sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Crítica: "CORRENTE DO MAL" (2014) - ★★


Só eu que não consegui me divertir muito com Corrente do Mal? Perdoem-me aqueles que gostaram do novo filme de David Robert Mitchell, mas pra mim não passa de uma grande porcaria. Embora seu empenhado roteiro seja no mínimo inteligente, foi difícil apreciar Corrente do Mal, ainda mais quando no caminho surgem complicações em seu horror pouco convincente e lá pro meio eu começo a ficar enjoado. Queria gostar, mas infelizmente não apreciei muito este que já é considerado um dos melhores filmes de terror da temporada, Corrente do Mal

A ambiguidade das interpretações talvez seja a sacada mais genial de todo o filme. Gostei da abordagem e da complexa montagem dos elementos, enquanto ao mesmo tempo me senti estranhamente confuso com a sucessão desenfreada da trama e sua velocidade abismadora que acabou me deixando perdido. E é só mais outro fracasso abismador. O filme acompanha uma jovem adolescente que, após uma relação sexual, descobre pelo garoto que ele passou para ela uma terrível maldição, que destrói a vida dela e a deixa mais que paranoica por um bom tempo. Perseguida por seres trajados frequentemente de branco, senão semi ou completamente nus, 

A exploração do sobrenatural é bela e sensível, inteligente e ambiciosa vem depois. Primeiro é bela e perfeitamente sensível. E essa parte do filme até que é invejável, por que manter o controle do gênero diante de tais exigências é de uma delicadeza mortal. Mas o problema é que o filme não sustenta por muito tempo esse clima. A trama entedia e o resultado vai pedindo mais do que o necessário daquilo que o público não tem. Corrente do Mal perde o controle lá pelos quarenta minutos, quando perde o sentido total. Ali foi o pico da minha confusão. Minha irmã saiu do cinema elogiando demais a construção do terror, que como eu mesmo disse é inteiramente sublime, mas eu acabei odiando, talvez pela falta de compreensão. A matura fábula sobre as DSTs (talvez esteja mais para um conteúdo metafórico) faz refletir e até que deixa no ar um clima de seriedade bem influente para o sucesso do longa. E no fim, é essa fábula que sobrevive, apesar da catástrofe que a seguiu até aí. O sucesso caiu quando não foi mais possível segurar a minha atenção. O filme não me cativou.

Do elenco, palmas para a talentosa (e ainda mais desconhecida) Maika Monroe, cuja performance é estremecedora e de uma vibração trágica inesquecível. Pena que esse talento todo contrasta de uma forma tímida e irregular com o esquecível filme. Não tenho mais nada pra falar de Corrente do Mal. Não gostei. Gostei dessa nova Monroe, do roteiro brilhante do Mitchell e da trilha sonora, mas nada foi suficiente para que o filme ganhasse de primeira a minha aprovação. É bom, mas passageiro demais pro meu gosto.

Corrente do Mal (It Follows)
dir. David Robert Mitchell - 

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