1 — Como todo Oscar, sempre tem esnobações, como também temos justiças. Não foi nada diferente com o Oscar 2019, que até era apontado como uma edição que tinha chances de ser diferente por causa da diversidade no comitê de votantes da Academia (todo ano, entram novas pessoas para votar no prêmio, e 2018 foi um ano recorde nessa seleção). Por isso, a lista dos indicados veio estranhamente recheada de escolhas e presenças inusuais, ou no mínimo bem inesperadas. Isso acabou tirando da jogada concorrentes fortes em categorias importantes, e revelou uma Academia mais diversificada e, portanto, eclética.
2 — Roma (o grande favorito) lidera a lista com 10 indicações, ao lado de A Favorita, que conseguiu emplacar indicações em todas as grandes categorias, se consolidando como um concorrente potente.
3 — Apesar de terem conseguido espaço bem vantajoso de concorrência dentro da lista, filmes como Green Book e Nasce uma Estrela tiveram baixa por estarem ausentes em categorias como direção e montagem. Pantera Negra, que tornou-se o primeiro filme de super-heróis a ser indicado para Melhor Filme, não foi indicado em direção, roteiro e montagem. Crescem, entretanto, Infiltrado na Klan, de Spike Lee (pela primeira vez indicado em melhor diretor) e Vice, com vantagem de sobra ao aparecerem nas categorias principais.
4 — Surgiram surpresas em todas as quatro categorias de atuação. A mais notável delas é a indicação de Marina de Tavira, de Roma, em atriz coadjuvante. Tavira até tinha aparecido em algumas apostas, mas muitos tinham a categoria como fechada e ela não ganhou tanta força a ponto de ficar entre as concorrentes mais favoritadas. Yalitza Aparicio, que contracena com ela, foi indicada em Melhor Atriz, outra grande surpresa, levando em consideração ser o filme de estreia da mulher. Ela, entretanto, já vinha crescendo bastante, especialmente com a indicação ao Critics' Choice.
5 — Nos atores, Willem Dafoe ganhou mais uma indicação com No Portal da Eternidade, muito inesperadamente, tomando um lugar que era disputado por John David Washington e Ethan Hawke, ambos esnobados, na corrida de ator principal. Lembrando que Dafoe foi um dos primeiros nomes a surgir na corrida, ganhou o Volpi Cup em Veneza e indicação ao Globo de Ouro, mas por algum motivo já era considerado um esnobado. Na corrida de coadjuvante, o lugar que já era praticamente do Timothée Chalamet foi tomado, e Sam Rockwell, vencedor da categoria ano passado, emplacou uma indicação por Vice.
OUTRAS SURPRESAS
— A Balada de Buster Scruggs, dos Irmãos Coen, com três indicações, inclusive uma pra lá de inesperada em roteiro adaptado.
— Never Look Away indicado em filme estrangeiro e, vejam só, fotografia.
— First Reformed lembrado em roteiro original.
ESNOBAÇÕES
— Se a Rua Beale Falasse em melhor filme.
— Won't You Be My Neighbor?, o então favorito a melhor documentário.
— Sem Rastros, de Debra Granik, a única mulher que conseguiu chegar bem perto da indicação a direção, e que tinha chances altas em roteiro adaptado.
— Emily Blunt, tida como uma favorita tanto a atriz como atriz coadjuvante.
— Toni Collette, a atriz que mais ganhou prêmios da crítica ano passado por Hereditário.
— Oitava Série em roteiro original.
— Em Chamas em filme estrangeiro (se tornaria o primeiro filme da Coreia do Sul a ganhar uma indicação).
— O Primeiro Homem em trilha, categoria para a qual muitos consideravam ser o favorito. Claire Foy em atriz coadjuvante. Sandgren em fotografia.
— Dolly Parton, que compôs "Girl in the Movies" para o filme Dumplin'. Dolly foi indicada antes com as marcantes composições "9 to 5" e "Travelin' Thru", mas não ganhou.
— Regina Hall em Support the Girls.
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