domingo, 31 de maio de 2015

Crítica: "KINGSMAN: SERVIÇO SECRETO" (2015) - ★★★


Até que Kingsman: Serviço Secreto não é tão ruim quanto muitos andavam dizendo por aí. Confesso que não tinha o menor interesse de ver o filme até hoje, quando me deparei com uma grande oportunidade de vê-lo. E acabei gostando dele (em partes). Não acredito que seja uma direta imitação dos filmes do James Bond, apesar do longa estar cheio de referências não só aos filmes da saga 007, mas também de outros clássicos da espionagem. Mas o ouro deste filme é justamente as sequências que envolvem ação, por que exatamente todas - sem nenhuma exceção - são de tirar o fôlego.

Sei que vivo falando isso em outras postagens, mas aqui é bem claro: senti a falta do sangue. Tanta cena de tiro, porrada, bomba, decepamento e tudo o que se pode imaginar, mas o curioso é que nem uma gota de sangue é vista. Nessas partes, a câmera parece se movimentar tão rapidamente que quase não se vê a cor vermelha e o jorrar do sangue. O filme parece querer, de propósito, encobrir a carnificina e os sangrentos segmentos do longa. Tudo pareceu tão artificial. Fora isso, as sequências estão tecnicamente perfeitas.

O filme começa com um agente da Kinsgman, Harry (Galahad, interpretado por Colin Firth), em uma missão no Oriente Médio, quando ele é salvo por um jovem colega de uma explosão. Anos depois do acidente, ele vê o filho de seu colega, Eggsy, que na época era criança, agora um adolescente delinquente entrando para o sistema de treinamento do serviço secreto. Enquanto isso, Richmond Valentine (Samuel L. Jackson), um gênio da tecnologia, cria planos para acabar com a humanidade, e para isso, torna a enfrentar as autoridades com sua falta de limites.

Adaptado da série de quadrinhos criada por Mark Millar e David Gibbons, Kingsman: Serviço Secreto, até que tem um roteiro bem feito, competente e enquadrado, assinado pelo próprio diretor Matthew Vaughn (o mesmo de X-Men: Primeira Classe) em parceria com Jane Goldman (a mesma roteirista de X-Men: Primeira Classe, X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, Kick-Ass: Quebrando Tudo e que assinará o roteiro do próximo filme de Tim Burton, O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares, que terá Eva Green, Samuel L. Jackson, Judi Dench e Asa Butterfield no elenco, sem data de estreia no Brasil ainda). Por que não é um filme de espionagem? Pode-se dizer que o filme até se sai bem como um filme de espionagem. Ele, mais precisamente, não é uma cópia ou imitação de outros filmes do gênero, como eu disse. Ele apenas os utiliza como referência, e mesmo se fosse lá uma espécie de cópia, acho que não seria uma causa suficiente para então incriminá-lo de fracasso. 

Mas, eu fico impressionado com a recepção que Kingsman: Serviço Secreto recebeu mundo afora, até já sendo considerado pela comunidade cinéfila internacional um dos "melhores filmes de 2015". Bem, apesar de ter gostado do filme, acho que não tenho tanto apreço por ele ao fim de dizer que, ainda mais neste início/meio de ano, que já é uma das melhores produções de 2015. É um filme bom no sentido de divertir, impactar, emocionar, mas não de, enfim, impressionar, torna-se um espetáculo vivo, "comparável" a filmes do 007 e cia. É bom e pronto. Satisfaz a sede por adrenalina e ação.

É claro, que filme hoje em dia cujos investimentos calculam-se em aproximadamente oitenta milhões de dólares não são consideravelmente majestosas obras técnicas? Efeitos visuais, som, direção de arte, figurino, edição, trilha sonora, elenco, roteiro... Esses oitenta milhões no fim de tudo foram excepcionalmente gastos, é claro, no fim de dar ao filme uma gloriosa excelência técnica. Efeitos visuais não possuem muito lugar em Kingsman. Esse filme, afinal, não é um filme de efeitos visuais. É claro, entre uma sequência e outra, é possível ver maravilhosos efeitos, mas nada tão efetivo. O elenco é grandiosamente bom. Começando por nossa estrela, Colin Firth, que sempre fez papéis intensamente sérios, tais como em O Discurso do Rei, talvez sua melhor performance e a mais conhecida, que o deu um Oscar em 2011, e em Direito de Amar, com Julianne Moore, aqui fazendo um personagem mais descontraído, apesar de traje e sempre muito elegante e cavalheiro, que já nos é bastante comum à figura dele. Também vale lembrar que Colin tem 54 anos e faz aqui um agente secreto que, em quase todas as cenas que aparece, está lutando ou se enroscando em cima da coluna de seus inimigos e dando-lhes "cacetadas" bizarramente cômicas. Certeza tenho de que uma das melhores e mais preciosas coisas de Kingsman: Serviço Secreto é Colin Firth.

Kingsman: Serviço Secreto (Kingsman: Secret Service)
dir. Matthew Vaughn - 

Um comentário:

  1. Essa história é incrível, a produção soube trazer o assunto. Adorei as criticas do filme, obrigada por compartilhar. Mais Sofia Boutella demonstrou por que é considerada uma grande atriz. Vi este filme por Sofia Boutella, certamente este papel foi incrível para esta atriz. Ela sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. . Adoro Sofia Boutella novas filmes porque tem muito bons personagens. É maravilhosa e com talento. sua atuação não é forçada em absoluto, suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno, considero que madurou como atriz. Lo recomendo muito, vale a pena.

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