Comédia dramática excelentemente atuada e brilhantemente conduzida por um talentoso cineasta, Noah Baumbach, Enquanto Somos Jovens apresenta ao público o melhor e o pior do envelhecimento contando a engraçada e peculiar história de um casal de meia-idade que acaba por simpatizar com um casal de jovens recém-casados. Autor de películas exímias, citando suas duas melhores, entre elas A Lula e a Baleia e o recente Frances Ha, Baumbach mostra que seu forte é o roteiro e nos apresenta um trabalho cheio de altos e baixos, sem deixar de ser pra lá de divertido e incrivelmente delicioso.
Protagonizado por um (raramente) talentoso Ben Stiller e uma excepcional Naomi Watts, ambos fazendo um casal caminhando à beira de uma desastrosa crise por conta da questão da maternidade, o longa consegue fisgar da história um misto atenuante de tensão e ao mesmo tempo romance, que adoça e salpica o clima insensível gerado pelos problemas que acometem o documentarista Josh Schrebnick, e sua esposa Cornelia Schrebnick, filha de um famoso diretor de documentários, Leslie Breitbart. Josh, que vem filmando um novo documentário sem obter muito sucesso, torna-se próximo amigo de um dos seus "alunos", o documentarista amador Jamie Massey, feito por Adam Driver (ando querendo ver o novo filme do ator, Corações Famintos, exibido em Veneza ano passado, onde ele ganhou o Volpi Cup de Melhor Ator, além disso o cara também já foi escalado para o próximo longa do Scorsese, Silence). Jamie convida Schrebnick para co-dirigir seu novo documentário, e ele inicialmente aceita sem saber no quê está se envolvendo e quais são os planos do jovem diretor.
Há quem diga que Enquanto Somos Jovens, no fundo, ressalte um tanto quanto repetitivo e clichê. Mas eu não vejo o longa assim. Vejo que o retrato da velhice que ele faz, mesmo que já nos é tão conhecido, é só uma nova perspectiva. Às vezes, cansa o espectador. Às vezes não. Acho frescura da parte do pessoal que diz que filmes que repetem fórmulas ou temas frequentemente relatados dentro do cima são filmes diretamente ruins. Que coisa. Mania de ficar sempre querendo filmes com novas visões e novas propostas sempre, tudo ao mesmo tempo. E olha que essas coisas demoram. Afinal, o que será do futuro de nosso prestigiado cinema sem novas ideias? Desse jeito, o cinema rapidamente acabará, concordam? Acho até mesmo original da parte de Baumbach reutilizar uma antiga fórmula, só que dentro de uma história diferente. Tá bom, pode ser que o filme, à essa altura, seja demasiadamente repetitivo. Só que quase nunca, percebam, estamos querendo a massa, e sim o recheio. O recheio de Enquanto Somos Jovens é diferente, mesmo que sua massa já nos seja um gosto conhecido.
Estou feliz por ver Ben Stiller em uma produção que realmente valha algo. Nem fui ver um de seus últimos longas, Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba com receio de ver a mesma porcaria que vi em Uma Noite no Museu 2 (essa trilogia foi uma das principais agentes 'a favor' da minha desapreciação por trilogias, franquias e tudo o mais). Realmente, nunca cheguei a achar Ben Stiller engraçado. Sério. Todo mundo ri dele. Menos eu. É igualzinho ao Sandler. Fazendo drama, acredito que Ben se sai bem melhor do que em comédias (pra falar verdade, acho bem mais clichê Ben fazendo aqueles papéis toscos de 'bom' que a todo momento o vejo fazendo, só pra citar exemplos: o ridículo Entrando numa Fria, Antes Só Do que Mal Casado, Quero Ficar Com Polly, entre outros lixos que só me fazem ter mais ódio por sua pessoa). Adam Sandler eu até perdoo (raramente, digo) por que tem alguns filmes que ele se safa e até consegue me fazer rir em determinados trabalhos, ou consegue dar uma virada no jogo e mostrar sua alma humana atrás de toda sua palhaçada comichã, como no último fracasso dele Trocando os Pés.
Naomi Watts é uma de minhas atrizes prediletas. Nem tenho o que dizer quanto à sua mais-que-especial participação nesse longa como protagonista. Venho amando a bela Watts, sinceramente, desde que ela atuou em Cidade dos Sonhos. Desde esse filme, faço questão de ver e apreciar sua beleza e seu talento em cada filme que participa, e acredito sim que a britânica ainda em breve conseguirá abocanhar o mais que merecido Oscar. Não que eu queira dizer que esse Oscar deveria ser dado à ela por sua performance neste longa (de jeito algum!). Digo que, no futuro. Ano que vem. 2017, 2018. Ainda temos muitas edições do prêmio pela frente e queira que ela vença em uma delas (é mais que necessário).
E, é isso aí. Enquanto Somos Jovens pode ser visto ambiguamente como um romance sobre os infames detalhes e as peculiaridades da meia-idade e a aproximação da indesejada velhice ou como um drama sobre um homem que não consegue lidar ou se espelhar na juventude de um rapaz e a perseguição dele por suas ambições, que já não está mais à altura de Josh, e talvez isso cause nele um sentimento incessante de revolta e tristeza. Ou, também como uma comédia, sobre a transição da vida adulta para a vida anciã de um casal e os meios que preenchem o espaço situado nesse intervalo de tempo (a meia-idade), nesse caso, a relação de Josh e Cornelia com Jamie e Darby.
