Nos últimos anos, Denis Villeneuve vem se consolidando como um dos cineastas mais influentes e importantes da atualidade, dada a profusão de seus trabalhos e a recepção de seu cinema. Seu novo filme, A Chegada, é a prova mais contundente de sua mise-en-scene paradoxal e que consegue conciliar os elementos cinemáticos à força da trama que ele conduz. Este é talvez seu melhor, um trabalho que merece ser reconhecido como tal e que é capaz de gerar as mais diversas interpretações acerca de sua narrativa singular e interessantíssima.
Em A Chegada, Amy Adams (em uma performance estarrecedora) dá vida a Dra. Louise Banks, uma professora de linguística que recentemente perdeu a filha adolescente, vítima de um câncer, é convocada para participar de uma missão das forças armadas quando seres extraterrestres invadem a Terra e começam a se comunicar através de sinais. Seguindo esse contexto, as investigações de Banks sobre a linguagem extraterrestre evoluem, mas o governo teme que algo de ruim aconteça, e a alienação acaba provocando constante paranoia.
Villeneuve, cuja filmografia sempre tida como promissora está repleta de filmes multifacetados, que abrem inúmeras interpretações acerca sua história, seus contextos e simbolismos, talvez nunca tenha feito um filme que fosse tão dinâmico em sua abordagem, em relação à sua complexidade e seus contextos, embora tenha feitos semelhantes em trabalhos embebidos de complexidade como os excelentes Os Suspeitos, O Homem Duplicado e Sicario: Terra de Ninguém.
Fato é que Villeneuve realizou sua obra-prima, um filme que gera tantas interpretações e abre portas para tantos contextos que merece ser relevado por sua conexão com a linguagem que nos fornece e sua análise meticulosa dos desdobramentos da linguagem cinematográfica e como os elementos dessa história dialogam perfeitamente com esse simbolismo. Há uma comunicação tão mútua, que acaba resultando em um calculismo impressionante. A maneira como a linguagem (e a temática em si) é trabalhada em A Chegada é uma obra completa.
Gosto de pensar do filme dessa maneira, como ele consegue reunir diversas abordagens num só segmento e é realmente incrível. É um dos filmes mais articulados de Denis Villeneuve, ele que é um diretor massa e que não costuma desapontar. A Chegada e seu lirismo fundamental contextualiza o aspecto mais particular da arte: o significado. Por essa e por outras razões, seu teor metafórico, seu trabalho magnífico com os artifícios técnicos (trilha, fotografia e desenho de som, estonteantes e absurdamente brilhantes) eu creio que trata-se de um filme tão especial, bem feito e potente, o melhor até agora desse cara que a cada filme reafirma seu status de cineasta de primeira grandeza.
A Chegada (Arrival)
dir. Denis Villeneuve
★★★★★
★★★★★
Os filmes de ficção são os meus preferidos, mas A Chegada se tornou no meu filme preferido. Sua historia é muito fácil de entender e os atores podem transmitir todas as suas emoções, é muito interessante. Eu recomendo muito e estou segura de que se converterá numa das minhas preferidas; Não é um dos meus gêneros preferidos, mas a historia foi muito interessante!
ResponderExcluirSim, trata-se de um filme memorável e que coleciona méritos.
ExcluirAbraço, Alex!!!