segunda-feira, 25 de abril de 2016

Crítica: "ÁLBUM DE FAMÍLIA" (2013) - ★★★


Não deixa de ser um filme interessante, mesmo com todos os seus defeitos, esse Álbum de Família. A questão é que trata-se de um projeto cativante, mas sem força, facilmente esquecível, passível, sem novidades. Álbum de Família segue a cartilha dos filmes com famílias perturbadas, até se entregando a certos clichês toleráveis do subgênero com certo charme. Não traz nenhuma inovação e está bem longe de ser notável, mas bem que merece certa atenção se formos levar em conta o elenco, por exemplo, e outros quesitos menores.

O elenco é, sem dúvida, o grande atrativo de Álbum de Família. Julia Roberts, Chris Cooper, Ewan McGregor, Margo Martindale, Sam Shepard, Julianne Nicholson, Juliette Lewis, Abgail Breslin, Benedict Cumberbatch... E, é claro, a excepcional Meryl Streep, cuja performance no fim das contas acaba sendo a melhor coisa desta produção. Nem mesmo Julia Roberts, em uma atuação enormemente plausível e indicada ao Oscar, foi capaz de superar a querida Meryl, mais uma vez brilhante na pele de uma matriarca problemática enfrentando os conflitos familiares que surgem embutidos a um tempestuoso reencontro. 

Muito embora seja a adaptação de uma peça, o filme em si não é nada, digamos, teatral, ou adequável ao ambiente teatral. E isso dá corda para certas limitações, que complicam o andamento do filme e transtornam um pouco as coisas, e isso inclusive afeta um pouco o elenco, que fica desproporcional. Apesar disso, a autora do roteiro adaptado é a mesma que escreveu a peça, Tracy Letts. O diretor do filme é John Wells, que coleciona, contando com este, três filmes. John trabalha mais como diretor de TV. Seu primeiro longa foi A Grande Virada, com Ben Affleck. Seu mais recente é o odiado Pegando Fogo, que ainda não conferi.

Embora digam que é um drama, Álbum de Família está mais para comédia, o que explica um pouco terem nomeado a Meryl em Comédia/Musical ao Globo de Ouro ano retrasado, nomeação que causou espanto, já que muitos levam a interpretação dela para o lado dramático. Mas acho que não dá pra dizer se é dramática ou se é cômica. Digo cômica porque a maior parte do tempo lá estava eu rindo das presepadas da personagem doida dela cujas bizarrices são engraçadíssimas, ainda que o clima dramático pinte no ar em certos momentos. O diretor de fotografia do filme é o brasileiro Adriano Goldman (ele já trabalhou em filmes como Jane Eyre, Trash, 360 e no cinema nacional Xingu e O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias). A trilha sonora é de Gustavo Santaolalla. Enfim, Álbum de Família deixa a desejar um pouco quanto a certos aspectos, porém acaba sendo uma maravilha, muito por conta do elenco, que só tem gente fina e talentosa. A escolha não poderia ser melhor. E a Meryl está excelente, novamente. 

Álbum de Família (August: Osage County)
dir. John Wells - 

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