Se eu me apegar aos clássicos e às revisões demais acabo esquecendo que terminei 2015 com uma dívida enorme de filmes pra ver. Enquanto o calendário de lançamentos segue morno, estou aproveitando para tentar dar uma olhada no que não vi, ou até mesmo alguns filmes que ignorei durante o ano e que foram as estrelas de listas de melhores e etc. E amanhã já é abril, mês 4, então preciso apressar e quitar essa lista senão vou ficar sobrecarregado. Vi no início desse mês No Coração do Mar, o mais novo filme de Ron Howard. Se é um filme bom? Olha, bom é. Tem umas coisinhas, mas até que é bom. O que eu não garanto é uma obra-prima, o que No Coração do Mar está bem longe de ser. Ainda sim, à parte certos defeitos, o filme é um trabalho muito bonito e estonteante, por mais mediano que seja.
Ultimamente, os filmes de Howard são mais odiados do que amados. É claro, há exceções (Rush e Frost/Nixon, por exemplo), mas os críticos no geral desceram o cacete em No Coração do Mar, O Código da Vinci & sequência (Anjos e Demônios), A Luta pela Esperança, O Dilema... Muito embora estes sejam títulos defeituosos, não são filmes tão ruins a ponto de serem péssimos.
O caso de No Coração do Mar é um pouco confuso. O filme carrega uma trama interessante, mas que perde a textura com o passar do tempo. A estranheza é indecifrável. É como se a história perdesse a graça, sabe? O elenco não consegue sustentar e a gente começa a prever que o filme será uma grande de uma bagunça. E é isso que ele é. Uma bagunça. No Coração do Mar começa bom e fica maçante.
E isso necessariamente não transforma o filme numa total perdição, levando em conta a direção excelente do Ron Howard, a fotografia triunfal do Anthony Dod Mantle, a trilha sonora, sem contar que o filme é por si só um espetáculo de magia e potência visual admirável. No Coração do Mar é insustentável mas belo, gracioso, sensível.
Mas simplesmente não dá pra não ficar no mínimo chateado com a seleção do Chris Hemsworth para o papel principal. Que coisa, hein? Nada contra o Chris, mas é tão chato, tão chato o filme com ele como protagonista. Não sei se já é porque eu mesmo acho o Chris um pouco maçante, mas não dá pra engolir a atuação tosca dele, me desculpem. Fosse qualquer outro, mas o Chris Hemsworth não encaixou.
Não é que eu ache o filme muito parado ou coisa do tipo, mas é que ele fica desinteressante, azedo, sem graça. Podia ter sido um baita de um filme, mas não foi. Ô, seu Howard, aí não dá, né? Ainda sim, há esperança para o próximo projeto de Howard, que chegará aos cinemas esse ano, Inferno, que encerra a trilogia do Robert Langdom. Será que vão gostar do filme? Enfim, No Coração do Mar é assim, bonitinho, bem-feitinho, bem dirigidinho, mas que não passa disso, e por outro lado é uma grande de uma chatice. Não vou impedir ninguém de ver, até porque não chega a ser um filme péssimo, mas que tem umas coisinhas irritantes, ah, isso eu não vou negar.
No Coração do Mar (In the Heart of the Sea)
dir. Ron Howard - ★★★
São os filmes que não se cansa de ver. Em suma, "In the heart of the sea" é um espetáculo visual muito interessante que recebe cenas específicas com força suficiente. Além disso, o filme também adiciona duas reflexões interessantes: em primeiro lugar, com Melville como eixo sobre o ato de escrever, sobre o medo de nossa própria incapacidade ea luta interna entre revelando e inventar, entre a transmissão da verdade e da captura da essência; ea segunda, sobre os interesses comerciais eternas e a tirania do dinheiro.
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