sexta-feira, 22 de julho de 2016

3 COMÉDIAS + 1 DOCUMENTÁRIO + 1 FILME SOBRE CULINÁRIA


Roman Polanski: A Vida em Filmes (Roman Polanski: A Film Memoir)
dir. Laurent Bouzereau - 

Já havia sido feito, e recentemente, um documentário sobre o querido cineasta polonês Roman Polanski (Roman Polanski: Procurado e Desejado, de Marina Zenovich, ano: 2008). Este Roman Polanski: A Vida em Filmes, lançado um tempinho mais tarde, em 2011, se baseia numa premissa um pouco diferente da versão de 2008. Andrew Braunsberg, produtor (Muito Além do Jardim, O Inquilino) e grande amigo de Polanski, é recebido na casa do cineasta na Suíça, onde ele cumpriu pena depois de ter sido preso em 2009, e o documentário se instala numa conversa entre Polanski e Braunsberg sobre a trajetória e a carreira do diretor. Trata-se de um dos documentários mais interessantes que eu vi de uns tempos pra cá, se bem que eu não ando vendo muitos documentários ultimamente. Enfim, é certamente um filme fascinante e interessantíssimo. E, para fãs do Polanski como eu, Roman Polanski: A Vida em Filmes é obrigatório. Achei muito curioso quando o Andrew perguntou qual era o filme que o Polanski considerava ser o melhor dele e ele disse que era O Pianista, que, de fato, é um dos melhores trabalhos dele. Aliás, O Pianista, apesar de ser a biografia de Władysław Szpilman, tem um toque autobiográfico por parte do Polanski, que experienciou de perto o terror e a agonia durante a guerra. Durante o documentário, ele fica emocionando inúmeras vezes, ao lembrar da família, do pai, que foi para um campo de concentração quando ele ainda era criança e quem ele milagrosamente reencontrou anos depois (Polanski chega a relatar que, depois que o pai foi levado pelos nazistas, vivia confundindo outros homens com ele, na esperança de ele continuar vivo), da ex-esposa Sharon Tate, que foi brutalmente assassinada às vésperas de dar à luz pela "família Manson" em 1969. Polanski teve uma vida muito difícil. Surpreendentemente, a carreira dele começou no rádio, beirou o teatro, até que ele se firmou no cinema, como um figurante, depois fazendo curtas, até se tornar o grande diretor que é, dono de alguns dos melhores filmes já feitos, como Chinatown, A Faca na Água, O Pianista, Tess, O Bebê de Rosemary, Repulsa ao Sexo, entre outros. Visto na Netflix (17/07).


Julie & Julia
dir. Nora Ephron - 

Há quem diga que Nora Ephron era a versão feminina do Woody Allen. Aclamada pelo trabalho de roteirista (indicada 3 vezes ao Oscar de Melhor Roteiro Original por Silkwood, Harry & Sally e Sintonia de Amor, não tendo vencido nenhuma vez, injustamente e infelizmente), e mais tarde celebrada como diretora (Sintonia de AmorMens@gem pra Você e Bilhete Premiado estão entre os filmes que Nora assina como diretora/roteirista), Nora nos deixou cedo demais, há quatro anos. Muito triste. Julie & Julia foi o último trabalho da talentosa Nora tanto como diretora e roteirista. Não é a obra-prima dela, mas é um filme encantador. Eu diria que é quase como um feel-good, daqueles de adoçar o nosso imaginário e dançar valsa com nossas emoções. A irretocável Meryl Streep entrega uma performance deliciosa, apaixonante, brilhante, no ponto, tudo o que se espera de uma atuação dela: um espetáculo. Amy Adams, que de talentosa tem de sobra, também não está nada mal na pele de uma blogueira, Julie, que escreve sobre culinária e que idolatra a cozinheira Julia Child, sua musa e inspiração. O filme se equilibra em dois planos, o da Julie e o da Julia, duas mulheres se aventurando no mundo da culinária e compartilhando diversas coincidências e acasos, embora sejam separadas pelo tempo. O roteiro é fenomenal. Stanley Tucci e Chris Messina ganham espaço como coadjuvantes. Não dá pra reclamar de Julie & Julia. Visto em DVD (dia 24/06).


