quarta-feira, 4 de maio de 2016

Crítica: "MATADORES DE VELHINHAS" (2004) - ★★★


Mês passado eu quebrei meu recorde: 56 filmes. Que eu me lembre, nunca tinha visto tanto filme num só mês. E olha que eu nem estou de férias. Acontece que minha compulsão cinéfila se intensificou de uns tempos pra cá. Agora, por exemplo, estou vendo uns três, dois filmes por dia, enquanto no passado mal via três ou quatro filmes por semana, digamos. Evolui muito nesse quesito. Devo encarar isso como uma qualidade ou como um defeito (compulsão cinéfila)? Bem, espero continuar nesse ritmo. Afinal, filme pra conferir é o que não falta. Esse Matadores de Velhinhas, por exemplo, lembro de ter comprado em 2014, se não me falha a memória, e na época até tentei ver, mas parei logo no início, não lembro o porquê. Depois de ter conferido Kumiko, a Caçadora de Tesouros ontem, me deu uma vontade de ver esse filme. 

Mas conta que eu estava mirando uma comédia (recentemente, não estou com pique para filmes dramáticos) e é isso que, mais ou menos, Matadores de Velhinhas é. Na verdade, é humor negro, gênero que volta e meia é trabalhado pelos Coen (Um Homem Sério, E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?, O Grande LebowskiQueime Depois de Ler), o que não necessariamente quer dizer que seja aquele tipo de filme o qual você irá gargalhar sem parar do primeiro frame até os créditos, muito embora seja um trabalho bastante hilário, embora esquisito (esquisito demais pra ser considerado cômico, ao meu ver). 

Tom Hanks interpreta um criminoso meticuloso e astuto, G.H. Dorr, que se hospeda na mansão de uma idosa reclamona, Marva Munson, para executar seu grande plano, cavar um túnel até um cassino e furtar o cofre da instituição, com a ajuda de outros quatro homens, seus ajudantes. Entretanto, os criminosos terão de aturar a senhora, que acaba atrapalhando o crime perfeito deles. 

Embora não seja o trabalho mais bem-feito dos Coen, Matadores de Velhinhas tem seus prós, e não chega a ser um filme tão fraco, apesar dos defeitos, como muitos disseram. É apenas um filme bom, regular, sem muitos charmes, mas que não chega a ser desprezível.

É raro ver o Tom Hanks numa interpretação cômica tão excelente. O ator acaba sendo um dos grandes destaques do elenco e me surpreendeu bastante, já que eu não esperava vê-lo tão ótimo como ele esteve. Outro destaque é a Irma P. Hall, que faz a senhorinha chata sempre atrapalhando os planos de Dorr. Outras participações notórias são a de Marlon Wayans, numa atuação de valor que acaba roubando a cena, e J.K. Simmons. 

É claro, teve algumas coisas que eu não gostei tanto assim em Matadores de Velhinhas. Já começa pelo título nacional horrendo (não sei porque colocaram "velhinha" no plural se é só uma personagem). A fotografia do Roger Deakins poderia ser mais caprichada. Acho que o trabalho de fotografia ficou muito relaxado, desnecessário. Pensei que encontraria algo mais charmoso. Também não gostei dos clichês de comédia que os Coen adotaram. Dá a impressão de que eles fizeram pensando em homenagear as velhas produções cômicas hollywoodianas (o filme em si é a adaptação do clássico Quinteto da Morte), mas a fórmula, o resultado sai completamente diferente do imaginável. Entretanto, não é aquele filme que passaria em branco. Como dito, Matadores de Velhinhas tem lá suas qualidades. 

Matadores de Velhinhas (The Ladykillers)
dir. Joel & Ethan Coen - 

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