A estreia live-action da iraniana Marjane Satrapi, diretora da belíssima animação Persepolis, é uma grande decepção, pra não dizer que é um total desastre de vez. Levando em consideração o resultado catastrófico desse filmezinho maçante e sem pé nem cabeça, o debut internacional de Satrapi é um fracasso. E a culpa nem chega a ser dela, mas sim do roteirista inexperiente (Michael R. Perry), já que o único crédito da Marjane é o de direção. Quer dizer, a premissa até que aparenta ser bem promissora, mas ao fim não supera tais expectativas (nem um pouco, pra ser mais exato). É um filme que tinha tudo para dar certo. À primeira vista, é claro.
O filme nem chegou a ser lançado nos cinemas (consta-se apenas que o filme foi lançado diretamente em vídeo). Fui ver no NET Now nesse feriadão e tinha em mente boas expectativas quanto a ele, tudo em vão. Ryan Reynolds é Jerry, um rapaz esquizofrênico que mora em uma pequena cidadezinha do interior pacata, onde ele é empacotador. Ele é convidado para uma festinha do escritório, e, sabendo da presença de Fiona, uma linda contadora, ele logo se interessa em comparecer ao evento. Jerry e sua obsessão pela moça acaba por desencadear num destino fatal para a beldade. Completando as doideiras, o cara ainda conversa com seus animais de estimação, um gato e um cachorro, que "refletem" os pensamentos e as emoções do personagem, como culpa, satisfação, medo, arrependimento, maldade...
O Ryan Reynolds finalmente entrega uma boa performance, ainda que num filme tão desprezível. Anna Kendrick, quem eu há pouco tempo detestava, veio ganhando mais a minha atenção desde que conferi Amor sem Escalas. Ela até que está boa também. A Bond girl Gemma Arterton, embora seja belíssima, nem está tão sedutora assim no filme. Se bem que as bizarrices do filme atrapalham um pouco esse quesito, anyway.
Jacki Weaver faz a psiquiatra do homem. Pra começar, eu nem sabia que ela estava no elenco do filme, o que me surpreendeu um pouco. Não tenho muito o que dizer de As Vozes. De fato, há certas coisas que me agradaram, mas trata-se de um filme muito transparente e incompetente para ser considerado, no mínimo, um bom trabalho. Quero dizer, acho que a única coisa que realmente me agradou em As Vozes foi a sequência final, dos créditos, com a canção "Sing a Happy Song" de fundo, que é uma sequência um tanto engraçada e que combina com o clima bizarro do filme. Fora isso, nada impressiona muito. O diretor de fotografia de As Vozes é o mesmo do suspense Maníaco, com Elijah Wood, visto há algum tempo.
As Vozes (The Voices)
dir. Marjane Satrapi - ★★
Nenhum comentário:
Postar um comentário