sexta-feira, 10 de julho de 2015

Crítica: "UM POUCO DE CAOS" (2015) - ★★


Me surpreende ver que Um Pouco de Caos, em seu fim, resulta em muito, num gigante e excessivo caos. Segundo longa-metragem do ator britânico Alan Rickman, famoso por performances em O Mordomo da Casa Branca, Sweeney Todd, Michael Collins: O Preço da Liberdade, Razão e Sensibilidade, entre outros, que dirigiu em 1997 seu primeiro filme, Momento de Afeto, com Emma Thompson e Phyllida Law, Um Pouco de Caos é um filme, sinceramente, chato, demorado, embaraçoso e perplexamente inútil. Digo que tal fracasso me surpreendeu justo por que gostei da sinopse, apesar de já nela ter previsto alguns exageros, que àquele momento não me eram tão intensos, talvez superficiais, mas que no filme são onipresentes. O arquiteto André Le Notre é missionado pelo Rei Luís XIV de projetar e arranjar, ao lado de uma pobre, porém belíssima e esperta paisagista, Madame Sabine de Barra, os jardins do Palácio de Versalhes.

O histórico relato que mais deveria interessar ao público acaba desapontando e exagerando demais. Sou totalmente contra a teoria do clichê, só que desta vez é impossível não utilizá-la aqui para explicar tais exageros que são frequentes ao decorrer da narração de Um Pouco de Caos, que à primeira vista mostra ser bem agradável, mas durante a sessão, inverte de lado. É até de se estranhar, já que o filme bem é dirigido por uma personalidade monumental e cultuada como Alan Rickman, cujas performances épicas sempre ofereceram deleite ao espectador, além do mesmo ser uma figura teatral muito importante lá na Inglaterra. Não posso dizer o mesmo dele como diretor, pelo menos nesse filme aqui. Um Pouco de Caos não interage e nem reage com o público. O clichê até mais parece uma alternativa para atrair a atenção do público nos momentos mais convenientes, quando a falta de cativação não é mais suportável, e acaba por não funcionar e destruir tudo. Um Pouco de Caos fica sem saída. Não é um filme original. É mais uma projeção parcialmente anti-histórica de um capítulo formoso e triunfal, já que o filme faz aquele experimento que usualmente nunca dá certo de fazer um mix entre a história real e a história fictícia. Com a quantidade exterminadora de clichês, não dá pra Um Pouco de Caos ser pior.

O que mais decepciona é ver o desperdício, principalmente de elenco, como a lindíssima Kate Winslet, quem eu não vejo em um bom filme desde Deus da Carnificina, já que ela cometeu um erro gravíssimo ao embarcar na franquia Divergente, ou sei lá qual ente tá agora. Mas enfim, não gostei dela aí. Para Maiores foi um pouquinho bobo. Refém da Paixão, a atuação dela foi bem louvável, mas o filme, contrariando, uma sufocante onda de basbaquice e interminável agonia do sono (quem não sabe, chamo de "agonia de sono" o sentimento que tenho na sala de cinema ao estar assistindo a um filme eternamente chato, porém raramente consigo dormir, pois ou há gente rindo na sala, ou o som tá alto demais, ou a tela tá clara demais e, enfim... eu não consigo fugir de tão sessão por métodos particulares de fuga, entre eles, uma boa soneca, como este Um Pouco de Caos, se bem que vira e mexe eu dava uns bons bocejos - e não foi só uma vez não, confesso).

Enfim. Estou chateado por isso, se bem que Kate vem aí com o longa esperadíssimo do Danny Boyle Steve Jobs, com o Michael Fassbender, que promete ser um sucesso, e também com outro longa que também parece ser bastante interessante chamado The Dressmaker, com Kate protagonizando. Outra coisa que me deixou irado em Um Pouco de Caos é a falta de comprometimento. Não há um pingo de esforço para fazer com que o filme soe como um conteúdo mais histórico, o que é, de fato, tremendamente - não! - absolutamente desleixado e impertinente. Aqui vai minha breve conclusão: Um Pouco de Caos é um filme desagradável, demais romantizado e de menos histórico - o essencial, além de ser infiel, odiável e sem nenhum originalismo ou excelência.

Um Pouco de Caos (A Little Chaos)
dir. Alan Rickman - 

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