5. Vício Inerente, de Paul Thomas Anderson
O mais recente filme do controverso cineasta Paul Thomas Anderson até que foi parcialmente bem recebido lá nos E.U.A., tendo até abocanhado duas indicações ao Oscar, em Roteiro Adaptado e Figurino, mas foi completamente detonado pela crítica brasileira, em especial a imprensa, que não aceitou bem o longa maldizendo-o e compilando-o entre os piores feitos neste ano. A rede de blogues também apunhalou o filme da mesma maneira, muito desmerecidamente, já que o enigmático e non-sense Vício Inerente é certamente uma produção maior, tanto na carreira do Paul quanto em si mesmo. Traz uma performance extraordinária do Joaquin Phoenix, um roteiro único e uma síntese técnica absurdamente impecável.
4. Eu Estava Justamente Pensando Em Você, de Sam Esmail
Muito embora tenha lá seus defeitos, o hit romântico do ano Eu Estava Justamente Pensando em Você foi muito mal aceito e compreendido, em todos os cantos por onde passou, sem justificativa racional, ao meu ver, já que se trata de um dos filmes mais deliciosos realizados, e uma comédia romântica exemplar de primeira. E ainda estampa uma das mulheres mais belas de 2015, Emmy Rossum, numa performance discretamente intensa. É um filme ótimo, mas infelizmente não muito bem aceito e reconhecido da maneira que é.
3. A Visita, de M. Night Shyamalan
O melhor filme de terror do ano (disputando pau a pau com A Colina Escarlate) também merece ser chamado de salvação num ano que só trouxe produções péssimas no gênero, entupidas de clichê até o talo, sem graça e força (só de passagem, lembro Bata Antes de Entrar, A Forca e Sobrenatural: A Origem). É água no deserto. De estremecedor tem de sobra. E dizer mais nem vai valer. Afinal, estou falando de um filme dirigido por M. Night Shyamalan. É, duplamente, salvação e retorno do bom e velho Shyamalan às telas, com talento e trunfo.
2. Homem Irracional, de Woody Allen
Que mania do inferno de ficarem colocando defeito onde não há, em filmes de qualidade além de exímia. O novo filme de Woody Allen representa bem isso. Novamente debate filosófico acerca a moralidade diante da personificação de um crime (diretamente influenciado pelo pensamento dostoievskiano de Crime e Castigo), Homem Irracional é um filme genial. Woody Allen, se repetindo ou não, continua sendo um mestre. E não é aqui que ele iria falhar. O resultado é sublime. As atuações de Joaquin Phoenix e Emma Stone, espetaculares. A ironia, como é bastante comum nos filmes do diretor, reina solenemente. É uma delícia. Simplesmente ótimo. Uma pena que não foi aproveitado.
1. Miss Julie, de Liv Ullmann
Ex-mulher, musa e aluna de Ingmar Bergman, Liv Ullmann, mais uma vez aventurando-se na direção, desta vez na adaptação da clássica peça de Strindberg "Senhorita Julie", nos presenteia com um filme pra lá de emocionante, bonito e extravagante. Em tela, o trio Jessica Chastain, Colin Farrell e Samantha Morton consegue equilibrar com perfeição tragédia, desolação e perdição, em personagens cujas almas vagueiam pelo vazio do coração, pelo vazio do espaço e pela rigidez da ternura. A luz perturba o silêncio e lhes afaga com pontapés e feridas. Primoroso. Simplesmente primoroso. Trabalho mais que exótico e especial. Subestimado ao cubo, teve uma passagem curta pelos cinemas nacionais, não foi bem distribuído na América, duramente pisoteado, pela crítica e pelo público. Injustamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário