domingo, 28 de agosto de 2016

Crítica: "PETS: A VIDA SECRETA DOS BICHOS" (2016) - ★★


Ah, como ir no cinema é bom. Se divertir à toa, mesmo que seja com um filme tão fraco como Pets: A Vida Secreta dos Bichos. A vida está tão turbulenta ultimamente que ando me esquecendo do prazer que é ir ao cinema. É sempre muito revigorante. Eu bem que queria ter ido ver o novo do Steven Spielberg, O Bom Gigante Amigo, mas acabei me atrasando e tive que me satisfazer com a sessão de Pets: A Vida Secreta dos Bichos. Vou tentar ir ver o do Spielberg ainda nessa semana. Enfim, a animação Pets acaba sendo bem-humorada em alguns momentos embora não seja uma animação exemplar. É, no máximo, engraçado. 

O filme traz aquele mesmo clichê de desenho animado dos animais domésticos falantes que acabam se envolvendo em uma aventura sem pé nem cabeça com a cidade de Nova York como plano de fundo, algo que eu simplesmente já vi e revi diversas vezes, e não faz muito tempo não. Neste filme, temos um cachorro que sente uma atração platônica pela dona, e que não aceita quando ela traz um outro cachorro para a casa, criando um atrito incômodo entre os dois animais. As subtramas que se desenrolam são inconsequentes demais para serem levadas a sério. O filme apresenta uma perspectiva pobre em detalhes e qualidade extremamente decepcionante para o potencial das temáticas trabalhadas ao longo do filme. Questões de conveniência poderiam ter sido exploradas, mas Pets alterna pela imaturidade de gags vagas e que não se sustentam. 

E, se o filme vai demonstrando uma série de claras falhas, funcionaria ele apenas como um filme para crianças, com o entretenimento como objetivo, mesmo com os diálogos forçados e humor grátis que provavelmente seriam compreendidos e digeridos de maneira completamente diferente pelo público infantil? Creio que sim e que não, pois até como um simples filme de criança Pets pode ser um tanto incompreensível e errôneo. O filme cultiva alguns elementos que seriam denotados pelas crianças como as coisas "corretas" ou "normais" a se fazerem diante de certas situações, como torturar como forma de opressão, desrespeitar as diferenças, maltratar e inferiorizar aquele que contraria ou é diferente (o que novamente indica a posição preconceituosa da trama em relação ao atrito de convivência entre os personagens Max e Duke -- que travam uma disputa por conta das aleatoriedades entre eles, dando espaço a um jogo de dominação e disputa por interesses).

O filme também traz uma estranha visibilidade aos "animais radicais" que se refusam a aderir aos padrões da "sociedade domesticada", sendo esses animais frequentemente ridicularizados e momentaneamente tidos como "vilões secundários", em uma óbvia contrariedade difamatória aos opositores do sistema, retratados como seres imundos e lunáticos, que vivem no esgoto, padecem no submundo.

Porém, confesso que gargalhei alto no cinema. De chorar. E não foi só uma ou duas vezes. Das que eu lembro, tem uma paródia de novela mexicana, uma sequência bastante doida envolvendo os cachorros numa espécie de "paraíso" das linguiças, uma com um porquinho da índia, e várias outras. Também gostei bastante das referências à Os Pássaros e Sindicato de Ladrões.

Pets: A Vida Secreta dos Bichos (The Secret Life of Pets)
dir. Chris Renaud, Yarrow Cheney - 

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