Enquanto Somos Jovens (While We're Young)
dir. Noah Baumbach - ★★★
Protagonizado por um (raramente) talentoso Ben Stiller e uma excepcional Naomi Watts, ambos fazendo um casal caminhando à beira de uma desastrosa crise por conta da questão da maternidade, o longa consegue fisgar da história um misto atenuante de tensão e ao mesmo tempo romance, que adoça e salpica o clima insensível gerado pelos problemas que acometem o documentarista Josh Schrebnick, e sua esposa Cornelia Schrebnick, filha de um famoso diretor de documentários, Leslie Breitbart. Josh, que vem filmando um novo documentário sem obter muito sucesso, torna-se próximo amigo de um dos seus "alunos", o documentarista amador Jamie Massey, feito por Adam Driver (ando querendo ver o novo filme do ator, Corações Famintos, exibido em Veneza ano passado, onde ele ganhou o Volpi Cup de Melhor Ator, além disso o cara também já foi escalado para o próximo longa do Scorsese, Silence). Jamie convida Schrebnick para co-dirigir seu novo documentário, e ele inicialmente aceita sem saber no quê está se envolvendo e quais são os planos do jovem diretor.
Há quem diga que Enquanto Somos Jovens, no fundo, ressalte um tanto quanto repetitivo e clichê. Mas eu não vejo o longa assim. Vejo que o retrato da velhice que ele faz, mesmo que já nos é tão conhecido, é só uma nova perspectiva. Às vezes, cansa o espectador. Às vezes não. Acho frescura da parte do pessoal que diz que filmes que repetem fórmulas ou temas frequentemente relatados dentro do cima são filmes diretamente ruins. Que coisa. Mania de ficar sempre querendo filmes com novas visões e novas propostas sempre, tudo ao mesmo tempo. E olha que essas coisas demoram. Afinal, o que será do futuro de nosso prestigiado cinema sem novas ideias? Desse jeito, o cinema rapidamente acabará, concordam? Acho até mesmo original da parte de Baumbach reutilizar uma antiga fórmula, só que dentro de uma história diferente. Tá bom, pode ser que o filme, à essa altura, seja demasiadamente repetitivo. Só que quase nunca, percebam, estamos querendo a massa, e sim o recheio. O recheio de Enquanto Somos Jovens é diferente, mesmo que sua massa já nos seja um gosto conhecido.
Estou feliz por ver Ben Stiller em uma produção que realmente valha algo. Nem fui ver um de seus últimos longas, Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba com receio de ver a mesma porcaria que vi em Uma Noite no Museu 2 (essa trilogia foi uma das principais agentes 'a favor' da minha desapreciação por trilogias, franquias e tudo o mais). Realmente, nunca cheguei a achar Ben Stiller engraçado. Sério. Todo mundo ri dele. Menos eu. É igualzinho ao Sandler. Fazendo drama, acredito que Ben se sai bem melhor do que em comédias (pra falar verdade, acho bem mais clichê Ben fazendo aqueles papéis toscos de 'bom' que a todo momento o vejo fazendo, só pra citar exemplos: o ridículo Entrando numa Fria, Antes Só Do que Mal Casado, Quero Ficar Com Polly, entre outros lixos que só me fazem ter mais ódio por sua pessoa). Adam Sandler eu até perdoo (raramente, digo) por que tem alguns filmes que ele se safa e até consegue me fazer rir em determinados trabalhos, ou consegue dar uma virada no jogo e mostrar sua alma humana atrás de toda sua palhaçada comichã, como no último fracasso dele Trocando os Pés.
Naomi Watts é uma de minhas atrizes prediletas. Nem tenho o que dizer quanto à sua mais-que-especial participação nesse longa como protagonista. Venho amando a bela Watts, sinceramente, desde que ela atuou em Cidade dos Sonhos. Desde esse filme, faço questão de ver e apreciar sua beleza e seu talento em cada filme que participa, e acredito sim que a britânica ainda em breve conseguirá abocanhar o mais que merecido Oscar. Não que eu queira dizer que esse Oscar deveria ser dado à ela por sua performance neste longa (de jeito algum!). Digo que, no futuro. Ano que vem. 2017, 2018. Ainda temos muitas edições do prêmio pela frente e queira que ela vença em uma delas (é mais que necessário).
E, é isso aí. Enquanto Somos Jovens pode ser visto ambiguamente como um romance sobre os infames detalhes e as peculiaridades da meia-idade e a aproximação da indesejada velhice ou como um drama sobre um homem que não consegue lidar ou se espelhar na juventude de um rapaz e a perseguição dele por suas ambições, que já não está mais à altura de Josh, e talvez isso cause nele um sentimento incessante de revolta e tristeza. Ou, também como uma comédia, sobre a transição da vida adulta para a vida anciã de um casal e os meios que preenchem o espaço situado nesse intervalo de tempo (a meia-idade), nesse caso, a relação de Josh e Cornelia com Jamie e Darby.
Enquanto Somos Jovens (While We're Young)
dir. Noah Baumbach - ★★★
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