Há duas coisas que eu admirei bastante ao assistir Onde os Fracos Não Tem Vez: a utilização de metáforas no roteiro e as cenas de violência extrema. Algo bem familiar das obras de Joel e Ethan Coen, mas que aqui sofrem um destaque notório. Um dos filmes mais aclamados dos últimos tempos, Onde os Fracos Não Tem Vez me chamou a atenção bastante de um curto tempo pra cá depois de ler em algum lugar um elogio a partir da performance de Javier Bardem. Um elogio bem chamativo, que utilizou adjetivos como "estrondosa", "memorável", "astuta" e "talentosa". que confesso, me deixaram curioso para então assistir. Não resisti e procurei-o, encontrando em DVD. E ao fim da exibição, tais adjetivos foram cabíveis tanto á atuação de Bardem, cuja comentarei a pouco, quanto ao filme em si.
Mas esta é uma obra tão boa que mal consigo descrever como foi a experiência de vê-la, o que não me impossibilita de fazer uma boa revisão dela a partir do que achei. O que mais posso fazer senão elogiar, como o próprio texto que me sugeriu a procurá-la? Com certeza, é um dos melhores filme dos Irmãos Coen. Não sendo o melhor, em minha opinião, talvez um segundo melhor, perdendo para Fargo. Tem uma audácia cativante, exuberadamente passível, quase atormentadora. Inicia-se as razões de ter adorado-a, mais precisamente são cinco, equivalentes a cada estrela que o filme fez por merecer:
Onde os Fracos Não Tem Vez conta com um elenco pequeno, a maioria personagens masculinas, porém fortes, novamente citando Javier Bardem. Eletrizante. Monumental. Agressivo. Íntegro. Nunca vi algo tão bom na carreira dele quanto ao que ele fez neste filme. Aliás, este foi o filme que o introduziu no cinema americano, pois atualmente, o vi bastante nos filmes da indústria. De passagem na fase espanhola, dos melhores dele vi o clássico de Almodóvar Carne Trêmula e o vencedor do Oscar Mar Adentro.
A direção magnânima e equilibrada dos irmãos Coen. A ambição em dirigir um drama tão necessitado de competência e audácia. Uma adaptação tão corajosa, e tão difícil, no fim, conseguiu ser realizada graciosamente por eles. Tudo conclui-se em formalidade.
Com uma certa ligação ao filme, é digno e preciso reconhecer o trabalho magnífico de Cormac McCarthy em escrever a base, afinal este filme não seria nada, literalmente, sem ele: o livro No Country for Old Man. Ainda vou procura-lo.
O estilo. Outra vez é preciso autenticar os Coen. Num nível de violência categoricamente falando alto, Onde os Fracos Não Tem Vez possivelmente não seria tão emocionante se o estilo do qual ele foi filmado, um obscuro faroeste da atualidade, se ausentasse. Desculpem se descordarem disto, mas a partir do meu ver, a graça desta película se centralizou clima que ela reproduziu. É inevitável para quem assiste. Não confundir isto com ação. Estou falando de sangue, e é bem diferente, apesar dos dois, aqui combinados, serem belíssimos.
E por fim, a excelência técnica. Em tudo, principalmente o elenco, destacando desta vez um Josh Brolin plausível e meticuloso (good job!) e um Tommy Lee Jones versátil e humano (good job!). A fotografia de Roger Deakins: good job! A edição de Roderick (irmãos Coen): good job! O roteiro dos irmãos Coen: fucking great wonderful job! Mesmo sem ter lido o romance de McCarthy, já confesso aqui minha preferência de elogiar desde já o script do filme. Vencedor de 4 Oscars em 2008, Onde os Fracos Não Tem Vez é sim um dos melhores finalistas a Melhor Filme, premiado com justiça, num título muito viável para este recheado western moderno.
Resumindo tudo: nota 10!
Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country for Old Man)
dir. Joel Coen & Ethan Coen - ★★★★★
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