domingo, 23 de outubro de 2016

Os Destaques da Semana | 16 a 22


Vou comentar aqui alguns filmes que vi esse semana. Não deu pra ver muita coisa. Minha lista na Netflix continua abarrotada de filmes, várias recomendações, mais outros vários filmes que baixei, e por aí vai. É tanto filme que não acaba mais. Em novembro vou tentar dar uma apressada e ver alguns mais atuais também. O pessoal fala de tantos lançamentos, e tanta coisa já saiu, mas o tonto do Lucas ainda não viu quase nada. 


"Tá legal. Uma Aventura Lego não deve ser grande coisa.". Eu nunca pensei que diria isso, mas estava enganado. E fico entristecido por ainda existir preconceito em mim em relação a filmes de animação. Mas, depois de Uma Aventura Lego, a gente se sente até motivado a procurar mais trabalhos tão dedicados e primorosos como esse. 

Pode não parecer, mas Uma Aventura Lego fala muito sobre quem nós somos, o mundo em que vivemos, a manipulação da sociedade, o aprisionamento do sistema, a verdade sobre o que está acontecendo com nós e como estamos nos tornando vítimas das mentiras de quem está por trás de tudo tentando controlar nossos pensamentos, atitudes e vontades. 

A conclusão, tida por muitos como decepcionante, é excepcional. O filme se encaixa em muitos níveis, e se aprofunda em diversas camadas. Inesperadamente, é um filme imensamente satisfatório e pra lá de bom. Um estímulo bastante convincente para que a criançada e os jovens descubram e se interessem mais a desvendar a realidade sobre o nosso mundo. Uma crítica social feroz, Uma Aventura Lego é magnífico.

Uma Aventura Lego (The LEGO Movie)
dir. Phil Lord, Christopher Miller - 


Faz um bom tempo, peguei Johnny & June passando na TV. Peguei uma cena bastante interessante, que acabou me hipnotizando naquele exato instante. Johnny & June é o que poderia se esperar de uma cinebiografia regular. O grande quê do filme é a atuação extraordinária de Joaquin Phoenix, uma das melhores do ator que sempre aparece com uma ótima interpretação atrás da outra. No filme, ele interpreta o renomado cantor Johnny Cash, um dos mais famosos e aplaudidos astros da música americana do século passado, e seu relacionamento tempestuoso com June Carter, interpretada por Reese Witherspoon numa performance básica, doce e amarga, natural, mas sem atrativos. Comparada às outras candidatas naquele ano, Reese não merecia o Oscar de Melhor Atriz, mesmo que seja uma intérprete tão talentosa. Não me levem a mal, a atuação dela não é ruim em nada, mas é simplesmente superestimada. Por outro lado, deveriam ter premiado o Phoenix, que está excelente. 

O filme é tecnicamente bombástico, mas seu roteiro é fraco, não consegue se sustentar por muito tempo. As intrigas de Cash retratadas aqui chegam a tal ponto que fica sem graça acompanhar a jornada do cantor e o espectador perde a fé na relação entre ele e June. Faltou tom, e um ritmo mais acentuado, que acompanhasse melhor a história. Johnny & June é longo demais, e pouco inventivo. Segue um padrão de cinebiografias cansativo e atrasado, embora preze por chamar a nossa atenção loucamente com uma premissa atrevida, mas que no final é praticamente transparente.

Johnny & June (Walk the Line)
dir. James Mangold - 


O filme que inicialmente deu fama e reconhecimento à hoje internacionalmente conhecida e aclamada Jennifer Lawrence. A performance corajosa, imbatível e poderosamente furiosa da atriz, na época bastante jovem e matura o suficiente para incorporar uma personagem tão multifacetada e exigente. O desempenho arrebatador da jovem Lawrence é o que sustenta esse filme com traços dramáticos tão relevados e marcantes. 

Uma jovem à procura do pai desaparecido num lugar aparentemente no meio do nada devastado pelo frio. Resistindo fervorosamente ao alvoroço da população local e aos ataques dilacerantes dos contrários, Ree (Jennifer) cuida sozinha dos irmãos e da mãe que está debilitada, não se cansa de procurar e procurar pelo pai, um sujeito envolvido com o tráfico. Essa busca quase frenética a leva a um destino muito perigoso e atormentador.

Segundo as minhas expectativas, seria um filme mais agudo, chocante, afiado. E não que não seja. Inverno da Alma trabalha bem sua proposta e seus objetivos estão bastante claros. Não é um filme defeituoso. Talvez, se a gente for pensar mais em relação a ele, a conclusão talvez soe descompromissada, mas é algo ligeiramente subjetivo.

Muita gente fala dos trabalhos de Lawrence, mas visando apenas a franquia Jogos Vorazes e filmes recentes da era pós-Oscar da atriz, e se esquece desse trabalho tão importante da carreira dela, que conta com uma de suas interpretações mais plausíveis e memoráveis, quão essencial e primorosa. Me lembrou bastante do excelente Rio Congelado.

Inverno da Alma (Winter's Bone)
dir. Debra Granik - 

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