sábado, 3 de setembro de 2016

Crítica: "ESQUADRÃO SUICIDA" (2016) - ★★


Hoje vi logo dois filmes no cinema, em seguida. Minha irmã me acompanhou. O primeiro foi o sucesso de bilheteria Esquadrão Suicida, e depois e por último foi o filme de terror Quando as Luzes se Apagam (gostei mais desse), que acabou de estrear.

O mais surpreendente da sessão de Esquadrão Suicida foi constatar que ainda existia um público para o filme, mesmo depois de um mês (ou menos, talvez) de sua estreia, o que não deixa de ser um pouco óbvio, já que estamos falando de um blockbuster mega comercial que, ainda que seja um tanto decepcionante no quesito qualidade, lotou os cinemas e arrecadou muita grana aqui no Brasil e no resto do mundo, sem falar na propaganda massiva em torno do longa (comerciais de TV, internet, produtos, e etc.).

Confesso que gostei de algumas – quase poucas – cenas de Esquadrão Suicida, o filme mais popular da temporada. O visual é de bom gosto (diretor de fotografia: Roman Vasyanov), a edição de som é fantástica, e o elenco em geral está surpreendente (destaque para a sempre séria Viola Davis e a Margot Robbie, de longe a melhor deste, que interpreta excelentemente a personagem Arlequina – o contraponto cômico máximo do elenco –). Jared Leto, que se envolveu em diversas polêmicas de bastidores durante as gravações do filme, aparece em pouquíssimas cenas como o Coringa, explicitamente aquém do Heath Ledger, a quem muitos estavam comparando (essa comparação é tão absurda que chega a ser incogitável). 

Um dos grandes erros de Esquadrão Suicida é apostar numa combinação arriscada (comédia e blockbuster) para enquadrar uma história com potencial que enfraquece à medida em que passa a depender mais e mais de um humor frouxo e irregular para encobrir o lugar que deveria ser preenchido por um contexto substancial para a trama, distante de um humor que promove descontração e eventual diversão, mas que não é durável o suficiente para sustentar o filme. Os retratos dos personagens são superficiais e escrachados; e os diálogos, na maioria das vezes, se centram em piadas tolas e debates desnecessários que não levam a lugar nenhum.

A natureza do vilanesco é explorada de maneira pitoresca e anticonclusiva, em prol direto do espírito humorístico que a trama carrega, trazendo à tona insatisfação por parte de quem espera algo mais concreto e promissor de uma história sobre vilões que são escalados pelo governo para combater outros vilões – como eu disse antes, uma história com um baita de um potencial, desperdiçado por puro desequilíbrio –. 

A duração é bem esquisita. E olha que são só duas horas. Não sei se eu é que estava ficando entediado, mas o filme mal tinha chegado na metade e eu só queria que ele acabasse. Ou seria a ansiedade para ver Quando as Luzes se Apagam? (depois eu comento aqui). Enfim, Esquadrão Suicida é basicamente isso. Tecnicamente, é irrepreensível. Mas não é só isso que torna um filme grande. No caso de Esquadrão Suicida, falta muito para ser um. 

Esquadrão Suicida (Suicide Squad)
dir. David Ayer - 

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