terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Crítica: "EX-MACHINA - INSTINTO ARTIFICIAL" (2015) - ★★★★


Estava com certa relutância em ver Ex-Machina, temendo odiar o filme visto que minhas expectativas quanto a ele não eram as das melhores - nem me perguntem o porquê. Mas confesso que eu gostei do longa, apesar de suas imperfeições. É claro, na melhor das hipóteses, seu quê futurista supervalorizado deixa a desejar em muito, mas a trama, que referencia e lembra muitos longas de segura qualidade, é bem feita e opta pela simplicidade em sua arquitetura sci-fi. Por incrível que pareça, essa escolha beneficia o suspense, dando consistência à bizarra ora elegante trama. A procrastinação de sua sacada, que resulta num xeque-mate demolidor, pode satisfazer, decepcionar ou satisfazer e decepcionar.

A verdade é que o comentadíssimo Ex-Machina - Instinto Artificial tem lá sua inspiração Kubrickiana, mas está mais para um cruzamento de Sob a Pele com Ela (apesar do final contraditório) do que uma direta influência do clássico 2001. Ex-Machina dá a sensação de ser um terror, com o favorecimento do constante clima de suspense e também do cenário sempre cinza e misterioso. Há comparações com Blade Runner - Caçador de Andróides, que em nenhum ponto merecem ser desclassificadas, já que é fato que o filme se inspira nele para a fermentação da sua trama, e na concepção da robô Ava, interpretada sexymente pela Alicia Vikander, que deslanchou em 2015.

Ainda não conferi O Agente da U.N.C.L.E., mas já já ela vem para os cinemas com A Garota Dinamarquesa. Pra ser mais completo, ela tá agora nos cinemas com Pegando Fogo, que teve uma recepção ruim por parte da crítica. Ex-Machina foi lançado diretamente em vídeo. Uma pena.

A bela, que tinha aparecido estonteante em Anna Karenina, retorna com mais uma parceria ao lado do ator Domhnall Gleeson (filho mais velho do ator Brendan Gleeson), com quem tinha contracenado lá, e que aqui faz o papel de um programador computacional "selecionado" por um magnata do ramo, considerado o Mozart da informática, que quer que ele inicie um processo de avaliação num sistema de inteligência artifical que ele montou, e está vetado ao conhecimento humano, com o centro de pesquisas desse homem sendo isolado na mata.

Uma coisa leva à outra. O jovem Caleb fica fascinado com a máquina, contemplando-a com todas as suas forças, e fazendo um enorme esforço para tirá-la de seu cativeiro. Hum. Mal sabe ele o que lhe aguarda. E mal estou eu apto dos spoilers que estão quase fugindo do meu controle agora, caramba! O amor pela robô o faz amaldiçoar Nathan, seu criador, e ele carrega nas costas o título de vilão - muito ingratamente - pelo resto do filme. É claro, até as reviravoltas começarem. Lá vem eu de novo.

Quem é fã do gênero se sentirá presenteado, já que Ex-Machina, mesmo não sendo aquele filmaço, é um trabalho interessantíssimo, e bastante inteligente. Visto o filme, se vê o porque da presença dele nas mais diversas listas de melhores do ano que já estão tão prematuramente saindo, e também elogios por parte da interpretação (espetacular e belíssima) da estupenda Vikander e do Oscar Isaac (talentoso pra cacete), que cada vez mais vem se mostrando uma figura importantíssima no rol de atores dos últimos tempos, tendo ele tido o privilégio de trabalhar com diretores do naipe dos irmãos Coen e Nicolas Winding Refn.

Ex-Machina - Instinto Artificial (Ex-Machina)
dir. Alex Garland - ★★★★

Nenhum comentário:

Postar um comentário