Por incrível que pareça, The Sea of Trees não é um filme ruim. Não é uma obra-prima, mas também não é um filme tão desprezível e vil como os críticos estavam dizendo. The Sea of Trees é mediano. Tem seus momentos. A sensação que fica quando o filme acaba é de que poderia ser bem melhor. Mesmo com falhas, dá pra digerir The Sea of Trees. De qualquer forma, não dá pra negar que é um trabalho menor de um grande cineasta.
Um professor americano (Matthew McConaughey) viaja ao Japão com destino à floresta de Aokigahara, conhecido por ser um lugar de preferência a pessoas com tendências suicidas, que geralmente escolhem se matar na floresta, apelidada de "mar de árvores" (o título do filme em inglês, The Sea of Trees) por ser uma região bastante vasta e larga. Lá, ele acaba se encontrando com um homem japonês (Ken Watanabe) bastante machucado que falhou ao tentar se matar e quer sair da floresta. O problema é que os dois agora estão perdidos e não conseguem encontrar a saída.
Daí, a gente passa a compreender melhor o que está acontecendo com Arthur Brennan, vivido por McConaughey, a crise em seu casamento, e o que o levou a Aokigahara. O uso de recursos narrativos como flashback ajudam a criar um suspense em torno do personagem principal, bem como nos fornece uma dimensão bastante fugaz da insegurança do homem quanto às suas escolhas e seus sentimentos.
O suícido em Aokigahara não passa de uma metáfora, que faz alusão à culpa e ao arrependimento de Arthur em relação aos erros que cometeu em seu casamento, e o quanto ele está "perdido" sem a esposa. Tudo o que ele enxerga é o vazio e a insignificância, o reflexo e a consequência dos atos passados dos quais ele se envergonha, o remorso. O suicídio seria o caminho que ele encontrara para "apressar" seu reencontro com a mulher.
Certamente é um filme irregular, mas não um filme ruim. De jeito algum. É um trabalho muito interessante, aliás, que cresce à medida em que a gente pensa e reflete sobre as suas possibilidades e interpretações. E tem certas cenas excelentes, como a sequência do acidente. A fotografia de Kasper Tuxen (diretor de fotografia de Toda Forma de Amor) é excepcional.
Não é o que eu esperava de um filme dirigido por Gus Van Sant, mas, enfim, não dá pra reclamar. The Sea of Trees acabou de ser lançado lá nos E.U.A., pela A24 (produtora de Ex-Machina, O Homem Duplicado, O Quarto de Jack), mais de um ano depois de ter estrado em Cannes, onde foi massacrado pelos críticos. Ainda não estreou aqui no Brasil, mas já dá pra baixar em torrent, e em HD. A legenda eu peguei em inglês no Open Subtitles.
The Sea of Trees
dir. Gus Van Sant - ★★★
Matthew McConnaughey é um ótimo ator, é muito talentoso e bonito, não há filme que não me surpreenda. Ainda não tive oportunidade de ver o filme, mas muita gente já me recomendou. Eu amo os filmes de drama, especialmente onde participa Matthew Mcconaughey lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador. Desfrutei muito sua atuação. A historia está bem estruturada, o final é o melhor. Se ainda não tiveram a oportunidade de vê-lo, eu recomendo.
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