PALMA DE OURO
Parasite (Bong Joon-Ho, Coreia do Sul)
GRANDE PRÊMIO DO JÚRI
Atlantique (Mati Diop, Senegal)
PRÊMIO DO JÚRI (empate)
Bacurau (Kleber Mendonça Filho & Juliano Dornelles, Brasil)
Les Misérables (Ladj Ly, França)
PRÊMIO DA MISE-EN-SCÈNE
Irmãos Dardenne — Le Jeune Ahmed (Bélgica)
MELHOR ATOR
Antonio Banderas — Dolor y Gloria (Espanha)
MELHOR ATRIZ
Emily Beecham — Little Joe (Reino Unido/Áustria)
PRÊMIO DE ROTEIRO
Portrait de la jeune fille en feu — Céline Sciamma (França)
MENÇÃO HONROSA DO JÚRI
It Must Be Heaven — Elia Suleiman (Palestina)
O Festival de Cannes 2019 se encerra com uma entrega de prêmios das mais justas dos últimos anos, longe da bagunça que algumas edições recentes fizeram ao ter que escolher os premiados, injustiçando candidatos potentes. Iñárritu e seu júri fizeram escolhas coerentes, dividiram os prêmios entre cineastas menos aclamados (Mendonça Filho, Bong Joon-Ho, Elia Suleiman) e inclusive alguns iniciantes na competição (Mati Diop, Celine Sciamma, Ladj Ly). O calibre da competição desse ano trouxe uma valorização bastante especial do cinema mundial. É o que se indica no reconhecimento de produções oriundas da Coreia do Sul, Brasil, Palestina, Espanha e Senegal. Se alguém estava pensando que o cinema americano seria o queridinho, agora foi a vez de outros cinemas falarem mais alto na vitrine mais importante do cinema de autor e, de certa forma, do cinema mundial também.
Se o grande favorito da vez, Dolor y Gloria, não bateu a unanimidade prenunciada de Parasite, pelo menos legou a Antonio Banderas um bem-vindo reconhecimento pela sua performance no que talvez seja o mais autobiográfico dos filmes de Almodóvar. Como brasileiro, é impossível não ficar deliciado com a vitória maravilhosa de Bacurau (prêmio do júri), um dia após o filme de Karim Aïnouz chegar ao prêmio principal da mostra Um Certo Olhar (a mais importante do festival depois da competição da Palma). Ou seja, temos dois filhos do Brasil (e de cineastas nordestinos) entre os vencedores dos prêmios mais relevantes do Festival de Cannes. Isso é gigante. E nos dias de hoje, no Brasil de hoje, vocês sabem que a importância é triplamente maior. Viva o cinema nacional!!!
E se é um dia histórico para o cinema sul-coreano que teve sua primeira Palma hoje, é também histórico para Mati Diop, que tornou-se a primeira africana a ter seu filme na competição de Cannes, e saiu com o 2º prêmio mais importante da noite. Rotineiramente premiados, os Irmãos Dardenne, apesar da recepção morna que tiveram no festival, saíram vitoriosos. E Celine Sciamma, que era cotadíssima à Palma, foi lembrada pelo melhor roteiro. Suleiman, cineasta palestino que retornou à competição após um hiato de uma década, foi a menção honrosa da seleção. Enfim, estão aí alguns dos filmes que foram celebrados nessa edição do festival, e que merecem nossa atenção. Feliz pelo cinema brasileiro, que foi enaltecido tão merecidamente. E que isso sirva de inspiração para a nossa cultura e arte nacional seguir resistindo em tempos turvos. O cinema é uma arma muito poderosa, lembrem-se disso.
muito bom ver os cineastas brasileiros se destacando. não vejo a hora de poder assistir a esses filmes.
ResponderExcluirRealmente, Brasil esse ano teve um destaque que há muito tempo não tinha. Também estou no aguardo!
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