Ok, esse eu conferi atrasado, mas vi, enfim. Estava prometendo à minha irmã ver Deadpool há um bom tempo, mas estava com preguiça de baixar e, depois de tanta espera, acabei desanimando e desisti de ver o filme. Lembro que quando saiu nos cinemas em fevereiro estava doido pra ver, e até cheguei a (quase) combinar com amigos, mas foi tudo em vão. Minha irmã me lembrou hoje à noite que queria ver. Pra quitar essa dívida, lá fui eu assistir Deadpool.
Antes de começar a falar sobre o filme, aviso desde já: sou nota 0 no que se refere à cultura dos super-heróis ou ao universo Marvel. Não conheço, nunca fui e não consigo me familiarizar, e geralmente é uma tarefa complicada pra mim digerir os chamados "filmes de super-herói". Sou completamente leigo no que diz respeito à referências e etimologias desse mundo. Enfim, vejo os filmes por ver mesmo. Pra falar a verdade, se a minha irmã não tivesse insistido tanto, nem teria visto ou até lembrado.
Não deixa de ser um bom "filme de super-herói" esse Deadpool. Repleto de ousadia, sarcasmo e diversão, o longa, apesar de imperfeito, foi feito por uma boa causa (entretenimento) e, nesse território, pode-se dizer que até é sim um filme bem-sucedido. O filme brinca solenemente com o gênero e diverte o espectador com palhaçadas irônicas e sequências de ação banais. Sobressai-se como um filme glorioso por entregar com tamanha exuberância e excelência uma combinação finíssima de ação e comédia, feito raro nos dias de hoje no campo cinematográfico.
Alguns até podem dizer que é tosco ou bobo demais. E não é que não é, mas eu gosto de ver o humor no filme como algo brincalhão, e não imaturo ou infantil, mas sim dirigido ao entretenimento e descontração do espectador. É por isso que eu creio que trata-se de um filme especialmente dirigido ao público mais jovem, que certamente lidará mais facilmente, ingenuamente, com essa característica, e apreciará mais, sem levar tudo a sério como a maioria do público adulto provavelmente faria. Afinal de contas, é um filme sem espaço para a seriedade. 90% do filme é puro e intenso humor negro do mais sacana e pesado, o que pode levar a outras interpretações a quem não souber entrar no ritmo da brincadeira.
Só pra vocês terem uma pequena noção da minha sem-tamanho ignorância nesse território, eu nunca saberia da existência do super-herói Deadpool se não fosse pelo filme. E não é a primeira vez que isso acontecem. Devem ter vários e vários personagens dos quadrinhos de super-herói que eu desconheça. Quem sabe com mais calma e tolerância eu não vá a me interessar de verdade? Acho que esse é o problema. Não consigo me identificar com os ideais e propósitos desses heróis. É tudo muito estranho pra mim. A filosofia desse universo não entra na minha cabeça de jeito nenhum.
O que acaba salvando Deadpool, ao meu ver, é seu lado humor, porque, pra ser sincero, não fui muito com a cara das cenas de ação não. O lado comédia é caprichado e repleto de qualidades, o suficiente para funcionar como uma boa dose de descontração e contemplação cômica, mas as cenas de ação... Que chato, cara! Parece que não tem fim, principalmente aquela sequência final... Ninguém merece! Acho que eles moveram mundos no lado comédia, que é fenomenal, mas ficaram relaxadíssimos no lado ação. E o problema nem é a ação, mas é que as sequências de ação são tão fracas e maçantes e tomam tanto tempo (aquele velho clichê dos filmes de ação de sempre extrapolar os limites de tempo em sequências de combate).
Deadpool não é forçado, Deadpool não é "só mais um filme de super-herói". Deadpool não é um filme ruim. Na maior parte do tempo, eu gostei. Poderia ter gostado mais, eu acho, se tivesse mais conexão com o personagem e o universo Marvel, que, apesar de tudo, me interessa muitíssimo. Ryan Reynolds cada vez mais me surpreendendo como um ator exímio, e aqui não foi nada diferente. Um amigo meu tinha dito, depois de ter conferido o filme, que tinham várias cenas de sexo entre o Ryan e a belíssima Morena Baccarin, metade brasileira, que interpreta a namorada do herói (o que, confesso, me animou muito -- e serviu de estímulo a ver o filme). Bem, não é verdade (só se meu conceito de "muitas cenas de sexo" esteja realmente à frente). Só há uma, mas o personagem fala muita sacanagem e concretiza diversas apologias, centralmente no linguajar, o que, realmente, tem ligação com a "íntegra sexual" do filme, digamos -- o que me desapontou demais (risos).
Deadpool
dir. Tim Miller - ★★★
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