beleza que surge do namoro entre fotografia e montagem tão bem executados é o que se encontra. Apesar das polêmicas, esse novo trabalho trouxe o frescor de um cineasta que, se não fez um filme para se superar, compôs um belo conto sobre amizade, companhia, união e, novamente, família, com a sensibilidade e humanidade esperada do cara por trás de Moonrise Kingdom e Os Excêntricos Tenenbaums. Foi indicado ao Oscar em melhor filme de animação e trilha sonora.
HOMEM-ARANHA NO ARANHAVERSO ★★★½
(Spider-Man: Into the Spider-verse, dir. Bob Persichetti, Peter Ramsey & Rodney Rothman, 2018)
É um filme que não deve passar despercebido quando se falar em melhores filmes de super-herói do ano passado. Pantera Negra e o mais recente dos Vingadores provavelmente são os primeiros que vem à cabeça, mas essa nova animação do Homem-Aranha, que caiu no gosto dos críticos, é um destaque não apenas dentro do seu próprio gênero dos desenhos animados mas também como um filme de super-herói em si. Gratificante que a história lide com tantas inovações e permita que uma história mais complexa, ainda que dentro de temáticas mais "jovens", seja dirigida para um público adolescente/infantil. Sem dúvida é o filme mais potente na corrida de Melhor Animação.
BOHEMIAN RHAPSODY (dir. Bryan Singer, 2018) ★★½
Com exceção da sequência final que, para a surpresa de quem já tinha visto o bastante, consegue ser decente até demais para um filme que faz escolhas pra lá de esquisitas, Bohemian Rhapsody talvez trabalhasse melhor fora desse formato de biopic, que aqui dá a impressão de que há bem pouco (ou nenhum) frescor na narrativa, e as tentativas não conseguem ir muito longe. Embora não tenha sido uma experiência irritante, é um filme com deslizes incômodos, torto, com uma configuração muito prática, batida. Uma comentada e "excêntrica" atuação do Malek, que tenta se equilibrar entre exagero e seriedade, mas que só consegue "funcionar" plenamente quando seu personagem está no palco, soa caricato, sem sal. Não dá pra negar que é estranho ver ele no Oscar, mesmo que dê pra entender um pouco o porque dessa recepção, por mais bizarra que ela seja.
Por mais que todos esses erros possam ser recebidos com aversão, pra quem tem uma certa familiaridade com o trabalho do Queen, o filme, pelo menos, acerta na disposição da trilha musical da banda, incluindo várias canções pra lá de celebradas, além da que deu o nome ao filme, e que podem satisfazer os admiradores, incluídas aqui. Não precisa nem ser fã ou coisa do tipo. E, de certa forma, alguns momentos bem vívidos, não exatamente repletos de paixão, porque é tudo muito mecânico, desencontrado nas suas tentativas.
Por mais que todos esses erros possam ser recebidos com aversão, pra quem tem uma certa familiaridade com o trabalho do Queen, o filme, pelo menos, acerta na disposição da trilha musical da banda, incluindo várias canções pra lá de celebradas, além da que deu o nome ao filme, e que podem satisfazer os admiradores, incluídas aqui. Não precisa nem ser fã ou coisa do tipo. E, de certa forma, alguns momentos bem vívidos, não exatamente repletos de paixão, porque é tudo muito mecânico, desencontrado nas suas tentativas.
Um dos mais falados indicados ao Oscar desse ano, Bohemian Rhapsody figurou até em Melhor Filme (para a surpresa de muitos) e totalizou cinco indicações, podendo (e devendo) ganhar alguns prêmios. O mais provável é que Rami leve o prêmio de Ator, enquanto o filme não deve sair de mãos abanando das categorias técnicas (concorre em montagem, edição e mixagem de som). E, também se trata do mais estranho e inusitado dos concorrentes da safra desse Oscar.
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