E aos poucos Noah Baumbach vai me conquistando. O primeiro filme dele que vi foi o razoável Enquanto Somos Jovens, que pra mim é perfeitamente definido pela frase "é o que tem pra hoje", e que não me surpreendeu quase em nada, se formos levar em conta as expectativas. Já a segunda vez foi com Mistress America, um bocado melhor e mais divertido que o anterior. A Lula e a Baleia é o terceiro filme dirigido por Baumbach que vejo. E o melhor dos três. Confesso que não achava que ficaria tão maravilhado. Meu gosto por Noah Baumbach finalmente se elevou e agora estou mais interessado na filmografia do diretor. É intenso e suave, simples e completo, um filme de qualidade rara e magnífica.
Baumbach fascina no lugar do diretor e no lugar do roteirista. Antes um cineasta por quem eu nutria pouquíssima admiração, ele me fisgou com esse filmão. Seu cinema está no auge em A Lula e a Baleia. Despertou em mim uma imensa curiosidade em descobrir e degustar seus outros filmes, como Margot no Casamento e O Solteirão. A Lula e a Baleia é garantia de entretenimento e deleite. Mais que isso, é um singelo convite a acompanhar e conhecer Noah e seu cinema mais de perto e com (devida) atenção. E, a cada filme dele a mais que assisto, expõe-se seu talento inegável e sua marca de autor. Seu estilo é aconchegante e visionário, e faz dele um dos cineastas mais importantes do cinema contemporâneo.
A Lula e a Baleia é uma combinação autêntica de competência e riqueza fílmica. É uma oportunidade única de testemunhar as artimanhas do estilo cinematográfico de Noah Baumbach e suas pequenas, algumas quase imperceptíveis, obsessões narrativas geniais. Não me estranha o filme ter recebido logo uma (justa) indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original em 2006. O roteiro é extraordinário. É unanimidade entre esses três filmes do Noah que vi: os roteiros sempre são fenomenais, caprichadíssimos. É quase como Woody Allen ou o Wes Anderson, camarada do Noah (e produtor do filme).
A Lula e a Baleia foca na crise familiar que se instala entre pais e filhos durante um período de divórcio. Laura Linney e Jeff Daniels estão sensacionais na pele do excêntrico casal Bernard e Joan, duas das melhores performances de suas carreiras. Não sou muito fã do Jesse Eisenberg, mas ele está excelente. A revelação do filme é Owen Kline. Embora eu admire bastante o Jeff Daniels, e ele esteja excepcional aqui, sinto um tantinho de curiosidade em saber como o Bill Murray, que foi cotado para o personagem na época, se sairia.
A Lula e a Baleia foca na crise familiar que se instala entre pais e filhos durante um período de divórcio. Laura Linney e Jeff Daniels estão sensacionais na pele do excêntrico casal Bernard e Joan, duas das melhores performances de suas carreiras. Não sou muito fã do Jesse Eisenberg, mas ele está excelente. A revelação do filme é Owen Kline. Embora eu admire bastante o Jeff Daniels, e ele esteja excepcional aqui, sinto um tantinho de curiosidade em saber como o Bill Murray, que foi cotado para o personagem na época, se sairia.
Pela brilhanteza de Noah Baumbach, pelo elenco impecável, pelo humor, pela singularidade, pela fotografia exótica em 16mm de Robert Yeoman, pelas referências ao cinema francês e à Nouvelle Vague, pela atmosfera equilibrada e pelo ritmo vibrante, vale a pena ver A Lula e a Baleia. A compreensão do título não é de graça, e é aí é que está a graça dele. A Lula e a Baleia tem o visual de uma crônica culta e o espírito de um filme soberbo. Se um dia por acaso eu topasse com o Noah, lhe diria: "Obrigado por A Lula e a Baleia, cara!".
A Lula e a Baleia (The Squid and the Whale)
dir. Noah Baumbach - ★★★★
É um bom drama familiar sobre a dissolução de um casamento aos olhos dos filhos.
ResponderExcluirAbraço
É um filmaço, não? Eu adorei.
Excluir