sábado, 5 de março de 2016

Crítica: "EU, MEU IRMÃO E NOSSA NAMORADA" (2007) - ★★★


A princípio achei que iria odiar mas acabei gostando dessa fofa e doce comédia romântica, estrelada por Steve Carell, no auge da sua carreira cômica, e Juliette Binoche (tendo sido a presença desta que me motivara a conferir Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada). A história? Um jornalista viúvo que se atrapalha todo tentando criar as três filhas e que parte para uma desastrosa temporada de férias em família, onde se apaixona pela ficante de seu irmão, Marie. 

É verdade que o gênero comédia romântica está bem deteriorado e são raros os exemplares de qualidade de safra que invadem o nosso circuito em tempos recentes. Apesar de não ser um grande filme, Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada, mesmo com os quilos de clichê e as bobeiras usuais convenientes às produções de fins cômicos nos dias de hoje, consegue se safar e até que, no fim, é bem-sucedido na missão "ser uma boa comédia romântica". Lembrando "ser uma BOA...". O filme não vai muito além disso. É claro, há certas exceções nesse meio, mas ele é, no mais, um filme bom.

Quem viu Um Grande Garoto ou Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador deve conhecer o nome Peter Hedges. Diretor de Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada, Peter lançou-se no cinema como roteirista de Gilbert Grape (ele também é autor do livro), e foi engatinhando até chegar em Um Grande Garoto, comédia romântica que lhe rendeu uma indicação ao Oscar, em 2003, em Roteiro Adaptado, e que finalmente pôs a sua carreira como roteirista, e também diretor, nos trilhos. No ano seguinte ao lançamento de Um Grande Garoto, ele lançou-se como diretor, em Do Jeito Que Ela É (não vi). Este filme aqui foi seu segundo experimento como diretor. 

Ainda que tenha se saído bem dirigindo o filme, o roteiro continua sendo seu forte. É claro, semelhanças à parte, Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada está aquém de Um Grande Garoto no quesito roteiro, mas não se pode negar que é um exercício tão comovente quanto. Hedges marca pontos por ser um diretor de elenco. Ele comanda com astúcia um elenco gigantesco e lotado de talentos que, caso em outras mãos, poderia ter resultado em algo diferente, independente de qualidade. 

Fora os protagonistas Carell (cheguei à conclusão que você chega ao fundo do poço quando começa a se identificar com os personagens losers do Steve) e Binoche, temos ao fundo Dane Cook, o irmão "toupeira" do jornalista Dan, Alison Pill (ainda jovem, num papel coadjuvante), Dianne Wiest, Amy Ryan (ela não tem nenhuma fala - até agora eu não sei porque diabos ela foi elencada), Britt Robertson (não conhecia até esse filme), John Mahoney, e por aí vai. Das melhores atuações, destacaria o Steve, a Juliette, a Alison e a Britt. 

Particularmente, todos são ofuscados pela Juliette Binoche. Já é um achado vê-la como estrela de comédia semi-besteirol com pegada romântica, e ainda não-francesa, e quando se é fã da diva, não tem como não ficar extasiado pela participação dela aqui (acho que mencionei acima que ela foi quem me levou a Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada - gostei mais desse título nacional do que do título original). Legal ficar pensando o porque ela aceitou o convite, se foi porque ela se identificou pela história, se ela foi forçada, se ela achou gostosa a narrativa, se ela achou que seria bom trabalhar em um terreno cinematográfico mais despretensioso como descontração... As possibilidades são incontáveis, bem como os motivos para dar uma chance e ir ver de Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada. O segredo é relaxar e ter a consciência de que este é um trabalho mais leve e despretensioso. Se dá pra gargalhar? Meu amigo, no quesito "se rachar de rir", Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada é nota 10 (ok, posso estar exagerando, mas é por aí: garantia de satisfação). Como diz no pôster: "espere ser surpreendido". 

Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada (Dan in Real Life)
dir. Peter Hedges - 

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