segunda-feira, 13 de julho de 2015

Crítica: "ALÔ, DOLLY!" (1969) - ★★★★★


Hello Dolly! Well, Hello Dolly! It's so nice to have you back where you belong! Que filme espetacular! Maravilhoso. Um clássico fenomenal, inesquecível e tremendamente brilhante. Muito difícil não gostar de Alô, Dolly!, um dos melhores e mais belos musicais já feitos, que encanta e desperta uma vontade inesperada e sensata de sair por aí cantando e dançando... Cada número melhor que o outro. Não faz muito tempo Alô, Dolly! tava em exibição teatral aqui no Brasil, com a Marília Pêra no papel da Dolly e o Miguel Falabella como Horace. Pena que não tive a oportunidade de ver. Pelo menos, o filme, que é a adaptação de um musical, é uma obra sem precedentes. Um longa incrível e imperdível, mesmo.

Alô, Dolly! não só aquece o coração e diverte como também nos deixa sem palavras. Olha, confesso que se existe uma tarefa difícil é escrever sobre esse musical. Só tenho de expressar minha alegria em vê-lo e minha intensa apreciação pela sua qualidade. Ou seja, algo que em sua grande significância é traduzido em pouquíssimas palavras.

Talvez devesse começar falando sobre a minha comoção em ver uma atriz dedicada e competente como Barbra Streisand, cantora romântica e que começou a estrelar filmes em meados dos anos 60, sendo Alô, Dolly! seu segundo trabalho cinematográfico, apenas sendo antecedido por Funny Girl - A Garota Genial, que a rendeu seu primeiro Oscar - um empate histórico entre a novata, porém talentosa Barbra e a lendária Katherine Hepburn, que, na cerimônia, conquistou seu terceiro de quatro Óscares por sua atuação em O Leão no Inverno. O melhor de Barbra neste filme que certamente é uma de suas aventuras mais virtuosas, são os números. Não só a voz, mas todo o processo da encarnação e da real interpretação, a performance. O que vale, afinal, é isso. Mas também vale lembrar que Streisand é uma cantora afinadíssima e que nenhuma canção, em sua voz, é capaz de sair ruim ou danificada, o que resulta na total e completa perfeição dos números musicais da película.

No final, todo o elenco se saiu bem. Em especial Walter Matthau, que também teve suas falhas, já que timidamente participou de alguns números, já que ouvir sua voz original sem alterações não é lá um completo deleite triunfal, já que o grave tom pode atrapalhar na entonação em certos gêneros. Mas, enfim, Walter é um experiente intérprete e vê-lo no papel do grosso, rude e convencido, porém desajeitado e solitário Horace é um tanto quanto bom e interessante. É claro, os números ainda sim se sobressaem, já que são originário de uma coreografia ensaiada por um mestre artístico incomparável que, como ninguém, soube fazê-los: Gene Kelly, que dirige Alô, Dolly!, seu nono filme onde assume tal posto. A competência e a genialidade de Gene que eram visíveis dele não só como ator mas também como diretor em Cantando na Chuva estão presentes aqui em quantidade igual.

Vendo Alô, Dolly! lembrei muito de WALL-E, justo por que a fofa animação tem o robozinho obcecado com a magia do musical, tanto que em uma cena é possível vê-lo assistindo ao longa e em outra ele interpretando distintamente "Put On Your Sunday Clothes". E Alô, Dolly! não é só um musical, mas é também um filme romântico que discute a personalidade e nosso caráter diante do amor, e de nossas questões sobre o diário e como somos afetados pela paixão, e como muitas vezes ela está escondida em pequenos detalhes, que no final são totalmente necessários para a resolução de nossa vida, tal como Dolly e Horace que, pessoas com identidades totalmente diferentes, tem um pensamento tão igual em relação ao mundo ao redor deles e nem sabem (sim, eu acabei de dar um parcial spoiler sem avisar).

Alô, Dolly! é belíssimo. Como musical, como romance, é incrível em todos os ângulos. De qualquer forma, emociona e paralisa. É uma obra importante, necessária e que necessita ser vista, ainda mais por aqueles que se consideram fãs do gênero musical, como eu, que, confesso, tanto quanto como adoro épicos, também tenho uma dura e persistente adoração ao gênero, que raramente me apresenta decepções, e cujo eu também tenho dificuldade em não apreciar. E em relação à isso, Alô, Dolly! é inquestionável! Clássico atemporal!

Alô, Dolly! (Hello, Dolly!)
dir. Gene Kelly - 

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