domingo, 14 de junho de 2015

ORANGE IS THE NEW BLACK / 3ª Temporada


Finalmente! Depois de muita ansiedade, a 3ª temporada de Orange is the New Black foi disponibilizada na última sexta-feira pelo canal pago Netflix. E, como eu esperava, o resultado foi tremendamente positivo, como os obtidos anteriormente com a primeira e a segunda temporada. Só que não esperem demais, se forem comparar este temporada com as duas primeiras. Essa é mais suave. Não verão muitos aspectos da primeira e da segunda aqui. Essa terceira temporada fala muito sobre a fé, a família, além de explorar mais afundo as relações entre as prisioneiras, nos sentidos afetivos e emocionais. Talvez seja bem estranho ver esse temporada sucedendo a segunda, a mais violenta já registrada na série, devido aos eventos causados pela detenta Vee, o personagem-central daquela temporada.

Aqui, as tramas estão focadas em outros pontos. Acho que é mais como uma forma de diminuir a tensão provocada pelos eventos já citados ocorridos na 2ª. O bom e, com certeza, o mais interessante a ser visto nessa 3ª temporada é a evolução de identidade dessas personagens. É bom ver que o clima na prisão se alastra, desta vez, para o barco dos funcionários, deixando o barco das detentas mais leve, de fato. Devido às constantes crises no setor, e problemas que levam à prisão de Litchfield à alguns ajustes que acabam favorecendo conflitos econômicos, alguns deles não tão prejudiciais às prisioneiras, mas principalmente aos funcionários.

(Lá vem spoiler) O anúncio (alarme-falso) do fechamento de Litchfield pode causar um pouco de desconforto ao espectador, mas é passageiro, mesmo que as coisas na administração de lá ganhe proporções mais preocupativas. É possível dizer que esta temporada talvez também esteja priorizando o papel e a função deles lá. Muitos tornam-se infelizes com a situação. Outros, extramente preocupados. Enquanto alguns procuram ajudar, outros apenas tendem a complicar, como a chegada de um diretor barra-pesada que causa inusitadas dores de cabeça em Joe Caputo.

Mas, como eu disse, há algo de especial nessa nova temporada: a fé. Li um artigo, não lembro aonde, que dizia que essa nova fase da série exibiria a presença da religião, da fé em geral e da crença em Litchfield, principalmente nas prisioneiras. E é algo onipresente, sim. A 3ª temporada, essencialmente durante os famosos flashbacks da vida pré-prisão das detentas, examina, no estilo de cada uma, o papel da fé. Não a importância, não é esse o objetivo. Mas apenas a fé. Ou então o quanto a fé afetou a jornada daquelas mulheres. O quanto aquilo transformou suas vidas dentro e fora da prisão, ou até mesmo na atualidade. Por que, afinal, a fé é algo que geralmente encontra conexão na prisão. Já vi, por se dizer experiencialmente bem de perto, casos do tipo. A religião é uma fortaleza para algumas devotas que encontram-se por trás das grades e, a maioria delas, busca a salvação por meio de cultos, rezas, promessas e tudo o mais possível.

Piper engrandece sua popularidade nessa temporada. No meio da temporada, uma reviravolta no setor alimentício causa um terrível problema para todos. Com isso, Piper cria um novo plano: esvazia o estoque de macarrões instantâneos da "lojinha", com o fim de lucrar com uma troca, criada por ela: o tempero do "miojo" é capaz de disfarçar o ruim gosto das novas refeições oferecidas pela prisão. Com isso, ela pretende lucrar nesse ramo pedindo as calcinhas das detentas, como modo de fornecer à elas os milagrosos temperos. Com as calcinhas, Piper decide fazer um esquema com seu irmão de levá-las para fora da prisão, através do novo guarda, para que ele possa vendê-las pela internet à tarados (quem viu a 2ª temporada vai lembrar que, no primeiro episódio dela, Piper, em Chicago para o julgamento, tratou um esquema com um detento, e com isso, deu a sua calcinha à ele em troca de um favor). E, no fim das contas, o negócio de Piper lucra imbativelmente. 

Essa 3ª temporada, além de conter essas e muitas outras mais mudanças significativas, também explora a vida de outras mais detentas nos flashbacks. As chamadas secundárias. Muitas delas, principalmente algumas das que surgiram na 1ª temporada (ex. Alex, Suzanne, Taystee, Poussey, Daya, Gloria, Tiffany, Nicky, Lorna, Cindy), agora nesta terceira temporada são protagonistas. No entanto, a série oferece justiça às novas, e algumas antigas, secundárias que não tiveram a chance de integrar o grupo acima.

E, como a própria Alex diz num dos episódios, é tanta confusão que mal quase você tem a oportunidade de ver as outras detentas, já que Piper fica confusa e surpresa por ver a quantidade de detentas à sua frente que há pouco tempo a era desconhecida. Algumas dessas secundárias estão na série desde os primeiros episódios (ex. Sophia, Flaca, Big Boo, Norma, Leanne, Yoga Jones), e que ganharam certo apoio na segunda, mas nessa terceira atuam não mais como recorrentes, mas sim como efetivas (o que é verdade). E é bom ver essa evolução, digo, de caracterização da série. O elenco, que já era grande, ganha reforços e fica bem melhor (na minha percepção).

O drama tem pouco espaço nessa temporada. Mesmo que alguns traços, como a triste mudança da "querida" detenta Nicky para a segurança máxima e a gravidez conflituada de Daya, que há tempos nos vem deixando com rugas na testa, reforcem o cunho dramático da temporada, a comédia mostra-se mais forte, algo que era visto nas duas primeiras temporadas, mas talvez com bem menos amplitude, tanto que eu anteriormente via Orange is the New Black mais como um drama do que como uma própria comédia. Vale ressaltar esses detalhes. Vi muita gente disfarçando desgosto pela série dizendo que era um "pseudo-drama" (nem sei de que lugar essa expressão emergiu). Enfim, só sei que estou muito feliz com a chegada dessa terceira temporada. E, mal posso esperar pela quarta, que promete vir com tudo em 2016. 

3ª TEMPORADA: 
MELHOR EPISÓDIO: Fear and Others Smells (E8) - 
MENÇÕES HONROSAS: Mother's Day (E1) - / Don't Make Me Come Back There (E12) - 

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