sábado, 27 de fevereiro de 2016

Crítica: "JUNO" (2007) - ★★★★


É tanto filme que eu preciso rever que se mal consigo eu me recordar de seus nomes quem dirá se os vi por inteiro ou coisas do tipo (a confusão é maior com os filmes que vejo na TV, que costumam cortar muita coisa). No caso de Juno, peguei uma vez pra ver há um tempão mas deixei de lado e acabei sem terminar de ver. Fiquei evitando o filme na Netflix e decidi hoje pegar pra ver. Olha, rapaz, e não é que eu gostei de Juno? Poxa vida, que filme extraordinário é Juno. Gostei pra caramba. Um dos destaques do cinema indie mais adorados dos últimos tempos, Juno é um daqueles filmes que merecem ser vistos, de verdade. É um trabalho cinematográfico de primeira não só inesquecível como também admiravelmente doce e sensível.

No filme, a bela garota-revelação Ellen Page (no papel que a levou a uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz em 2008) interpreta Juno MacGuff, uma adolescente de 16 anos que engravida acidentalmente de um colega de classe e que decide doar o bebê a um casal bem-sucedido com condições para criá-lo. 

Jason Reitman, filho de Ivan Reitman (de onde vocês acham que ia vir o sobrenome Reitman, at all?), diretor de Os Caça-Fantasmas, fabricou uma joia rara. Quer dizer, ele fez mais do que dar ao filme um crédito de direção. A direção dele é uma das melhores coisas de Juno. O projeto, na verdade, é todo da Diablo Cody, escritora e ex-stripper que fez a sua estreia cinematográfica como roteirista com Juno, e conquistou o único Oscar do filme, de Roteiro Original. Cody deu vida ao filme.

Juno desconstrói a seriedade de uma temática tachada de tabu ainda recente e presente na sociedade e torna a jornada da brincalhona Juno em uma história avassaladora e que não busca julgar ou pintar defeitos. É apenas um filme sobre uma garota que engravida que quer viver e ser vista normalmente apesar de, e nada mais. Obstáculos morais? Nem pensar. O filme opta por um retrato mais suave, digamos, e menos condenante ou culposo. Os personagens adultos, aqui os pais da menina e o casal que quer adotar o bebê, não são envilanescados como poderia ser até previsto, mas isso não torna a trajetória dela fácil. É tudo muito fofo, muito colorido, muito macio, adocicado, mas não fácil. O filme deixa claro isso.

O humor despretensioso, piadista e irônico do filme ajuda a aliviar a tensão do drama contraído. Juno é um trabalho caprichado, não caprichoso, e simples que vai te conquistar. A leveza, o desfecho natural, os personagens... Juno é um filme maiúsculo, tocante. É pra assistir e aplaudir de pé. Simplesmente fantástico.

Juno
dir. Jason Reitman - 

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