Vim tendo alguns problemas para dormir ultimamente nessa semana e não tive concentração suficiente para produzir um texto. E eu estou até teorizando comigo mesmo que esse bloqueio nem deve ser consequência dessa crise de insônia não. Mas, vamos lá. Janeiro termina e ainda não consegui ver todos os filmes que perdi em 2015. Recomendações, melhores do ano, estreias, e blá, blá, blá. É uma lista infinita. Nesta última quinta-feira, peguei O Presente para ver. Me surpreendi, rapaz. Que filme espetacular, um definitivo primor. O suspense faz dupla com o horror e se salva como um dos exemplares mais seguros e merecidos da temporada e dentro do seu próprio gênero na atualidade.
No filme, Rebecca Hall e Jason Bateman fazem um casal que acabou de se mudar para a cidade natal do marido, na Califórnia, e que começam a estranhar a casualidade e as obsessões de um ex-colega de classe do homem (interpretado por Joel). Não demora muito para o casal emergir numa onda de neuroses e logo começar a desconfiar premeditadamente do cara, que chega até a despertar no público uma certa duplicidade quanto a esse quesito. Enfim, o diretor/roteirista Joel Edgerton estabelece um jogo de mistério e intrigas tão competente que o resultado, em especial o gran finale da película, é indispensável e absolutamente magistral, muito possivelmente um dos melhores e mais bombásticos já vistos de uns tempos pra cá.
A construção dos personagens é delicada e minuciosa ao ritmo do próprio filme, mas enigmática e limitada o suficiente para manter o espectador prendido do começo ao fim na trama, de maneira com que mantenha-se vivo o suspense e espreitada a sequência de eventos. Edgerton revela que sua capacidade para o roteiro em que trabalha é rara e digna de atenção, bem como ainda sim aspira um certo quo status promissor.
O trio Rebecca, Jason (finalmente num bom filme) e Joel fermenta o elenco do filme, que é basicamente composto pelos três, que só por eles já conseguem fazer deste algo de valor imensurável para o filme. Muito embora o Jason Bateman esteja ótimo, for the very first time, é a Rebecca e o Joel que dividem o título de melhor performance do filme. Não dá pra saber qual dos dois está melhor. O certo, enfim, é que eles são os melhores do filme, falando do elenco.
Em certos aspectos, o clima de paranoia e a história lembram Caché (o próprio Edgerton mencionou o filme como inspiração, junto a Atração Fatal e a Trilogia da Vingança do Park Chan-Wook). É, os dois trabalhos nem de longe são comparáveis quanto à qualidade, mas a trama de O Presente mexe com um casal em crise, invasão de privacidade, falso vilão, conflitos do passado... Há certas coisas que ligam um filme ao outro, e a lembrança da obra de Haneke só nos deixa mais confortáveis quanto à precisão e à segurança de um bom resultado, efetivo, em O Presente.
Como suspense, filme de elenco excessivamente ótimo, diretor/roteirista revelação além do imaginável, O Presente é um trabalho memorável. Vingança e perdão são duas coisas que não se misturam. E, que final! O Presente é um presente maravilhoso. Joel, meu filho, não pare não. Continue desse jeito e um futuro de muito sucesso no ramo lhe aguarda, talvez até mais sucesso do que na própria carreira de ator, quem sabe? Eu já começo a torcer por mais presentes como esse.
O Presente (The Gift)
dir. Joel Edgerton - ★★★★
No filme, Rebecca Hall e Jason Bateman fazem um casal que acabou de se mudar para a cidade natal do marido, na Califórnia, e que começam a estranhar a casualidade e as obsessões de um ex-colega de classe do homem (interpretado por Joel). Não demora muito para o casal emergir numa onda de neuroses e logo começar a desconfiar premeditadamente do cara, que chega até a despertar no público uma certa duplicidade quanto a esse quesito. Enfim, o diretor/roteirista Joel Edgerton estabelece um jogo de mistério e intrigas tão competente que o resultado, em especial o gran finale da película, é indispensável e absolutamente magistral, muito possivelmente um dos melhores e mais bombásticos já vistos de uns tempos pra cá.
A construção dos personagens é delicada e minuciosa ao ritmo do próprio filme, mas enigmática e limitada o suficiente para manter o espectador prendido do começo ao fim na trama, de maneira com que mantenha-se vivo o suspense e espreitada a sequência de eventos. Edgerton revela que sua capacidade para o roteiro em que trabalha é rara e digna de atenção, bem como ainda sim aspira um certo quo status promissor.
O trio Rebecca, Jason (finalmente num bom filme) e Joel fermenta o elenco do filme, que é basicamente composto pelos três, que só por eles já conseguem fazer deste algo de valor imensurável para o filme. Muito embora o Jason Bateman esteja ótimo, for the very first time, é a Rebecca e o Joel que dividem o título de melhor performance do filme. Não dá pra saber qual dos dois está melhor. O certo, enfim, é que eles são os melhores do filme, falando do elenco.
Em certos aspectos, o clima de paranoia e a história lembram Caché (o próprio Edgerton mencionou o filme como inspiração, junto a Atração Fatal e a Trilogia da Vingança do Park Chan-Wook). É, os dois trabalhos nem de longe são comparáveis quanto à qualidade, mas a trama de O Presente mexe com um casal em crise, invasão de privacidade, falso vilão, conflitos do passado... Há certas coisas que ligam um filme ao outro, e a lembrança da obra de Haneke só nos deixa mais confortáveis quanto à precisão e à segurança de um bom resultado, efetivo, em O Presente.
Como suspense, filme de elenco excessivamente ótimo, diretor/roteirista revelação além do imaginável, O Presente é um trabalho memorável. Vingança e perdão são duas coisas que não se misturam. E, que final! O Presente é um presente maravilhoso. Joel, meu filho, não pare não. Continue desse jeito e um futuro de muito sucesso no ramo lhe aguarda, talvez até mais sucesso do que na própria carreira de ator, quem sabe? Eu já começo a torcer por mais presentes como esse.
O Presente (The Gift)
dir. Joel Edgerton - ★★★★
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