Meu primeiro filme de Johnnie To. É como dizem, a primeira vez a gente nunca esquece. Um filme brilhante, talvez decepcione um pouco em certos quesitos, mas inegavelmente é um trabalho precioso de Johnnie e que merece ser destacado e lembrado. O título é chamativo o suficiente para causar curiosidade no espectador sobre o que está em pauta em torno do número três, que na verdade é uma analogia referente aos três personagens centrais da trama: uma médica, um policial e um paciente que também é um criminoso.
Aliás, o constante conflito entre os personagens é algo bastante importante para o andamento da história e o desenvolvimento da trama que se firma. Não necessariamente complicado, já que opta por uma sequência cronológica mais compreensível, óbvia para o espectador em torno desses personagens intrigantes (seja ou não por natureza) e seus destinos dentro de um clímax que mistura ação e suspense com precisão e autenticidade.
Quase ninguém está falando sobre o filme, o que é uma baita injustiça, já que Três é simplesmente imperdível em todos os sentidos. Até para quem não tem um contato mais próximo com o estilo filmográfico de Johnnie To essa oportunidade foi inegavelmente necessária. Neste filme baita intrigante, temos um criminoso que é atingido por uma bala e que está envolvido em um crime meticuloso e sofre pressão dos policiais para que dedure seus comparsas. Numa ligação, ele pede para que seu capataz mate o policial que o acertou na cabeça, colega do outro policial que está tomando conta desse criminoso no hospital.
Enquanto isso, uma médica conclui duas cirurgias mal-sucedidas, é humilhada por ser irresponsável e por ter praticamente assassinado acidentalmente os dois pacientes operados, e que acaba se envolvendo na trama do policial e do criminoso após permitir que este ligue para seu comparsa e efetue um pedido fatal.
Graças ao roteiro rico em detalhes e às atuações convincentes de um elenco magistral, Três rapidamente se transforma num filme essencial para quem gosta de encarar tramas que despontam para diversas perspectivas e possibilidades. A fotografia, que contrasta com o cenário branco do hospital, é imprescindível. Não dá pra negar que é um filme super importante, por estas e outras mais razões, e que precisa ser assistido. Duas cenas do filme me impactaram bastante: aquela sequência musical da câmera lenta e a da explosão.
Três (San ren xing)
dir. Johnnie To - ★★★★
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