Esplêndido! Em comemoração dos 48 anos de uma de minhas atrizes prediletas, a fabulosíssima Nicole Kidman, revejo em alta escala a grande obra do australiano Baz Luhrmann Moulin Rouge: Amor em Vermelho. E percebo, mais uma infalível vez, que não estou errado quanto à minha opinião sobre ele. É certo que este longa possui seus exageros, seus tropeços e bem como erros infames, tal como os luxuosos e coloridos planos nos quais a história foi concebida, mas é impossível não reconhecer o maravilhoso feito dessa indubitavelmente sensacional película.
Moulin Rouge narra a história de um poeta inglês que vai até Paris a contragosto de sua família no fim de entrar para a chamada revolução boêmia. Nisso, seu destino se cruza com o da suntuosa e linda Satine, cortesã do Moulin Rouge, um cabaré visitadíssimo e aclamado, centro da boêmia e da prostituição. Rapidamente, o escritor fica perdidamente apaixonado pela exuberante e sensual cortesã, que, inicialmente, o "confunde" com o rico duque que irá patrocinar a fundação de um teatro no Moulin Rouge, propositalmente, já que os colegas boêmios de Christian o forçaram a proclamar a Satine uma poesia. E, entre confusões, Satine corresponde livremente à esse amor, e fica perplexamente divida entre seu amado Christian e o insensato duque, que poderá lhe oferecer a tão desejada realização do seu velho sonho de ser uma estrela.
É interessante, ora desapontador ver como o filme lida com certas questões ao longo do filme. Por uma via, o retrato do romance entre Satine e Christian é totalmente superficial, uma vez que a película limita a história de amor deles através da identidade do musical e da brilhante luxuosidade da produção, o que é certamente belíssimo nos toques autênticos e riquíssimos da fotografia espetacular do australiano Donald M. McAlpine, indicada ao Oscar em 2002, mas que certamente de um lado foi totalmente abusiva e desnecessária em partes, justo quando a história fica parcialmente azeda por conta do excesso de luxo, que nem sempre é tão bom assim. Faltou mostrar mais dentro de tanto excesso. A dúvida de Satine entre o amor de Christian e a boa vida do duque é outro assunto que fica pairando no ar, indefinido, e é algo que poderia calhar muito ao longa. Fora esse problema da superficialidade, pode-se afirmar sem medo que Moulin Rouge é estonteante.
As provocantes coreografias, as canções românticas eletrizantes, os cenários estupendos, os figurinos berrantes e visualmente deslumbrantes. A magia gerada por Moulin Rouge é tão inflável e forte quanto o poderoso absinto, bebida idolatrada pelos membros da boêmia daquela época. É quase impossível não sentir uma especial atração por todo esse clima exótico e, literalmente, vermelho. O elenco é talentoso por si só. Isso destacando a querida Nicole Kidman, a quem dedico totalmente este post e a quem eu de coração agradeço pela inspiração gerada nessa trágica (ops, spoiler!) história. A performance dela é, simplesmente, encantadora! Enquanto é sensualmente feroz e incrivelmente bela ao modo selvagem e boêmio, sua personagem possui uma alma acalentadora e um espírito de esperança e bondade. Um dos melhores papéis já feitos por essa dama elegante e assustadoramente excelente.
Jim Broadbent, Ewan McGregor, Richard Roxburgh, John Leguizamo... Seus números musicais são absolutamente inesquecíveis e absolutamente virtuosos. É necessário elogiar a tamanha dedicação desses atores em suas respectivas interpretações em Moulin Rouge. Faço questão! E, na minha concepção de um musical, além de ter boas canções, boa caracterização e excelente roteiro, ele também deve ter um elenco essencialmente perfeito. E, nas condições do elenco que se encontra em Moulin Rouge, digo: "melhor, impossível!".
E, no melhor filme de Baz Luhrmann, volto a citar o problema mais frequente desse incorrigível diretor que insiste em cometer o mesmo erro em cada filme no qual assina a direção, e que aqui, também o comete, num efeito bem menos destruidor do que nos outros longas: o luxo demasiadamente excessivo. Chega a ser bizarro ver o quanto os filmes do australiano Luhrmann são todos cheios de detalhes estranhamente luxuosos e desconfortáveis, por sua vez. Não gostei muito de Austrália por conta disso, e muito menos seu último, O Grande Gatsby, que me decepcionou terrivelmente (no caso deste longa, acredito que o luxo apenas foi influenciado pela falta de dedicação, imensa artificialidade e intensiva chatice).
E, é claro, além de ser um ótimo filme, Moulin Rouge é um romance épico desnorteante. Simplesmente maravilhoso. E belíssimo. O amor de Satine e Christian encantou e encantará mais o espectador. O romance deste longa é imortal. Melhor ainda é essa qualidade de Moulin Rouge em funcionar ambiguamente tanto como musical quanto como um romance, e em certas partes como uma comédia. Vale lembrar que Moulin Rouge também é por si só uma história de amor, superação, vida, sucesso, desejo e relevante astúcia. Não só é brilhante como também é lindíssimo. Moulin Rouge é sensacional, afinal, the greatest thing you'll ever learn, is just to love and be loved in return!
Moulin Rouge: Amor em Vermelho (Moulin Rouge!)
dir. Baz Luhrmann - ★★★★
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