sexta-feira, 10 de abril de 2015

OLIVE KITTERIDGE / A Minissérie Completa


O melhor discurso do SAG deste ano foi o de Frances McDormand. Mesmo tendo assistido a premiação buscando os resultados cinematográficos, foi inevitável ver o discurso da grande dama, que, assim ao receber o prêmio, começou a promover a venda dos DVDs da minissérie (um dos momentos mais hilários da tão jovem premiação). Mesmo à parte das informações e tudo o mais sobre a agraciação televisiva do prêmio, não duvidei de McDormand, mesmo a atriz sendo tão inusualmente vista em produções da telinha.

Oliver Kitteridge de fato é um trabalho bem feito, sem nenhuma restrição, bem escrito, bem dirigido, bem atuado, bem tudo. A minissérie narra a história da personagem-título por um longo período de vinte e cinco anos: uma professora de matemática impaciente e bocuda casada com o pacato e otimista Henry. A narrativa fala de casamentos, suicídios, depressão, situações cômicas e confusões que dominam a vida dos moradores de Crosby, além de mostrar os personagens que entram e saem da vida de Olive, que por vezes ocupa um papel de coadjuvante na história..Tentei não dar uma de maluco e assistir aos quatro episódios da minissérie de uma única vez - mas foi inevitável, como previsível. Sem nada para fazer, quieto em meu canto, decidi então ver Oliver Kitteridge, e o tempo até que rendeu. São três horas e vinte e oito minutos, se a minissérie for assistida de uma única vez. Como eu perdi a première da série no canal HBO, a chance ficou para agora, vendo pela internet (link abaixo). 

Mas sobretudo, o que eu mais gostei aqui foi a caracterização. Dificilmente produções televisivas (à exceção de algumas, como Dowtown Abbey, é claro, e Boardwalk Empire, e por aí segue), confesso, conseguem amplificar em mim essa noção da caracterização (direção de arte, figurino, maquiagem), e olha que se eu paro para analisar isso acabo me deparando com essa triste realidade, da qual hoje em dia o universo cinematográfico está descartando produções épicas maravilhosas que poderiam render um bom lucro. 

Tome um café. Esteja livre (tempo). Esteja pronto. Frances McDormand é outra que também rende aqui na minissérie. Deliciosamente cômica e excentricamente antipática, McDormand conclui mais uma vez uma belíssima e atemporal performance. Gente, é preciso aprender que não há como duvidar dela sob nenhuma razão. A mulher é absolutamente indestrutível, seja lá nas parcerias com os irmãos Coen quanto na minissérie dirigida lendariamente por Lisa Cholondenko (de Minhas Mães e Meu Pai). Também não há como não reconhecer a importância das atuações aclamadas de Bill Murray e Richard Jenkins, ambas essenciais. 

A minissérie é muito boa. Recomendável. É tão curioso, plausível, até charmoso ver o diário e as confusões do mundo ao redor de Olive e sua família. É, por vezes dramático e outras engraçado, sarcástico, humor negro puro, realmente parece que Frances está sendo dirigida pelo marido e pelo cunhado na minissérie. Deliciosa obra: "Não há nada como a simples vida".

Toca dos Cinéfilos (http://tocadoscinefilos.net.br/olive-kitteridge-2014/)

A Minissérie Completa: 

Primeira Parte: Pharmacy
Segunda Parte: Incoming Tide
Terceira Parte: A Different Road
Quarta Parte: Security

Nenhum comentário:

Postar um comentário