Sem dúvida, Terror em Silent Hill é pra lá de singular. Interessantemente, para uma "singela" adaptação de um jogo, o filme está um passo à frente. Afinal, não é todo dia que a gente se depara com um filmaço desses, ainda adaptado de um videogame. Aliás, é bem provável que Terror em Silent Hill seja a melhor adaptação de um videogame já feita, levando em conta a baixa qualidade das produções baseadas em jogos eletrônicos que circulam por aí hoje em dia. Quero dizer, se eu não tivesse sido informado que o filme era uma adaptação de um jogo, não faria a mínima diferença. Nunca que eu iria adivinhar isso, mesmo já tendo visto o filme. De qualquer forma, trata-se de um filme magistral e imperdível.
Radha Mitchell (que esteve radiante expondo seu talento em Melinda e Melinda) mais uma vez entrega uma atuação digna de nota, excepcionalmente brilhante e irreparável. Em Terror em Silent Hill, a australiana interpreta Rose Da Silva, uma mulher cuja filha padece de crises de sonambulismo. Durante o sono, a menina vive repetindo o nome de uma cidade, "Silent Hill". Desesperada, depois de vários tratamentos em vão, a mãe logo decide fazer uma visita à tal cidade junto dela. A cidade é, na verdade, uma cidade-fantasma que, depois de um incêndio devastador na década de 70 teve que ser evacuada. Lá, ainda continuam acontecendo incêndios subterrâneos.
Há quem diga que há certa perversidade exacerbada no horror que o filme expõe. Já eu prefiro enxergar o filme como um exemplar nato do gênero e que vai bem além (no bom sentido) ao contrário de outros fracassos de tentativas semelhantes que não tiveram o mesmo destino. E uma coisa que Silent Hill não é é um filme ruim, e definitivamente está bem longe de ser.
Alguns elogiaram o visual do filme, que por sinal é uma de suas melhores coisas, fenomenal. A fotografia do longa ficou a cargo de Dan Laustsen, que já havia trabalhado com o cineasta francês Christophe Gans anteriormente, e que recentemente deu um show visual na fotografia do belo A Colina Escarlate, também pertencente ao gênero terror. Algumas cenas até podem incomodar o espectador mais minucioso por conta da estética gráfica, o que até trata-se, pra mim, de uma boa fórmula para filmes de terror mais chocantes e sangrentos como esse. Eu até diria um pouco nojento, embora pouco convencional.
O roteirista do filme é Roger Avary (sim, o mesmo cara que co-escreveu Pulp Fiction ao lado do mestre Tarantino). E ele é fera. Não à toa Silent Hill é um filme tão bom, muito por conta do excelente roteiro que o constitui. O mesmo pode se dizer da direção primorosa de Christophe Gans. Uma lástima o diretor só ter 4 títulos em sua filmografia inteira, sendo o mais recente a versão francesa de A Bela e a Fera, estrelando a linda Léa Seydoux. Ainda que eu não tenha conferido os outros três, arrisco que Silent Hill já é o melhor. O filme é tenebrosamente eletrizante e perspicaz, de deixar qualquer um mortificado de medo. Logo, trata-se de um dos filmes de horror mais bem-feitos, conduzidos, atuados (o elenco é sensacional) e, enfim, realizados dos últimos tempos. Simplesmente um arraso de filme, excepcional.
Ah, só pra encerrar, 2016 trará em breve duas grandes e cotadíssimas superproduções baseadas em videogames: Warcraft (se eu não me engano estreia amanhã) e Assassin's Creed. Até agora, teve até uma animação (Angry Birds - O Filme) baseada em um jogo, vejam só!
Ah, só pra encerrar, 2016 trará em breve duas grandes e cotadíssimas superproduções baseadas em videogames: Warcraft (se eu não me engano estreia amanhã) e Assassin's Creed. Até agora, teve até uma animação (Angry Birds - O Filme) baseada em um jogo, vejam só!
Terror em Silent Hill (Silent Hill)
dir. Christophe Gans - ★★★★
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