Para Maiores (Movie 43)
dir. vários - 

Ô filmezinho ruim da bexiga! Quer dizer, ruim é pouco. Para Maiores é uma porcaria de filmes. Simplesmente um lixo. Entraria fácil numa lista de "piores filmes já feitos". É aquele tipo de filme que só os idiotas gostam. Aliás, é uma ofensa ao paladar fílmico das pessoas idiotas dizer que esse é o tipo de filme que lhes agrada. Para Maiores é um filme baixo, muito baixo. Quase odiável. A reunião de um elenco realmente invejável (Naomi Watts, Kate Winslet, Hugh Jackman, Emma Stone, Halle Barry, Liev Schreiber, Anna Faris, Chris Pratt, Richard Gere, Jack McBrayer, Uma Thurman, Katrina Bowden, Bobby Cannavale, Chloë Grace Moretz, Gerard Butler, Terrence Howard, Elizabeth Banks, e por aí vai). Na verdade, o filme é uma reunião de curtas (taí o porquê do elenco gigantesco) de diferentes diretores que os filmaram ao longo de um certo tempo para esse projeto. E, mesmo assim, isso não justifica a escolha dos atores, já que cada sequência é mais ridícula e menosprezível que a outra. Seria dinheiro? Pouco crível, já que o financiamento foi relativamente baixo (tá na cara porque ninguém quis produzir isso). Seria por entretenimento? Improvável, já que de divertido Para Maiores não tem é nada. Seria pela arte? Impossível. É vergonhoso e inútil. Dá vergonha de assistir a uma porcaria dessas. Repugnante, na mais franca das hipóteses. Visto na Netflix (16/07).


O Amor Custa Caro (Intolerable Cruelty)
dir. Joel Coen, Ethan Coen - ★★★

Os irmãos Coen são gênios. Apesar de estar longe de estar entre os melhores filmes da dupla, Amor a Todo Custo é um exemplar veemente de competência e vigor dessa incansável dupla que de filmes bons tem a filmografia lotada. George Clooney vive um advogado que come na mão de uma mulher manipuladora caçando o marido "ideal". É um de seus trabalhos mais divertidos e tenazes. Os desempenhos de Catherine Zeta-Jones e George Clooney são imperdíveis. Mesmo sendo um filme mais incomum , não deixa de ser caprichadíssimo, em especial a fotografia de Roger Deakins, sempre pulsante. O Amor Custa Caro fascina pela originalidade. Cativante, sem deixar de ser profundo. Leve, sem deixar de ser preciso. Engraçado, sem ser imaturo. Irônico, sem ser desrespeitoso. Mais uma vez, os Coen mostram que dominam o gênero comédia e são bons no que fazem. Não há razão para ser tão subestimado e ignorado. A crítica pisoteou e desperdiçou o filme. Uma pena, pois é excelente, e merecia ter um reconhecimento à altura. Visto na internet (24/06).


Procura-se um Amigo Para o Fim do Mundo (Seeking a Friend for the End of the World)
dir. Lorene Scafaria - ★★

Este eu estava devendo ver há um tempão. Na época em que o descobri, ano passado, fiquei extasiado quando soube que nele Steve Carell, um comediante que eu considero um cara fenomenal, e Keira Knightley, uma das atrizes mais bonitas e talentosas dos últimos anos, estavam contracenando. A história também é bastante curiosa. Um homem (Carell) é abandonado pela namorada, e pra completar o fim do mundo se aproxima. Ele e a vizinha (Knightley) decidem resolver alguns assuntos pendentes juntos, e partem em uma viagem bastante excêntrica enquanto um meteoro se aproxima da Terra. É um filme que tem seus pontos positivos mas que é extremamente maçante. A dupla Keira e Steve é sensacional. Inconvencional e ocioso, Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo tem seus momentos, mas é, na maior parte do tempo, desgastante e supérfluo. Visto na Netflix (11/06).

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